«terei uma tatuagem na testa com a inscrição "assistente social"?» - pergunta M.
M. acaba de estacionar o seu carro numa zona de parquímetros, quando é abordada por um rapaz com dois tiquets. M. agradece, mas diz-lhe que o tempo que resta nos tiquets não lhe convém, pois vai necessitar de estar mais tempo, dirigindo-se ao parquímetro. O rapaz segue-a, perguntando-lhe curioso: "desculpe, é assistente social?" M., estupefacta, olha-o e responde hesitante: "simmmm! porquê?" "Porque são das únicas pessoas que falam comigo!", responde o rapaz.
6 comentários:
afinal há alguém que percebe da coisa e estava escondido, aqui neste blogue, já podia ter-nos dito, caro RJ!
Gostei.....
Ana
A este propósito lembrei-me de uma frase escrita em 2001 no Prefácio do livro "100 anos de Serviço Social" (da Quarteto). No seu 2ª parágrafo reza assim:
"Inesperadamente deparamo-nos com uma necessidade, por nós considerada algo estranha, que se deve eventualmente ao facto de, e por manifesta falta de atenção, nunca termos feito uma contagem muito séria do nosso envolvimento com o Serviço Social uma vez que se encontra tatuado em nós como uma segunda pele, fazendo parte das nossas vidas (...)"
É assim ... ou melhor SOMOS assim!
DSS - BJS
Então os preceitos religiosos que estão na origem da profissão deverão estar certos, por esta lógica experiencial! Mas toda a história da profissão é contra este reducionismo. E, se a resposta tivesse sido, não. Que diria o arrumador?
O reducionismo construtivista tb não resiste ao automatismo das etiquitagens, caras colegas
é uma espécie de profecia que se autocumpre...
talvez ele diga isto a toda a gente... mas lá que a pessoa a que aconteceu se ficou a questionar, é verdade!
Afigura-se-me oportuno referir a argumentação de Husband face a Bauman e terminar com uma frase Sara Banks.
Bauman a propósito do que chama "impulso moral", enfatiza a responsabilidade moral dos indivíduos colocando-a acima dos vários papéis que as pessoas desempenham (sendo que um desses papéis pode ser o de A.S.)- cada um com as suas regras éticas.
Husband, por sua vez, considera que o "impulso moral" é uma base necessária para uma intervenção responsável por parte dos A.S., falando mesmo de "medula criativa".
No entanto: "princípios éticos gerais" não são a mesma coisa que "regras específicas que determinam qual a acção correcta", neste ou naquele caso. Aqueles, efectivamente, relacionam-se com a "crença ética" acerca do tipo de sociedade em que queremos viver e a forma de tratar as pessoas...
Banks, por sua vez, considera que: "(...)se os trabalhadores sociais fazem parte de uma comunidade profissional, então os princípios não são impostos por um autoridade externa, mas são criados por um grupo do qual os trabalhadores sociais são membros."
Boas reflexões,
muitas insistências e persistências sociais e... bom feriado!
BJS-DSS
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