o Estado somos nós?
ISTO é que deveria ir a referendo. Foi uma subtileza esta notícia surgir dois diazitos antes do referendo à despenalização da IVG. Desde quando o poder executivo pode decidir estas questões assim, atentando contra a Constituição?! Defesa, Segurança e Diplomacia como funções primordiais do Estado Português? Espero que poucos se revejam nesta toada neoliberal radical! O Estado somos nós!
[publicado simultaneamente no Bicicleta de Recados]
5 comentários:
Na realidade, cara Sonia, ja tinha percebido este assunto, das funçoes essenciais do Estado.
Pois a Educaçao, a Saude, a Segurança Social nao sao funçoes essenciais?
Num Estado que se pretende de justiça social SIM, so pode.
Mas esta noticia e ambigua. E uma coisa e o vinculo e a sua natureza, cada vez mais com contratos individuais (sendo que os de nomeaçao definitiva tambem nunca achei positivo, acomodaticios, origem ao pagode do deixa correr e os mais novos que trabalhem!...) outra coisa sao as funçoes essenciais do Estado. Outra coisa e a partiçha com os privados de algumas areas, outra, uma liberalizaçao ad hoc.
Sou franco nao percebo bem o teor do que sera a proposta, ja a li, acho que e preciso ver melhor a evoluçao. Normalmente isto tem a ver com as negociaçoes sindicais. Começa-se por alto para chegar a um ponto intermedio. A ver vamos.
Como diz o ditado – grão a grão enche a galinha o papo. Neste caso, a galinha é o mercado e os grãos são as atribuições anteriormente sob a alçada e responsabilidade do Estado. «Toada neoliberal radical» é uma adjectivação soft para classificar a política (que de socialista só possui o nome) levada a cabo pelo governo do engenheiro sanitário (embora na biografia do próprio surja, errada e propositadamente, engenharia civil) Sócrates, pois, comparadas com as deste senhor, as medidas neoliberais de Margaret Thatcher e Ronald Reagan foram coisas de crianças. Não auguro um grande futuro para todos nós e não estou tão esperançado como o Joaquim Paulo.
Esperemos... mas parece-me que, devaraginho (com esta história do vínculo contratual...) esta a definir-se algo que deve alarmar-nos. Não me parace ser nada inocente, mas sim, bem radical. E eu que não sou nada dada a radicalismos...
O Menezes exagera: Tatcher e Reagon? Mas imaginam bem o que foi a avalanche neoliberal nesse tempo?
Bom e se analizarem melhor, apesar de tanta reforma apregoada, ainda não descortinei (com a excepção enfim nimbada da saude), um sector onde verdadeiramente se tenha feito uma opção liberal real.
Há uma mescla de desinvestimento estatal, controle apertado (nalguns casos bem necessário e como nem imaginam!), com manutenção do essencial do Estado Social português com as suas limitações (já advindas destes anos de recuo face algo que nunca foi bem).
Na realidade, será mais a parra que a uva, mas a voz média tende a elevar.
De modo que quando ouço estas coisas, normalmente será para daqui a uns meses estar reduzida a uma medida que permita mais contratação individual, tentando não assustar muito.
Liberalismo é outra coisa. basta ir ao Estados Unidos e similares, aí sim.
Isto não passa de pseudos liberais, ou sociais democratas.
Enfim... (seria sempre preferivel algo claro, ou preto ou branco).
Porque será que sempre que se pode mexem nos direitos sociais... Não deveriam ser estes como os outros direitos?
abraços
marta
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