serviço social nos media
A Dra. Dolores Abreu Flor, assistente social do Hospital de Tomar e gestora do Serviço Social do Centro Hospitalar do Médio Tejo, deu uma entrevista ao Jornal Regional.com. Tendo tido oportunidade de trabalhar com esta colega há uns anos atrás, pois foi orientadora de alunas minhas, daqui seguem as minhas saudações!
19 comentários:
Como é que uma Assistente Social -gestora (!!!) - de três Hospitais...ainda está no atendimento directo aos doentes?
Já agora, era bom assumir de uma vez por todos... a denominação da profissão: ASSISTENTE SOCIAL!
Técnica/o é que não é nada....
Lamento discordar da Carissima colega Guadalupe...a entrevista é muito probre...uma linguagem arcaica...não espelha, de todo,a intervenção de um Assistente Social na Saúde...um discurso sem qualquer conteúdo técnico!!!
E como sempre termina...com os dramas...as entregas...as corridas contra o tempo...discurso miserabilista...que já não se aguenta!!!
É altura de acompanharmos a evolução da realidade social...e mais responsabilidades deverão ter as gestores....coordenadores...directoras e/ou dirigentes de topo!!!
Pois bem, também discordo da denominação, aliás, como sabem!
Depois, não lamente coisa nenhuma. Não tomei partido relativamente ao conteúdo da revista, apenas saudei a colega. Penso que o discurso reflecte sempre uma construção da realidade, e essa construção é aquela que é, e é partilhada pela grande maioria dos assistentes sociais.
Coloquei a entrevista porque considero que há uma aprendizagem a fazer na relação com os media... pois são sempre sublinhados que se transmitem e devem ser muito ponderados... mas considero louvável que alguns tenham coragem de aparecer, tal como foi o caso.
Tal como em relação aos utentes, tento ver sempre aspectos positivos na negritude de problemas que saltam à vista. E há muitos aspectos positivos!
Discordo e recuso-me a acreditar que "aquela" realidade seja partilhada pela maioria dos Assistentes Sociais...
Visibilidade...sim...mas entrevistas como a que a Colega do Centro Hospitalar de Médio Tejo deu...não!!!
Recuso-me a fazer farte dessa maioria...
Congratulo-me... porém... da maioria do meu circulo profissional que me está mais próximo e que representam para mim uma referência...também não se reverem neste discurso.
Sei que o que vou escrever não tem a ver com o tema em discussão, mas penso que seria interessante que as pessoas que escrevem aqui e que até formulam opiniões e críticas construtivas, passassem a identificar-se. Creio que anónimo não é nome de ninguém e acaba por tornar o ambiente que aqui se procura gerar em termos de debate construtivo, um pouco impessoal. Mas é apenas a minha opinião, claro que cada um tem a liberdade de optar, tal como as normas do blogger.com permitem.
Também concordo, antónio... mas respeito as opções de anonimato.
Quanto ao discurso?! Ainda não percebi. É na generalidade ou relativamente a alguns aspectos que possam destacar-se?
Não consigo julgar nada na generalidade... mas confesso que a maioria dos assistentes sociais que conheço alinham num discurso que denuncia a fragilidade com que pensam as suas práticas, mas fundamentalmente (foi nesse aspecto que centrei o sublinhado anterior) num discurso "queixinhas".
Caro colega António Duarte,
A LIBERDADE de não nos identificarmos representa uma escolha individual...que não me merece muitos mais comentários...
Penso que posso de uma forma construtiva e livre expressar a minha opinião...ainda que posso não concordar com ela...mas vivemos num país democrático...quero acreditar à pelo menos 32 anos...
Não vale a pena insistirmos no acessório e relegar para segundo plano o essencial...o debate de ideias e troca de opiniões sobre a Profissão!
Tal como o colega - com toda a certeza - o que eu mais desejo é a VISIBILIDADE e RECONHECIMENTO da nossa profissão...e é por isso que me tenho debatido ao longo da minha carreira (no meu caso 17 anos) nas mais diversas situações...
Em relação à entrevista, há que ter em conta que se destina a um orgão da comunicação social, tendo como público-alvo todo o tipo de pessoas. Não adianta neste contexto utilizar uma linguagem demasiadamente técnica, se depois grande parte dos leitores não vai compreender. A entrevista em causa é coerente, simples e objectiva e espelha bem o trabalho desenvolvido em meio hospitalar (falo por experiência própria) o qual nem sempre é bem compreendido, mesmo entre colegas nossos, tal como já ficou espelhado em ocasiões anteriores até neste blog, como foi o caso recente ocorrido no Hospital do Barreiro (ainda recentemente estive numa reunião de cuidados continuados em que o mesmo foi comentado). Não creio que tenha havido um discurso miserabilista por parte da colega. Fez bem em salientar as limitações do Serviço Social daquele centro hospitalar em termos de recursos humanos, o qual é partilhado pela grande maioria dos hospitais do SNS, bem como centros de saúde. O que obriga a que esta colega tenha de acumular tantas funções. A culpa não é dela e acredito que faça pressão junto do CA para a contratação de mais técnicos. Em relação à utilização da designação "Técnico de Serviço Social" tanbém lamento, já que não é o nome correcto da nossa profissão. Mas se repararem a entrevista começou com a designação correcta, tendo o jornalista a dada altura mudado de termo. Poderia, quanto muito, ter havido rectificação por parte da colega. No geral a colega até foi bastante construtiva e pragmática, referindo, inclusive, a necessidade de investir na formação contínua e investigação. Ainda em Março último estive num congresso em Lisboa sobre a reforma dos cuidados de saúde primários em que num dos painéis se encontrava uma assistente social da Segurança Social. A sua intervenção fez-nos envergonhar a todos os que estávamos a assistir na plateia. Chegou ao cúmulo de discordar da contratação de mais assistentes sociais para os centros de saúde, alegando a famigerada parangona da "rentabilização de recursos", como se percebesse alguma coisa do trabalho na área da saúde, recorrendo a um discurso do mais desfasado da realidade. Enfim, perdoem-me o desabafo, mas acho que vinha a "talhe de foice".
Adiante... até estive a reler a entrevista e tenho a explicar um pouco melhor as minhas questões anteriores:
1) quando falei na relação com os media, remetia o meu pensamento para a pedagogia. Temos também de ensinar algo quando falamos do serviço social e não apenas embarcar no que pretendem, ou como querem dirigir as entrevistas. neste caso, é óbvio para mim que o ênfase demasiado descritivo do quotidiano que o entrevistador pede, não ajuda em nada a respostas que não sejam descritivas... depois, a forma como colocam as questões conduz para o tal discurso que fazem ressaltar nas críticas, e parece-me inevitável que o interesse do público não passe por aí, pela situação x e y que marca e que vende, "à TVI".
2) a descrição que a entrevistada faz do quotidiano é em tudo muito semelhante ao quotidiano de muitos assistentes sociais. Se assim é, apesar do nível crítico que possamos colocar, é assim! E foi isso que foi solicitado: descreva.
Todos caímos frequentemente em muitas esparrelas, sem que nos percebamos, com a distância suficiente, que acabámos de cair. É esse o maior "pecado" que identifico: descrever é reduccionista!
Pois Guadalupe, mas falar para leitores ou telespectadores de orgãos da comunicação social é assim mesmo. Seja quem for o entrevistado ou o tema, acaba por ser quase sempre levado para a descrição. O jornalista procura explicar qualquer coisa para o grande público, não para as elites. Para essas, existem orgãos destinados a segmentos mais restrictos. Caso se tratasse de uma revista de Serviço Social, com certeza a entrevista daria ênfase a outras questões. Se na nossa profissão falamos tanto na adequação da linguagem à população-alvo, neste caso estamos perante o mesmo fenómeno.
Ah, afinal, António, estávamos de acordo!
Bom dia,
Concordo com alguns aspectos dos comentários do colega Anónimo/a!
Joana, claro que há quem concorde e discorde de TUDO. E ainda bem! Não consigo é discordar de aspectos que não conseguem concretizar-se.
Não é nada consigo nem com o anónimo, mas há algo que gostaria de aqui deixar para reflectir: o prazer (sadomasoquista?!?) com que "batemos" uns nos outros!
Não quero com isto dizer que devemos optar pelo corporativismo cego... mas é irónico que nos empenhemos tanto na crítica destrutiva sem atendermos a todos os outros lados, que também existem. As culturas criam-se!
Esse prazer que apelida de "sadomasoquista" não é mais do que a necessidade de criar outra cultura - como mais adiante refere e muito bem...
Caros colegas, e porque não começar por admitir nos quadros das várias policias (SEF incluído) de AS, que poderiam humanizar os serviços e ser o elo (porque tem conhecimento e sensibilidade) entre o funcionalismo inerente a essas policias e o contacto com os cidadõas que a ela recorrem.
A violência doméstica e os maus tratos e abusos sexuais sobre crianças, são disso um exemplo.
Em relação a AS nos Institutos de medicina Legal:
Também as vítimas de violação e violência doméstica, que recorrem aqueles serviços para as pericias judiciais, merecem o acompanhmento desta profissional, AS Marlene Rodrigues.
Não conheço outros casos, mas a importância do serviço social, e não só da psicologia, em situações desta índole, contribuem serguramente para a desejada afirmação da nossa profissão, e abre portas o novos modelos, beseados na prática reflexiva.
Meus caros, outra área que merece, e saíria muito beneficiada com a nossa interveção, seria a educaçõa. Pois á semelhança de um psicólogo, as escolas deveriam ter nos seus quadros assistentes sociais, que poderiam fazer a ponte entre a familia aluno professor, identificando problemas, e prevenindo o abandono escolar. Ir a casa de certos alunos, ir de encontro áqueles que não procuram a escola.
Poderiam, esses profissionais, nas escolas, forneçer informação e promover sessões de esclarecimento sobre várias temáticas, tantas que nem vou destacar nenhuma.
A visita domiciliária é, porventura, a nossa melhor arma/ ferramenta, uma peça fundamental para um bom diagnóstico. As outras disciplinas sociais raramente a utilizam, pois o complexo não deixa.
Muito há a dizer.
O que pensam colegas?
P.S.- estes comentários, escritos por mim, foram retirados do Blog do colega Joaquim, Assistente Social", pois ficaram sem resposta.
Os comentários que o colega mais um AS fez não são necessáriamente para responder. Considereio-os e irei falar sobre eles logo que amadureça o assunto, até porque estive fora e não tive tempo de blogar.
Não faça o/a colega esta coisa de ir a um lado pedir as respostas de outro porque isso não revela uma correcta assunpção temática.
Paciência, paciência...
Quanto à questão da entrevista, como a Sónia referiu esta serve mais de análise, não para criticar a colega, mas para assinalarmos aquilo que temos de mudar para sermos ouvidos num outro patamar. "o de experts Científicos/profisssionais" e não como um profissional quaçlquer que expõe o seu quotidiano de onde não emerge um foco ou luz de orientação metodológica, mas denota empenho e muita luta de afirmação profissional. Esta é uma questão onde devemos discuti~la em foruns próprios como àrea de mudança.
Uma outra questão que me afere aqui nos blogs, é facilidade com que criticamos quem dá a cara, mal ou bem, mas tem coragem e com isso pelo menos faz algo mais, que muitos velhos do restelo á sombra de alguma azinheira, cujo ofício é a critica pela critica, até ao dia que sejam os próprios a sair da sombra e aí não vão gostar da incidência da luz.
Hã, a inveja maldita doença portuguesa que nos torna tão pequeninos...
Caro Joaquim,
é com debate que se amadureçem as ideias, e aquilo que eu pretendo não é discutir a "incidência da luz", mas antes as várias áreas de intervenção, onde o SS pode ser uma mais valia.
Dito isto, devo acrescentar que para mim você é tão anónimo como eu para si, na medida em que eu não o conheço, e convenhamos que o nome "Joaquim", não identifica, por si só, ninguém.
O "PS" que fiz no final do meu coemtário supra, "rebuscado" do seu blog, pretendeu só esclarecer de onde o tinha retitado, e o porquê de procura, AQUI, o que não consegui no seu Blog.
Mas, tal como você, caro colega, detesto o "bota-abaixo grátis", ou seja, aquele que diz mal sem apontar caminhos alternativos ou a sua visão do assunto.
Por isso, vamos ver se AQUI, ou no seu "Assistente Social", conseguimos fazer aquilo que ambos queremos, promover e dignificar a nossa profissão, com debate de ideias e novos caminhos.
Um abraço, em especial ao colega Joaquim
mais um as...
as áreas que refere são áreas de investimento para quem define estrategicamente as áreas de intervenção nas escolas... no caso do ISMT, temos vuindo a consolidar relações institucionais através dos estágios (e outras formas de colaboração). Uma dessas áreas é a da educação, mas tenho a dizer-lhe que talvez a área com maior capacidade de progressão neste momento seja a das autarquias.
O caso da medicina legal é interessante. Existe centralização em torno de 3 institutos, como sabe, no entanto há Gabinetes Médio-legais espalhados um pouco por todo o país e que funcionam sem qualquer tipo de apoio do Serviço Social. Uma ex-aluna minha (Inês Pinto) fez um estudo em 2 gabinetes médico-legais da região centro e claramente percebeu que, através de um levantamento de processos, a maioria seriam casos indicados para acompanhamento de uma equipa multidiciplinar, onde seria essencial um assistente social.
É assim que tem de ser. Temos de mostrar que a necessidade existe por a+b!
Sem dúvida, cara colega,
temos de fazer ver, a quem de direito, que a humanização dos serviços é um direito de quem a esses serviços recorre, muitas vezes em situação de claro e óbvio desespero (caso da Medicina Legal e Policias).
Quanto ás escolas, também conheço algumas situações de estágios académicos, que se mostram, sempre, como uma mais valia na abordagem, por exemplo, junto da familia.
E também vejo as autarquias como um bom empregador (no sentido da admissão de AS), em áreas como a habitação e na relação com as CPCJ, que também beneficiariam, e muito, com profissionais de serviço social, nas escolas.
Importa referir que, a partir do momento em que uma criança entra no sistema de ensino nacional (que pode até acontecer logo no pré-primária), é obrigação das escolas frequentadas por essas crianças, que quando uma delas "desaparece" das salas de aula logo procure inteirar-se do seu paradeiro, e das razões que a levaram a deixar de frequentar a escola.
Se não conseguir, tem também obrigação de comunicar tais factos á CPCj local.
Aí, somos o elo de ligação indicado.
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