Compromissos cívicos, pactos, e que mais?
Quando... é demais o pobre desconfia...
Ontem aterrei num país novo ou enganei-me no trajecto?
Ou alguém esqueceu, entretanto, o seu próprio trajecto?
Ontem aterrei num país novo ou enganei-me no trajecto?
Ou alguém esqueceu, entretanto, o seu próprio trajecto?
O discurso de Cavaco Silva pode adjectivar-se de várias formas... mas deixo a adjectivação ao vosso critério! Não deixem de ler e reler, pois está bem escrito!
Não resisti, no entanto, de colocar aqui algumas das suas linhas.
Não resisti, no entanto, de colocar aqui algumas das suas linhas.
Pretendeu com o discurso, diz ele "lançar um olhar sobre a nossa sociedade. Confrontá-la com sonhos que marcaram aqueles dias de Abril, mas que a realidade dos nossos dias não só não valida como em vários aspectos nos interpela. Quero referir-me, em particular, ao sonho de justiça social, da construção de uma sociedade mais justa e equilibrada, em que os benefícios do desenvolvimento contemplassem todos."
Falou em "dualismo do desenvolvimento", em "profundas disparidades na leitura do território"
Diz que "Portugal precisa de olhar para esses sinais, identificar as boas práticas que os sustentam,(...) e, a partir daí, traçar um caminho para que todos se sintam responsáveis e mobilizados para a acção."
Vaticina que "a exclusão – a dimensão de não pertença a que demasiados dos nossos concidadãos se vêem remetidos – é tão intolerável (...)."
E tem planos... "Concretizar essa ambição de justiça social, que não tem de ser remetida para o plano das utopias, passa por cada um de nós. Todos somos responsáveis, todos temos que assumir a quota-parte de responsabilidade social que nos cabe como cidadãos. Assumir como desígnio colectivo a protecção dos que vão resvalando, lenta e invisivelmente, para a margem de uma sociedade que se quer competitiva e dinâmica, mas também justa e inclusiva. Temos de romper com o conformismo e o comodismo de relegar para o Estado a única solução do problema."
Falou em "dualismo do desenvolvimento", em "profundas disparidades na leitura do território"
Diz que "Portugal precisa de olhar para esses sinais, identificar as boas práticas que os sustentam,(...) e, a partir daí, traçar um caminho para que todos se sintam responsáveis e mobilizados para a acção."
Vaticina que "a exclusão – a dimensão de não pertença a que demasiados dos nossos concidadãos se vêem remetidos – é tão intolerável (...)."
E tem planos... "Concretizar essa ambição de justiça social, que não tem de ser remetida para o plano das utopias, passa por cada um de nós. Todos somos responsáveis, todos temos que assumir a quota-parte de responsabilidade social que nos cabe como cidadãos. Assumir como desígnio colectivo a protecção dos que vão resvalando, lenta e invisivelmente, para a margem de uma sociedade que se quer competitiva e dinâmica, mas também justa e inclusiva. Temos de romper com o conformismo e o comodismo de relegar para o Estado a única solução do problema."
Pois. E agora?
Os discursos são sempre interessantes pela oportunidade de reflexão e partilha de ideias. E é tão fácil fazê-lo quando assumimos um cargo esvaziado de funções. A legitimidade é tão ilegítima por vezes!
3 comentários:
E para contrapor ao discurso, o governo anuncia novas formas de tramar os reformados e pensionistas. É lindo.
Este discurso "tão bonito" tem muitas ratoeiras, tramas escondidas que passam por incólumes. Ainda ontem ouvi um comentário do Lopo Xavier muito interessante. Dizia ele que os socialistas ouvem falar em justiça social e, de forma autista, aplaudem. E acrecenta ele (e concordo eu) que este discurso, na proposta que traz, é altamente neoliberal (foram palavras minhas), pois defende a redução da intervenção do Estado (que, em si, nada tem de mal), transferindo a responsabilidade para a sociedade civil. Isto, que em si, também nada tem de mal, representa uma viragem que vimos fazendo desde há muito, mas que traz muitos aspectos consigo que potenciam as injustiças sociais. Tentarei clarificar esta minha posição devagarinho e por diversas vezes!
Disseste muito bem: "a legitimidade é tão ilegítima às vezes". Todos sabemos q o Cavaco quer intervir, para mal ou para bem. Mas não tem muito pano para mangas...(umas alcinhas, quem sabe...)
O discurso tem muito de bonito, e muito que se pode reflectir. E acção? por esta responsabilidade nos ombros de todos é uma boa ideia, porque a consciência social anda a desaparecer a olhos vistos. Voltar a incuti-la nas cabeças dos cidadãos era bom. Mas o estado furtar-se a isto, não sei. na teoria, pode ser bonito, resta saber se funciona.
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