28.9.06

SNS a soro

Diariamente chegam novas notícias cujo ponto de emissão é o Ministério da Saúde. Gota a gota, escorrega o soro pelo tubo. O doente? É o SNS! Prognóstico: muito reservado!

Há muito que o sistema de financiamento do SNS é alvo de estudos e mais estudos. Ou através da OCDE ou através das organizações nacionais... em 1995 foi redigido um documento determinante e muitos outros têm sido publicados e amplamente debatidos. Sempre na mesma linha, apontam o dedo à forma de gestão de recursos, isto é, à eficiência do sistema.

As soluções são inúmeras, exigindo mais ou menos modificações estruturantes. A linha que tem sido seguida é uma opção entre muitas. Podemos caminhar por aqui ou não. Traçar este rumo não é uma obrigação! Nunca foi! Ontem, uma vez mais fiquei com algumas certezas (não tanto pelo discurso proferido mas pelas respostas que revelam contradições absurdas por parte do Ministro Correia de Campos), estão a ser abertas brechas irreparáveis, introduzindo co-pagamentos a um serviço que é financiado pelos nossos impostos. O princípio do utilizador-pagador já chegou ao bem mais essencial sem antes ter sido instituído noutros bem mais supérfulos.

Uma coisa é certa: deliberadamente escolheu-se colocar o SNS a soro. Vamos ver se ele sobrevive...

1 comentário:

Anónimo disse...

Cara Sónia apesar de eu achar que começa a não haver muitas alternativas políticas, face à incapacidade de controlar a despesa pública, no global, no entanto também penso que a caminharmos deste modo o SNS já estará desvirtuado. A desvirtuação do sistema, foi avançando também pelo facto de ele se ir auto alimentando e desligar-se dos cidadãos utentes. Algumas medidas são de racionalidade óbvia. No entanto realmente à uma pergunta:
Não se assistindo a uma privatização como querem os partidos mais à direita, do leque partidário, também, não se percebe a lógica de pagar só para rastrear os utentes, parece um híbrido cujo futuro será tulmutuoso:
Ou se introduz novas regras adapatando o SNS ao séc. XXI, e velocidade do quotidiano, ou então é bom ser claro e dizer que não o quermos, pelos menos é preto e branco.