9.7.07

humanização em questão

A propósito de dois casos tornados públicos de professores com doença oncológica (aparentemente com prognóstico muito reservado, como costuma dizer-se) cuja junta médica recomendou retomarem o seu trabalho, o Governo vem socorrer-se da Ordem dos Médicos para ultrapassar o embaraço. Questiona-se a presença de outras pessoas que não médicas nestas "juntas", cujos contornos processuais não conheço bem, confesso...
  • O que questiono é a perspectiva estritamente biomédica da avaliação da aptidão de uma pessoa com uma doença ou limitação para o trabalho. Não seria aqui fundamental uma visão mais global e multidisciplinar? Onde fica a humanização e o tão badalado conceito holístico de saúde?
  • Onde estão as vozes dos assistentes sociais e que dizem essas vozes sobre tal assunto?

50 comentários:

Anónimo disse...

Cara Sónia, uma Correcção:
O governo não pode socorrer-se da Ordem dos Médicos, é o contrário. Os Médicos como sabe são independentes nas suas avaliações clinicas. E ao longo dos anos tanto vemos pessoas que passaram à Invalidez(como é uso), e continuam a trabalhar noutras áreas sem descontar como casos tão infelizes como estes. Os Médicos são os donos deste sector e ninguém se intromete (aliás, na vox populi, diz-se, que "só sai de lá inválido quem lhes paga", não sei não posso afirmar e levantar o labéu que desconheço). Na avaliação clinica ninguém se intromete, como sabe. Provavelmente este assunto vai dar jeito ao governo para impor regras e controlar a liberdade Médica.
Parece-me, se não me engano, que era um objectivo do governo conseguir intrometer-se neste sector. Veja quem respodeu primeiro foi o Bastonário a dizer que já estavam há um ano a fazer formação...(demagogia claro, mas defender a sua classe que ele sabe era dona e senhora destas juntas, o que elas ditasse era lei para o funcionário penar, ou enfim ficar "feliz").
Quantgo ao restante estou de acordo, há outras avaliações humanizantes, outros pareceres a solicitar.

Anónimo disse...

O senhor ministro da saúde saiu-lhe o tiro pela culatra...fez precisamente o que a classe médica queria: dar-lhe o feudo das juntas médicas. Reparem na perversão de tudo isto: os médicos centralizaram a questão das falhas das juntas médicas, no facto de não serem constituídas só por médicos. Fizeram como Pôncio Pilatos... Dizendo, por outras palavras, que até seriam umas vítimas de outros profissionais quais ditadores das juntas médicas. Ora a verdade, é que as falhas se devem na esmagadora maioria dos casos, à actuação dos médicos. São eles que tomam atitudes absolutamente desrespeituosas da dignidade dos utentes. Tantas são as ocasiões em que nem sequer se dignam a olhar e a ouvir a pessoa. A culpa está neles e não nos outros supostos "maus da fita". Pois bem, conseguiram o que queriam, e para mal dos nossos pecados, os problemas manter-se-ão, pois agora ainda existirão mais médicos prepotentes e DESUMANOS, sendo esta uma característica da classe médica portuguesa. Muito obrigado senhor ministro, por este "souvenir" aos senhores doutores...

Anónimo disse...

Os médicos já eram os donos, codjuvados para disfarçar de uns figurantes, passe a expressão, agora na realidade não ficam com tudo mão isso será uma visão maniqueísta, ficam com a responsabilidade, que já deveriam ter, Haja Responsáveis. POr outro lado serão introduzidos pelo Estado outros mecanismos de fiscalização.
Após décadas e décadas e ...no entanto move-se, como muitas outras coisas...movem-se, é tempo de...mudanças...para bem, para mal, mas..e no entanto move-se, ainda bem, no pântano, de guterres, na fuga de durão, na maluquice de santana, só se movia a superfície, agora...enfim, gostemos ou não e disso é feita a democracia, move-se.

Anónimo disse...

O Joaquim paulo que me perdoe, mas parece que "move-se" por campos socialistas, pois compreende sempre, com grande solidariedade, as decisões deste governo. Não passa de uma suposição, apenas isso.

Quanto ao post da carissíma "insistente", acho-o pertinete, na medida em que as avaliações das baixas, se entregues unicamente a médicos, podem tornar-se uma espécie de "este fica em casa"; "este vai mas é trabalhar", feito de maneira cega, sem ter em conta outros critérios para além dos médicos, que terão, óbviamente, de ser sempre os principais.

Mas não podemos, digo antes, não deveria o governo (ainda mais socialista), esquecer-se da vertente humana e social desta questão.

Aqui, na avaliação sócio-cultural e humana (do individuo que requer junta médica aleganddo invalidez), devem ter lugar Assistentes Sociais e psicólogos, dando pareceres e elaborando relatórios psico-sociais, que deveriam ser tidos em conta na altura da decisão final.

Há "coisas" que um médico não vê, e não conheço nenhum médico que se dê ao trabalho de sair do seu gabinete para falar com conhecidos e familiares do preponente/doente, ou visitar a sua casa e local de trabalho, Escutando o doente de forma humana e distanciando-se, por momentos, da ideia de que "este quer é ir para casa mais cedo. vais mas é trabalhar mais uns anitos até não poderes mais".

Nos hospitais também existem as ALtas Sociais e Médicas (prevalencendo a primeira), porque não algo semelhante nas aposentações por invalidez?

Sofia Melo disse...

Constitucionalmente, a sa�de � um direito. A "sa�de" tamb�m � poder receber tratamentos adequados � doen�a, em condi�es que permitam o m�nimo de dignidade. Permitir que dois profissionais morram no activo porque se usa de um sistema que, apesar de reformar pol�ticos na flor da idade, se recusa a reformar profissionais que j� deram o seu contributo � sociedade, e que precisam agora de zelar pela sua qualidade de vida, especialmente porque padecem de doen�as como as destes professores � para al�m de inconstitucional, desumano.
Tamb�m me parece que com esta hist�ria os m�dicos aproveitam para puxar a brasa � sua sardinha, e, mais uma vez, fazer dos outros uma cambada de ignorantes.
sauda�es, SG

S Guadalupe disse...

Os valores fundamentais para o sistema de saúde são:
- a dignidade da pessoa humana;
- a solidariedade;
- a justiça;
- a equidade;
- a eficiência.

"A plataforma ética da saúde em que assentam os valores e princípios do sistema de saúde português assenta em três pilares:
1) Respeito pela dignidade humana;
2) Equidade no Acesso;
3) Eficiência na utilização dos recursos."
(Gonçalves e Costa, 2003)

É a relembrar e a discutir este tipo de conceitos que professores e afins gastam o seu latim...

Para que as ideias sobrevivam às decisões deste ou daquele governo. Mas,cada vez mais delapidada a base em que podemos sustentar a defesa de tais princípios, torna-se difícil continuar a tentar sustentá-los. Será que apenas sobrevirá o último? A eficiência? É o que parece prevalecer no discurso, mas nem este é conseguido... nunca foi nem se advinha fácil vir a ser...

hello, blue!

Anónimo disse...

Ao mais um AS, não tem de perdoar, pode-o dizer á vontade, as opções polítcas são de cada um.
Mas no caso em concreto o que eu não consigo discernir é qual é aq uestão tão pertinente para o governo. Aliás se assim fosse, os partidos da oposição estariam já a questionar. Mas eles sabem que este é um dominio perigoso, exactamente porque são feudos médicos. A Sónia faz muito bem nos remeter para estes principios basilares da Saúde, e também a consciência hoje cada vez mais, que independentemente dos governos, as forças globais que se movem no mundo vão condicionando estes bens e direitos substantivos. A capacidade do século XXI sobreviver a um regressão ao nível dos direitos e das garantias adquiridas será escassa em razão de dois movimentos, um societal, de defesa individual, perante um universos agressivo, outro ambiental que obrigará auma reorganização das sociedades d emodo brutal que implacará numa primeira fase regressões e não tão poucas.
Esta é uma realidade na qual já estamos envolvidos, no entanto deveremos continuara a insistir enquanto facho de luz sobre estas matérias de mudança planetária, não é um exclusivo português.

Anónimo disse...

Para mim, em termos de responsabilidade, parece-me que as Juntas devem ser compostas só por Médicas (por isso se chamam juntas médicas), e portanto a responsabilidade da Reforma por Invalidez, a estes deve competir, sabermos poiis quem foram e em que bases. Aqui é uma questão elementar, a não ser que queiram invadir o campo médico e psicologos, sociologos, asistentes sociais, antropologos, etc, também emitirem pareceres médicos, pois é de uma questão médica que se trata, e sobre isto ponto final (não se trata de pobreza ou pensões sociais).
Poderão/deverão a juntas médicas solicitar pareceres a outras entidades e profissionais? Poderão/deverão em casos concretos especiais, onde concomitantemente estejam em causa factores de ordem psiquica, famíliar, social, bens jurídicos entre outros, mas isso será outra questão que a futura legislação deveria clarificar.
Será como um Tribunal, bem ou mal o Juíz é que decide, depois de ouvir o contraditório e outros pareceres, entre os quais muitas vezes o nosso. ´Na atribuição de prestações sociais, ou na Acção Social a decisão cabe ao Assistente Social, que poderá solicitar ou ouvir outros profissionais, mas é sua responsabilidade.
O seu ao seu dono. Trabalho em equipa, parceria, etc, mas muita responsabilidade que é o que falta em Portugal, nunca há responsáveis. Quem será o fecetivo responsável nestas juntas médicas que mandaram novamente as pessoas trabalhar, o secretário , o contínuo, ou médico? Ridiculo. E isto já se passa há décadas, eu próprio conheço caso de pessoas que continuam a trabalhar em condições indiscritiveis, e foram a juntas médicas, sem saberem quem tinham pela frente. Clarificar este sector é fundamental. SE este governo pelo menos fizer isso já é importante, pois tantos governos e de várias cores tivemos e ninguém tocou neste sector.
Um bom debate com certeza.

Anónimo disse...

Caro Joaquim Paulo, veja se consegue encontrar a incongruência nestas suas palavras: "Mas no caso em concreto o que eu não consigo discernir é qual é aq uestão tão pertinente para o governo. Aliás se assim fosse, os partidos da oposição estariam já a questionar. Mas eles sabem que este é um dominio perigoso, exactamente porque são feudos médicos."

Já detectou? Senão até me dou ao trabalho de lhe explicar.

...uma pista, "feudos"......

Anónimo disse...

Acho o tema extremamente pertinente, mas embora quisesse participar sinto que as ideias terão sido já esgotadas em todas as intervenções. Apesar de não estar muito inteirado sobre estes assuntos, para dizer a verdade, desconheço de todo a sua natureza processual, a mim, parece-me óbvio, e isto é um facto... Nós estamos mudos à muito tempo e em muita coisa... por isso, debater estes assuntos com a eloquência dos discursos românticos e das alegorias fantásticas é apenas aquilo a que nos reduzimos enquanto interlocutores. Estamos longe... não é para me lamentar, mas, prioritáriamente, há pequenas coisas, simples coisas por fazer e para resolver.

Anónimo disse...

Eu perçebo o mais um "feudos", pois mas o que disse, como viu, foi, "governos de várias cores", ou seja, esta é uma matéria que deveria ser regulada não foi, será agora a oportunidade. Ficará agora, segundo parece nas mãos dos médicos, mas eu acho que deve ficar e a responsabilização fica mais clara, porque até gora havia sempre alguém da CGA a fazer a vez do rapaz que sabia de tudo mas informava mal. Fica mais claro, se me faço entender, mesmo que continue feudo, é um feudo onde será mais claro discernir as razões dos procedimentos.
Talvez o mais um queira dizer que o governo ficou refém dos médicos, mais um papaão e assim, mas não têm sido desse mal que etem sido atacado Ministro da Saúde, são de outros e alguns até eu acho com muita razão, já o disse. Esta é uma política errática no âmbito saúde.
mas viva o Livre Pensamento, é para isso que aqui estamos.

Anónimo disse...

Há outra coisa: Eu assumo as minhas opções, mas há muita boa gente que encapotadas por discursos pseudo-esquerdistas ou afins, não assume de onde é que vem, era bom, pois afinal estamos ou nºao numa democracia?

Anónimo disse...

As questões partidárias e as orientações políticas e os encapotamentos dos discursos e o ensino do que é uma democracia ou a liberdade de expor a sua identidade ou não, é irrelevante. O Serviço Social é política e seus afins, e não digo que não tenhamos (pessoalmente) a liberdade de orientar trajectórias sociais mediante ideologias, mas misturar as coisas, pode ser arriscado e até perigoso... quando à superfície estão princípios e valores humanos em causa, a isenção e o pricípio da neutralidade devem assumir a sua forma mais pura. Quem trabalha no terreno, sabe isso, não tem tempo para pseudo-discursos, mete a mão na massa e é, quando assim nos é permitido... é o meu ponto de vista, mas viva a liberdade de expressão!

Anónimo disse...

Estou plenamente de acordo, não fui eu quem chamou à colação este debate aqui, sobre opçõs políticas, apenas não tenho receio de o afirmar. O mais importante não são as opções é claro, pode ler o meu último post no blog assistentesocial e verá exactamente que indepedentemente dessas opções o Serviço social vincula-se a uma identidade, valores, princípios fundamentais, que devemos reavivar em épocas de mudança de paradigma.
No entanto, também não percebo o que quer dizer com pseudo-discursos, e a separação de quem trabalha no terreno. Eu trabalho no terreno e perco muito tempo a interpretar todos os discursos, dos cidadãos, utentes do serviço onde estou, dos meus parceiros de trabalho, diversos, da Direcção, das opções políticas e técnicas. Temos sempre que interpretear os discursos, se queremos que a massa a que refere fique bem cozida e sobretudo ao sabor do "cliente", senão será uma massa cozida para nós mesmos. Trabalhar no terreno deve ser também um exercíciod e comunicação, de interpretação de investigação. O"não ter tempo", se bem que real, serve de desculpa para muita coisa que não devemos fazer. Aquilo que ensinamos, ou aprendemos, na Licenciatura, no Mestrado, nas formações, pós-graduações, deve ser reinterpretado no terreno e devolvido de forma a reelaborar não só práticas mas os próprios instrumentos teóricos, técnicos, metodológicos. É a esse rigor que devemos vincular-nos, e não apenas a questões, dicotomicas, entre quem está e quem não está no terreno. São duas faces de uma mesma moeda: O Serviço Social.

Por fim relembro que o discurso da neutralidade, no âmbito das ciêcnias, há muito posto em causa. Ninguém é neutral, seja no pensamento, na investigação, na acção, leia-se Touraine, Derrida, Foucault, Morin, etc, trazemos concnosco, bem interiorizados as nossas projecções, os nossos apports culturais ideológicos, a nossa (ou a que nos fazem ter) visão do mundo, não somos um papel em branco quando partimos para qualquer actividade. A neutralidade é um mito, da era do cientifismo.

Anónimo disse...

Professores a exercer funções de Assistente Social, no âmbito dos protocolos da Segurança Social com as IPSS(s)é o que vai acontecer no Distrito de Vila Real, com a contratação de vários para diversas instituições (e os assistentes sociais ficaram de fora),é grave, é muito grave...
Quando existe legislação que refere especificamente que as equipas deverão ser constituidas por Assistentes Sociais (licenciados em Serviço Social), psicólogos (a meio tempo) e educadores sociais.
Quem pode denúnciar esta situação à APSS?

S Guadalupe disse...

cara(o) anónimo, caso pretende pode fazê-lo directamente pelo e-mail da APSS. Se quiser que eu faça chegar a mensagem, a direcção actual da APSS já se habituou às minhas insistências... mande-me um e-mail ou seja mais específico(a) por forma a identificar-se melhor a situação. Há algum documento nesse sentido, por exemplo?

Anónimo disse...

Na semana passa houve uma reunião nos serviços da Segurança Social, sobre a medida RSI,não estive presente, mas terá sido dito isto directamente aos presentes.
Falei já com colegas que estiveram nesta reunião e em específico com uma colega que vai coordenar uma equipa que me confirmou a situação.
As formalidades estarão referidas nos protocolos de cooperação.
Aguardamos para confirmar o facto consumado,julgo que estes profissionais ainda não estarão no exercício das funções mas irão estar a exerecer funções de assistente social?...
Ou será melhor ir confrontando?...

Anónimo disse...

Perante esta e outras situações similares, fico com vontade de abandonar esta profissão. O desânimo é tal... Ser assistente social neste país, afinal de que serve?

Anónimo disse...

Estamos sujeitos neste país a que de um dia para outro, metam uns fulanos quaisquer, formados no que quer que seja, a fazerem de assistentes sociais, e secalhar, quem sabe, autointitulando-se enquanto tal. Mas que raio de protecção temos nós, mas que raio de entidades nos representam?...Tudo isto mete dó. Mas é o que dá termos uma APSS cuja posição perante estas situações é a de se limitar dizer "não compremos guerras com outras profissões". Claro, é muito conveniente deturpar o sentido das coisas e dar-lhes uma vestimenta chocante para logo a seguir "fugir com o rabo à seringa". Porque afinal é cómodo não fazer nada. Mesmo que se estejam em posições de responsabilidade para as quais se candidataram voluntariamente (que eu saiba ninguém foi obrigado). Já muitos de nós fez sugtesões, apresentou reclamações, e qual foi o "feedback"? Enfim, realmente ser assistente social deve ser tão fácil que qualquer artista o pode fazer. Então talvez valha mais acabar com o curso de Serviço Social e criar uma lista de funções genéricas ao acesso de qualquer um. Enfim, foi apenas um desabafo, mas o que li sobre Vila Real e os protocolos do RSI, tirou-me do sério. Só espero que tudo não passe de um mal-entendido.

sarinha disse...

Concordo consigo António Duarte e compartilho o desânimo, a desilusão desta profissão que ninguém respeita...

(intro)ventor disse...

António Duarte, acho que está a tocar no cerne da questão. Agora, era juntar esse mesmo desconcerto compartilhado e embrulhá-lo nos CTT, rumo a alguém que se queira responsabilizar por isso... se é que o há! Eu acho que já chega... é tempo de reagir, vestimo-nos de homem-bomba e resolvemos as coisas à boa maneira?!...

(intro)ventor disse...

Já agora, António Duarte, permita-me com humildade agradecer a lição teórica.

Anónimo disse...

Professores no RSI; Professores ou Educadoras de Infância nas CPCJ; voluntários, com muita vocação nas IPSS; Mil milhões de €, ano, para a Acção social privada -leia-se Igreja Católica - na sua maioria; Cursos de técnicos de apoio psicossocial; acção social, etc, de 3 anitos, nas Novas Oportunidades, e tantos etc. que dá dó.
Acomodad@s, calad@s, amedrontad@s, proletarizad@s, passiv@s, dispensáveis e descartáveis, NEGAMOS os nossos direitos e alimentamos a nossa própria subalternidade . Murmúrio de uma leve sensaçõe de incómodo, acalentando sempre a esperança de que,outros, que não nós, pela "cunha da influência" ou " pela cunha do compadrio, nos defenda do neoliberalismo de um governo dito socialista. O desejo não é realidade . já tinham percebido?

Anónimo disse...

Isto não tem nada a ver com governos socialistas ou "laranjas" ou "vermelhos" ou do que quer que seja. O estado em que a profissão está deriva de uma deterioração gradual ao longo dos últimos anos. Não centralizem isto em questões político-partidárias porque é algo pouco construtivo e prejudicial. E neste aspecto concordo com o colega Joaquim. Aliás, quem sabe se esta deterioração não resulta em parte da constante mistura entre questões técnicas com questões politiqueiras. Sei de algumas situações que me levam a pensar nisso. Temos que nos posicionar como técnicos e desenvolver uma intervenção objectiva. Pensar com a cabeça e não com o coração.

Já agora ao introvetor, sugira lá então que estratégia(s) é que considera dever ser adoptada para alterar o estado em que a profissão se encontra.

Anónimo disse...

Meus amigos, com sabeis tudo neste pais se resolve nos meios de comunicação social...está na hora do profissional dar mais visibilidade ao seu trabalho, quero dizer "dar nas vistas".Grandes reportagens, pequenas reportagens...mais ordem...afinal o que nos falta para a Ordem? Desculpem-me mas sinto que continuamos todos no nosso isolamento institucional "dançando conforme as musicas".
Os meus cumprimentos GUADALUPE
LLPF

Anónimo disse...

LLPF essa sugestão tive já a oportunidade de apresentar pessoalmente junto da APSS por duas ocasiões. Também já constou de um e-mail que lhes enviei. Uma das coisas que sugeri foi a APSS começar a dar pareceres voluntariamente acerca de notícias que surgissem sobre questões sociais e sobre a actuação de assistentes sociais que às vezes são postas em causa, no sentido de esclarecer informações erróneas que vão saíndo nos media. Podiam comentar medidas políticas tal como fazem outros grupos profissionais. Podiam sugerir a participação em programas de debate. São inúmeras as ocasiões em que se discutem temáticas sociais e em que nunca está um assistente social. Lembro-me, a título de exemplo, de num programa do Opinião Público, estar-se a discutir o RSI e o convidado em estúdio era um sociólogo sem qualquer experiência prática neste âmbito. E por aí fora. Temas como a pobreza, exclusão social, violência doméstica, sexual, medidas de política social, etc., carecem da opinião da nossa classe. Não podemos ficar à espera que os media se dirijam a nós. Pelo menos numa fase inicial, temos de ser nós a "chateá-los", a enviar-lhes material. Os jornalistas até agredecem. A direcção da APSS e do sindicato têm que começar a ter um rosto, tal como acontece com outras classes.

Ninguém se pode queixar, portanto, da falta de sugestões de assistentes sociais (e para o efeito não é preciso ser associado...). No entanto, que resultados, que feedback tem quem contribui? Pessoalmente, não tive ainda nenhum. Se acham que não são sugestões válidas, digam-no e fundamentem-no. Agora se não se actua, não é por não haver contributos da classe.

(intro)ventor disse...

Quando disse, queria agradecer a lição teórica, dirigia-me ao Joaquim Paulo...

(intro)ventor disse...

No meu blog, caracterizo o estado da classe como um "processo de luto", há quem afirme que porventura o termo esteja demasiado dramático. Porém, um facto é que todos os dias, por aí, surgem situações que envergonham os bons profissionais do Serviço Social, que prestam um contributo primordial, diria mais, único e genuíno, à sociedade. É triste ser colocado de parte, permanentemente subjugados nas nossas competências e cortados nas legitimidades, engolimos direitos essenciais que deveriam ser reclamados e reivindicados. Será assim tão "demasiado", já não estaremos nós na corda bamba?

Não posso deitar abaixo por completo as actuações do APSS e do SNPSS, mas continuo a dizer, não compreendo os separatismos, e quanto às denúncias, falam na APSS, então e o SINDICATO, para que serve?!

Considero três pontos essenciais para uma boa trajectória na redefinição do Serviço Social:

- Rede associativa
- Planificação estratégica
- Comunicação e Imagem

Sob o meu ponto de vista, é necessário em primeiro lugar haver a "reconciliação" das organizações que nos representam, depois, reunirem-se, delimitar as competências específicas de cada uma e implementar conjuntamente um programa anual de actuações/intervenções públicas que consistam numa planificação organizada, como seja, nomeadamente, com colóquios, debates, aparências públicas, entrevistas, manifestações, etc... relativamente às problemáticas que estão eminentes na classe. Se há por aí tantos "elitistas", que sabem discursar bem e defender com garra as nossas causas, porque não actuam ao nível mediático? que medo da política é este?

Por outro lado, acho que é necessário mostrar trabalho, noticiar, informar as comunidades estudantis e os assistentes sociais, por exemplo, criar uma página "como deve ser" (tipo revista online), com logotipo "como deve ser" e (e que não se desculpem com os €), criar um fórum geral, divulgar uma série de links de interesse, disponibilizar on-line instrumentos essenciais aos profissionais dos diversos campos sociais onde nos integramos, nomeadamente, documentos e actualizações legais, etc.

A imagem e a comunicação porquê? Se falamos em marketing político, até marketing religioso, às vezes não se trata de vender produtos, trata-se de vender ideias, apelar ao sentimento, influenciar de alguma forma no outro o propósito na aquisição/participação em algo. Não há entidade nenhuma hoje que sobreviva à agressividade do mercado a este nível. Se queremos coesão, mais dinâmica, passa também por aqui. Quem se quiser armar em "Che", hoje morre...

E como é que isto tudo pode acontecer?! não sei, mas sei que uma só cabeça não é suficiente.

S Guadalupe disse...

Há coisas muito simples que podem ser feitas, de facto, e que não o têm sido. Ainda assim, os que não permitem que o silêncio reine, têm feito de tudo para questionar publicamente, denunciar ilegalidases e injustiças, e sugerir estratégias... Algumas das iniciativas pariculares e a coragem de alguns para dar a cara, mobilizar e fazer coisas têm estado à vista e são cada vez mais. Também não deveremos dispersar, mas sim criar sinergias para avançar. Precisamos sobretudo de mudar de estratégia.

Tenho muitas ideias e surgem outras muito interessantes no contexto deste e doutros blogs e fóruns, mas jamais repito a iniciativa de avançar sozinha (apesar de nunca ter-me sentido sozinha), pois senti o peso da suspeição de segundas intenções que não digeri muito bem.

Assim continuaremos enquanto houver energia.

(intro)ventor disse...

A sua iniciativa foi muito louvável, e embora não estivesse sozinha, qual era a sua "salvaguarda"?! O que havia por trás das suas diligências (não que não existisse muito trabalho), mas estaria suficientemente visível e apoiada pelas ditas "autoridades" do Serviço Social? De qualquer forma a sua iniciativa deixou uma marca importante, principalmente pela sua coragem e determinação... se todos fossem assim, ou pelo menos grande parte, as coisas seriam bem mais fáceis.

Só me questiono... onde é que isto irá parar?

Mas é como diz... é continuar a mobilizar as energias e a criatividade.

Anónimo disse...

Cara Sónia:
A suspeição é um agente da sociedade que existirá sempre, por acção ou omissão.
Seguros da causa temos de ser imunes e continuar.
Por outro lado, como sabe, tudo na vida é acção e retroacção. Quando movimentamos algo, é evidente que muitas são as forças com que mexemos, muitas vezes inesperadas.
Uma pequena onda ao largo dos Açores, pode provocar um Tsunami no golfo do méxico, tudo depende das forças telúricas.

A minha experiência de cerca de quinze anos no movimento associativo profissional, mostra-me exactamente isso, mas não devemos desistir, aprender sim, aprender também a utilizar essa força poderosa que é por a onda a mexer, mas sem estes saltos, menor é o ganho de todos.

No entanto, como lhe disse no inicio desse processo, para a profissão, qualquer, devemos sempre lutar por empurrar as organizações, só estas têm peso de representação e podem mesmo mudar, pois a movimentação de massas no serviço social português têm mostrado fragilidades, lembremo-nos, pelo menos eu posso me lembrar, do processo de Licenciatura, há quase duas décadas: foi a união organizacional que conseguiu este desiderato, em comjunto com um pouco de sorte (merecida), apostas certas e lobiing. Mas lembro que foi um processo de décadas.

Bom, finalizando, a sua iniciativa foi válida, como outras, as suspeições acontecem, nada que tenha de a abater, pelo contrário, é necessário realmente o envolvimento prioritário das instituições.
Nem sempre também todos estaremos de acordo com o caminho a seguir, mas como diz Agostinho da Silva:
"amor se ama até a esmo".

Anónimo disse...

Guadalupe não desânime pois o seu trabalho foi e continua a ser louvável, e concerteza uma "força" para quem é Assistente Social neste país, há muito ou pouco tempo. Muitos lhe agradecemos a sua iniciativa e estamos consigo.
Está na "moda" os movimentos cívicos na política, quem sabe se esta não é génese de um movimento similar...
Os bons assistentes sociais bem precisam... é preciso conhecermo-nos melhor...
É urgente por "ordem" nesta "desordem" do serviço social e separar "o trigo do joio".
Quem deve fazer alguma coisa neste caso do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Vila Real?... A APSS? A Provedoria de Justiça? Julgo não ser assim tão difícil ganhar esta causa, já que existe legislação e que está regulamentada?

S Guadalupe disse...

Sim... e não podemos esquecer esta situação. Eu já solicitei elementos mais precisos para solicitar a averiguação. Mas qualquer um de nós deve sentir que pode e deve fazer a denuncia destas situações. Segundo declarações que ouvi da representante do sindicato no colóquio do ISMT... é o que eles esperam. A APSS tem também agido nesse sentido quando lhe chegam as situações. Devem ser os nossos representantes a agir legalmente, não nós individualmente.

Anónimo disse...

Considero as sugestões do introvetor interessantes. Porque não enviar estas e outras por escrito à APSS e ao Sindicato?

Quanto à situação de Vila Real, atendendo que o presidente actual do ISSS é assistente social, custa-me entender como se podem aceitar este tipo de casos que têm um impacto tão negativo na profissão quer em termos de empregabilidade, quer em termos de imagem.

Anónimo disse...

Pois, caro colega António, o problema é que o presidente do ISSS, além de AS é também politico, e aí, parece que ganha o plitico e não o profissional.

Quem ferve com o partido, arrefece tudo á sua volta.

Quem cegamente segue o partido, mesmo tendo a capacidade de ver, não vê.

Anónimo disse...

O personagem ilustra a ambiguidade que teimamos continuar. Assistentes Sociais ou militantes politicos? Em Portugal muitas das personagens influentes na afirmação pública da imagem profissional nunca resolveram esta ambiguidade. Seguramente o exercicio da profissão implica valores, opções ideologicas, mas os percursores e os clássicos sempre alertaram que o fundamento da profissão deveria ser construido com base na lógica do conhecimento cientifico. Muitos dos Prof. de SS preferem discursos Naifes, pósmodernos e tretas que tal ... por isso no próximo cruzamento temos que mudar de direcção! e Viva o Alfredo!

Anónimo disse...

Não deixa de ser curioso tantos anos após o 25 de abril, se confunda tanta coisa. Assistentes Sociais ou MIlitantes políticos? Mas o anónimo agora também quer impedir que um assistente social seja militante político? Que faça escolhas? Que raio de democrata? Ou será que vamos criar o partido do Assistente Social?
Ocupar cargos de relevãncia pública, cuja matriz é de influência partidária e aí o papel principal ou único é aquele em que está dirigente, é algo que realmente pode incompatibilizar com a função e a defesa profissional. Agora dizer que não se pode militar, ou pelo menos militar rosa, pois e se for laranja, ou totalmente vermelho, um vermelho mais BE, ou porque não PP (temos colegas sabe!), ou outro partido, que coisa estranha nós defenndermos a livre escolha dos utentes/cidadãos e simultâneamente limitarmos as escolhas aos nossos colegas.
A profissão na realidade é um complexo histórico, social, ideológico,científico até artístico, ético, que não se assimila a militâncias, ficou provado no processo de reconceptualização que a militância política, enquanto actuantes profissionais em simultâneo(repito), resulta na subjugação profissional a um ideário, torna-a monolítica, isto quando a engajamos a uma via ideológica ou partidária. Lembremo-nos que o Sercviço Social desapareceu nos países de Leste, exactamente por isso, e não porque as razões sociais o fizessem desaparecer. Mas esta perspectiva, que eu partilho, pois o nosso compromisso é mais vasto e têm a ver com os sujeitos em acção, com a vinculação á sua elevação e supração das condições de humilhação e degradação social.
No entanto, no campo não do exercício profissional, mas no campo pessoal ninguém pode ficar ou ser limitado pelas opções políticas, nenhum assistente social está obrigado ao voto de castidade da militãncia política, ou pelo menos de militar em apenas alguns partidos do leque, isso é um princípio civico, e exclusor, esse outro sim capaz de instruir processos de profunda divisão.

Anónimo disse...

Concerteza caro colega! Mas nao é disso que falei. Militemos na cor que nos der gozo, mas nao façamos desse ideário a afirmaçao ou projecto histórico da profissao

Anónimo disse...

...ou seja, o tal seguidismo que provoca cegueira.

Anónimo disse...

nem mais!

(intro)ventor disse...

Qual é a trama do ser político e do ser profissional! Não haverá bons políticos? Que mito geral é este que nos impede objectivamente de qualificar as actuações políticas do governo?

Eu sei que a classe política é suspeita e tal, mas daí a fazer juízos pessoais em pressupostos do senso comum...

Como profissional do Serviço Social opto mais pela côr verde (coincide com o partido da terra mas não tem nada a ver).

Anónimo disse...

Na verdade partilho como o introventor também digo: o declinio do debate produzido pelas intervenções anónimas, muita baseadas em conceitos do senso comum, em análises apriori sem uma contextualização necessária que não seja como o comum, apelidar "tachistas, pnelistas, seguidistas, etc".
Seria bom refelctirem que será com esses discursos a roçar a pobreza conceptual que nos afundam no pãntano da ignorância e da lamentação.
É em nós que pode resiidir a mudança e a capacitação para outros horizontes, mas mudem as características dos discuros, pois empobrecem o serviço social e não enobrecem.
Para as ouvirmos só precisamos de ir á rua ou andar num táxi e ouvir, que com o Salazar é que era bom, todos no tarrafal, etc...
Consigamos produzir boas análises e alguém repará melhor na nossa área.
Nem será assim que conseguiram os objectivos de denegrir imagens, ou produzir contra qualquer coisa, é tão pobre que nem atinge a quem o dirigem.

Anónimo disse...

Pelos vistos atingiu....

Anónimo disse...

Que eu saiba não sou dirigente público ou do sector público, nem me senti atingido minimamente por essas coisas escritas por aí, a não ser que o anónimo prive com a pessoa em causa e saiba mais, então desembuche, mas com um discurso mais rico.

Anónimo disse...

Viva o Alfredo uma porra!
Então esse era a favor da Ordem e depois quer mudar o discurso, põe os outros a fazer caixinhas para ele, Pro peditório dele já dei, a ele até sô mais pela Opus, Bendito sejas, antes a opus que o comunismo. harre satanas!
E Viva o Edmundo, esse é que devia dirigir a Ordem e não o Dr. Alfredo que quer ir para o cruzamento e mudar a Direcção. faria um baiixo assino!

Anónimo disse...

Para todos estes anónimos ou semi anónimos, é lamentável o discurso tão pobre, independentemente a quem é dirigido, revelador do estado mental de muitos dos que querem enterrar em definito a nossa profissão. Lamentável, pois se fala ou insinua nomes de pessoas, mesmo que discordemos delas.
Um dos combates que começo a encarar é exactamente contra este grupo de anónimos, mas que têm rosto e pertencem á profissão que expõem outros colegas, independentemente de onde estejam, não tenho medo e desafio-os a dar o rosto e vira a liça e provar o eutêm feito para melhorar o estado da arte, fico á espera.

Anónimo disse...

Meu caro Joaquim Paulo o debate sobre militância politica (leia-se partidária) e os projectos de afirmação técnico cientifica da profissão são "velhos" como todos sabemos (releia-se Flexner, 1917...). Mas, o sentimento de que esta profissão não ganha paridade com outras profissões derivadas da multiplicidade de conhecimentos produzidos por diferentes dominios cientificos, radica no facto de muitos dos seus agentes exercerem o seu papel abandonando preocupações cientificas ou de validação das suas práticas ou argumentos segundo principios e práticas utilizadas pela comunidade cientifica, concerteza com divergencia, diversidade ... mas submissão a critérios de prova, evidencia empirica e critica...
Não tenho nada contra o senso comum! Mas confesso que é muito do senso comum que rege as práticas e os falsos consensos que lavram na profissão!
Nem sempre o que parece é! Senão o Sol estaria em moviemto ... e para muitas gentes no mundo ainda é assim! As profissões téccnico cientificas não são profissões de Fé - Confessionais! Embora o Serviço Social teime em não romper com a sua base confessional! Mande sempre!

Anónimo disse...

Parece que deu resultado o meu desafio, ainda bem, os pensamentos ficam amis claros e definidos.
Só um atalhe, embora até nem tenha confissão, nenhuma profissão pode negar a sua história, e será verdade que esta têm uma base Cristã (protestantte, católica), portanto será sempre algo que marcará. Não parece que ao nível teórico e conceptual, neste momento, tenha esse peso, a questão está ligada a duas áreas: o factor IPSS (maioria católicas) e o factor emprego, bastante elevado nesse sector.

(intro)ventor disse...

os comentários deste post são o reflexo das boas caldeiradas à portuguesa! O potencial está cá todo, pena é que muitas vezes a caldeirada é feita sem o peixe!

Quando há união, há ordem, e quando há ordem há protagonismo...

S Guadalupe disse...

(intro)ventor, ... venha mais peixe, que uma bela peixeirada de vez em quando também faz parte.

Gosto da caldeirada e da peixeirada enquanto metáforas, pois adoro misturadas, divergências de sabores, de muito barulho e de levantar poeiras...

e é verdade que me sinto melhor em desordem, para já...