21.9.06

Docentes dos ISSS de Lisboa e Beja na incerteza

«Docentes e funcionários do Instituto Superior de Serviço Social de Beja e Lisboa queixam-se de pressões para rescisão voluntária dos contratos sem termo com a CESDET – a cooperativa titular deste Instituto – agora vendido à Fundação Minerva. Aos funcionários e docentes estão a ser propostos contratos a prazo com a Fundação Minerva, proprietária da Universidade Lusíada, sem qualquer garantia que serão pagos os salários que têm em atraso (...) Alguns professores já apresentaram queixa no Tribunal do Trabalho.» Radio Pax (21/09/06)

Acrescente-se que estas preocupações foram partilhadas com o Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social (14/09/06) e que foi formalizada a fusão entre as instituições em Despacho do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, do dia 11 de Setembro do corrente ano.

7 comentários:

Anónimo disse...

Andava eu por alguns sites de emprego, quando decidi fazer uma pesquisa interessante pelo site www.netemprego.gov.pt, pois o meu futuro preocupa-me! Ora bem, começei por fazer uma pesquisa por currículos, em que escolhi as opções: todos os registos (ou seja currículos a pesquisar), área profissional: Especialista das Ciências Sociais e Humanas, e a profissão: Especialistas do Trabalho Social e cliquei Pesquisar! Bom qual o meu espanto quando leio resultados listados 1026 cvs!!!!!!!!!!! Com mais curiosidade decide então pesquisar as ofertas de emprego, cliquei em ofertas de emprego nacionais, segui os mesmos passos, seguidos anteriormente, quando clico para pesquisar, 0, sim ZERO OFERTAS DE EMPREGO!
Bom, parece que é isto o que me reserva o futuro, será que vale a pena, trabalhar de dia, para poder pagar a faculdade onde estudo a noite, durante quatro anos?!? Será ou não, eis a questão! Mas tudo vale a pena se a alma não é pequena! Não é assim... o pior é o bolso que já está bem pequenino! Eu gostava de ser a.s. mas não em Portugal! Um bem haja!

Anónimo disse...

Andava eu por alguns sites de emprego, quando decidi fazer uma pesquisa interessante pelo site www.netemprego.gov.pt, pois o meu futuro preocupa-me! Ora bem, começei por fazer uma pesquisa por currículos, em que escolhi as opções: todos os registos (ou seja currículos a pesquisar), área profissional: Especialista das Ciências Sociais e Humanas, e a profissão: Especialistas do Trabalho Social e cliquei Pesquisar! Bom qual o meu espanto quando leio resultados listados 1026 cvs!!!!!!!!!!! Com mais curiosidade decide então pesquisar as ofertas de emprego, cliquei em ofertas de emprego nacionais, segui os mesmos passos, seguidos anteriormente, quando clico para pesquisar, 0, sim ZERO OFERTAS DE EMPREGO!
Bom, parece que é isto o que me reserva o futuro, será que vale a pena, trabalhar de dia, para poder pagar a faculdade onde estudo a noite, durante quatro anos?!? Será ou não, eis a questão! Mas tudo vale a pena se a alma não é pequena! Não é assim... o pior é o bolso que já está bem pequenino! Eu gostava de ser a.s. mas não em Portugal! Um bem haja! Patrícia

S Guadalupe disse...

Ainda assim, é uma das profissões que tem tido empregabilidade. MAS... QUE empregabilidade??!! Essa é a questão!

Empiricamente, posso afirmar que a esmagadora maioria dos meus alunos têm conseguido trabalhar após o curso. Nomeadamente através do programa de estágios profissionais, que tem aberto a porta de algumas instituições que de outra forma não pensariam absorver mais recursos humanos. Isto é, tem criado novas necessidades. O problema vem depois deste estágio. Uns conseguem ficar na instituição acolhedora, mas os restantes iniciam um percurso por vezes doiloroso. Vagueiam entre empregos precários. Como assistente social ou não, ou ainda como assistente sociais mas pagos como outra coisa qualquer. E sujeitam-se. Esse é um dos principais problemas

Actualmente a força das organizações que defendem o trabalho e o direito ao trabalho em condições dignas é muito escassa. No nosso caso ainda mais, pois nunca tivemos capacidade de organização enquanto cidadãos que permita exercer formas de pressão para garantir esses e outro tipo de direitos. As novas gerações nem sabem da existência de tais organizações ou não se interessam em participar. Perde-se ainda mais força. Mas nem tudo é mau!

Se fores persistente e se demonstrares as tuas capacidades, certamente que alguém as aproveitará. Quero acreditar nisso. Um trabalhador-estudante dá-me sempre óptimos indicadores nesse sentido. Tem garra e tem capacidade para fazer algo difícil. Claro que nem sempre ganha outro tipo de competências que aprecio num estudante, mas não se pode ter tudo. Depois, tenho verificado que, ou ficam a trabalhar no loocal onde já trabalhavam porque tem lugares de assistente social, ou, se trabalhavam noutro ramo, desistem facilmente de procurar alternativas no âmbito do Serviço Social pois têm a segurança salarial garantida pelos meios anteriores. è tudo uma questão de escolhas.

Acima de tudo, tens de acreditar em ti e na tua vontade. Portugal não é um paraíso, mas há muito poucos paraísos nma terra!

Volta sempre!

Anónimo disse...

Se a esmagadora maioria dos seus alunos têm conseguido trabalhar após o curso é porque, decerto, arranjam emprego fora da sua àrea profissional, muito provavelmente em call centers de empresas de trabalho temporário. Como já se vulgarizou em Lisboa...

O estágio profissional, no rigor da verdade, não pode ser considerado um emprego!

É facto que muitas empresas não se importam de receber estagiários, durante meio ano ou nove meses, tanto mais que recebem incentivos, de ordem financeira, para tal.

Mas, findo o estágio os novos assistentes sociais são lançados nas àguas conturbadas do Desemprego.

Portugal, por razões várias, nunca foi um perfeito Estado de Direito Social. Mas, actualmente, cada vez menos... o é.

Os sucessivos Governos têm progressivamente tentado desonerar-se de tarefas socias que no passado assumiram. As razões de indole económica são as mais esgimidas para tal inversão da politica social do Estado.

Caminhamos, inexoravelmente, para um Estado de carácter minimalista no que toca à vertente das prestações de carácter social aos cidadãos.

Ora... o maior empregador dos assistentes sociais continua a ser o Estado, pelo que a "empregabilidade" dos licenciados em serviço social não pode melhorar no futuro próximo.

Pode, assim, dizer-se que as universidades portuguesas já formam, hoje, um excesso de licenciados em serviço social, contribuindo para a massificação relativa da profissão e consequente deminuição da "empregabilidade" da mesma.

Mais um caso de desequilibrio Oferta/Procura no mercado de trabalho português, que, ao invés de ser corrigido, é agravado pela produção cega de licenciados numa área que a sociedade portuguesa não absorve.

S Guadalupe disse...

Caro(a) anónimo(a), pode ver essa minha preocupação da relação entre a formação e o mercado de emprego num post recente em que revelo o numero de vagas de cada curso (Cf. "actualização e revisão").

Quando digo que os meus alunos têm conseguido trabalho, falo de trabalho enquanto assistentes sociais. Pode parecer estranho mas é verdade. Claro que há sempre ujma franja (e desde sempre, não é de agora) que se fica por outros caminhos. Ou são escolhas ou circunstâncias da vida.

Quando falo dos estágios profissionais, afirmo a sua virtude em criar novos postos de trabalho findo o período de estágio. Tem sido frequente acontecer, nomeadamente pelo alargamento dos quadros institucionais no que toca ao Serviço Social.

Tento ser optimista, apesar de reconhecer as dificuldades, que são generalizadas.

alfredo henríquez disse...

Onde está o Joaquin que não tem vindo a opinar sobre isto ?

rssss

Anónimo disse...

Bom realmente o Joaquim anda um bocado ocupado, e não tem lido o Blog, mas vou dando uma espreitadela. Já agora era bom que o alfredo criasse blogs mais simples...rsss

Bem quanto à temática, esta é uma situação preocupante e como já referi será necessário um outro tipo de intervenção organizada, capaz de propor alternativas a esta desregulação e ao desfazer da história do Serviço Social. Movimento Cívico não está mal, mas é preciso clarificar o que se quer, acho que está algo confuso.
Bom, vamos falando...