governo impermeável
Se não tinha muitas dúvidas quanto à sedução governamental pela metáfora da saúde mental... que nos propõe o que alguns vislumbram como governo autista. Diria agora que a capacidade de interacção existe mas é impermeável ao que é trazido pelos ditos parceiros, levando-me a pensar em delírios maníacos e num egocentrismo exacerbado e colectivo.
Quando penso numa associação profissional forte, penso na sua constituição enquanto parceiro das instâncias de poder. Mas quando assistimos às ditas negociações anuais para aumentos salariais e percebemos que os impermeáveis vão vestidos e assim permanecem, apenas me vem à memória a imagem do "bubble boy". Curiosamente, ao pesquisar imagens deste, apareceu também uma linda imagem do Bush. Outro que tal! Estamos bem entegues! E assim estaremos vivendo da ilusão discursiva em torno da democracia participativa...
6 comentários:
O engraçado cara Sónia é que o mesmo se pode aplicar ás organizações sindicais, pois desde as caras ( o nosso Bettencourt que até apoiou o Fili Menezes), o carvalho da silva, o da Fesap, o da UGT, até aos discursos, até sempre às greves tudo já anda e diz o mesmo a todos os governos há 30 anos. Penso que não é problema meu oftalmológico ou auditivo.
Na realidade o autismo deve ser prática comum.
Nos países assim um pouco mais avançados, pronto vá lá, como a Alemanha a Dinamarca, a Noruega, os Sindicatos já discutem outras coisa, nomeadamente são pró activos, negoceiam coisas concretas que os trabalhadores sabem importantes como emprego, trocas de flexibilidade por garantias sociais concretas, etc, bom e parece que lá vai dando resultado, pelo menos... agora aqui enfim, a televisão continua a preto e branco...
A arrogância tem sido uma arma com a qual todos se ferem mais tarde ou mais cedo.
Se considero que a face, o discurso e a atitude tem de mudar no mundo sindical. No entanto, parece-me que não muda porque a necessidade de luta pelos direitos dos trabalhadores se reafirma continuamente. Assim o discurso não pode mudar.
Ainda quer coisas mais concretas do que aumentos salariais à centésima?
Enfim, o que acho é que quando se está aberto a negociação se deve negociar. Quando não acontece que se assuma e não se faça perder tempo e argumentos. Mas tal seria assumir o que realmente impera actualmente.
No contexto democrático, podemos chamar-lhe arrogância. Noutros contextos chamaríamos outras coisas. O exercício do poder não se legitima desta forma. Afinal, governa-se em nome de quem?
Bom aqui em Portugal ainda há eleições de quatro em quatro anos (na Venezuela parece que está para acabar) e se o povo não está satisfeito muda.
Por outro lado, o que lhe quiz dizer é que o Sindicalismo é muito mais que anualmente exigir aumentos, ir apra a rua e fazer greves gerais ano a ano. É por isso que o grau de sindicalização decai constantemente.
Ainda e sobre o governo, sem querer entrar nesse campo, no entanto também é verdade, que há gente que passa anos a sujar para depois virem uns limpar, a seguir alguém passa por cima e torna a sujar, Portugal é um país que não passou por anos e anos de guerra, por sacrificios imensos, como noutros países da Europa e sejam justas ou não as políticas, têm dificuldade em aceitar sacrificios para ganhar depois. Prefere ter uma India ali ao lado, ou Angola, daí o mito Sebastianista, e este é um problema de todos os governos.
Salazar depois de ter conseguido endireitar as finanças, com imensos sacríficios do povo, se fosse a eleições teria perdido. Mas como bom ditador arrumou a questão por meio século.
Calma não advogo a ditadura, mas Portugal é mesmo assim. E olhe a União Soviética antes de ter um Estado a olhar por todos exigiu sacrificios inamiginávei a todos, com uma guerra de milhões de mortos pelo meio, bom é o que temos, governantes e governados.
Costuma dizer-se que cada país tem o governo que merece.
Quanto à questão sindical ela tem de mudar porque continua excessivamente dependente dos timings políticos partidários, todos são membros de partidos (PCP, PS, PSD), destacado. O sindicalismo foi no passado uma expressão do movimento trabalhista, socialista e até social democrata, que actuava dentro desses partidos para influenciar a mudança, hoje, como tudo o que vem da modernidade são fósseis, têm de se libertar dessa ganga partidária, que afastou os seus dirigentes de quem represetam (como os partidos), par voltarem ás origens defenderem o trabalho, hoje, não os trabalhadores, pois os desempregados, os que estão á procura do 1º emprego, os precários são esses que necessitam de ver os seus direitos afirmados e não têm. as condições de trabalho, acabar com as regalias que tanto defende, mas sim assumir os verdadeiros direitos, aquilo que todos compreendem, deixar as capelas, do sindicato dos professsores, ou outros mais fortes, em detrimento de profisssões que coitadas, como a nossa, nem se veêm..,
De acordo quanto ao sindicalismos, embora não veja necessidade dos actores mudarem as suas referências.
Quanto à análise política, percebe-se que o Joaquim tem necessidade de referências extremadas frequentemente. Não vejo as coisas desta forma e não necessito de extremar tanto o discurso ideológico para aferir os meus referenciais.
Eu dei noutros posts exemplos de posições menos extremadas se reparou: Dinamarca, Finlândia, Noruega. São países que possuem democracias estáveis, economias avançadas e vão conciliando protecção social, trabalho e flexibilidade.
O problema não é ser eu que preciso de posições extremadas e nem percebo porque a SÓNIA diz, está falar de quê?, Das opções políticas? Mas as minhas estão definidas, acima de tudo sou um democrata puro, e socialista se é isso que quer saber, que também sabe as condicionantes de um país periférico e deficitário como o nosso, que não justifica tudo como é óbvio.
Mas sobre o que interessa, à muita gente jovem que não viveu as experiências demagógicas e populistas da esquerda e da direita com custos enormes para cada país, e é por isso que extremo muito esses exemplos. Bom também temos o canal história-:)
Enfim, talvez não estejamos tão separados quanto isso, mas é salutar discutir, divergir, faz parte da democracia!
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