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"O domínio da acção é muito aleatório, muito incerto. Impõe-nos uma consciência muito aguda dos imprevistos, mudanças de rumo, bifurcações e impõe-nos a reflexão sobre a sua própria complexidade."
Edgar Morin, 1990
A desvalorização da Filosofia no ensino e no acesso ao ensino superior, e a cada vez menor valorização dos alunos do ensino superior face à reflexão sobre questões complexas, preocupa-me e faz-me pensar seriamente que estamos a formar gente que até pode saber fazer bem o que está instituído que faça, mas que não se posiciona, não faz emergir alternativas, não propõe e, pior, não reflecte! Há coisas que não se ensinam, mas deve haver espaços pedagógicos para que se façam emergir. Há quem tente, mas o eco é de tal forma mudo que o silêncio se torna assustador ao ponto de calar para sempre o espaço. É doloroso lidar com o silêncio, mas há quem o faça à procura de novos ecos ou de ecos diferentes do que estaria à espera.
4 comentários:
A poesia afinal não só um dom que paira no meu blog...
Há ecos distantes, bem longe do nosso mar, é preciso procurar a concha certa onde os encontrar.
O problema é que o mar está sempre tão cheio de conchas que jamais abrirão ou revelarão alguma pérola! No entanto há sempre aquelas que valem o esforço...
A contigência da procura é a inutilidade, mas ao virar a esquina uma música diferente pode quebrar o silêncio e valer o esforço...
È com prazer que pela primeira vez após ter descoberto (recentemente) este espaço de brainstorming, que opino e (espero) contribuo para a elaboração de um debate que mais tarde possa sortir efeitos positivos tanto na classe que já opera como naqueles que ainda estão e que virão a estudar esta “arte” que é p Serviço Social.
Antes de mais gostaria de mencionar a desvalorização por parte da actual (grosso modo) classe trabalhadora de A.S. relativamente as camadas mais jovens e recém licenciados. È igualmente fundamental que o posicionamento dessa nova classe (bem como dos que já operam á mais tempo) comece a “criar” causas, objectivos sociais pelos quais sejam merecedores de luta. Existe na minha opinião uma falta de pró-actividade nos jovens que tem como origem o actual estado social, bem como a incapacidade da sociedade as creditar como válidas e credíveis (muitas vezes são vistas como movimento de rebelião e destabilização). Por último é importante que o nosso sistema de ensino propicie espaço não de construção de conteúdos temáticos por si só mas também momentos de reflexão e de debate afim de criar uma atitude questionadora.
Como será possível? Não mas estes espaços são fundamentais e imprescindíveis para o inicio de algo que só o futuro o dirá…
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