8.1.08

é fácil cair no populismo

Com um governo destes é muito fácil cair no populismo. É uma tentação comparar pensões que colocam pessoas abaixo do limiar da pobreza e salários mínimos ou médios muito abaixo dos nossos parceiros históricos da UE aos salários exorbitantes de gestores públicos, neste caso, muito acima dos nossos parceiros históricos da UE. É uma tentação apelidar de esmolas em prestações o pagamento dos retroactivos das pensões. Ridículo é, no mínimo, o discurso fantasioso do país em crescimento, quando todos nós sentimos e pressentimos algo bem diferente à nossa volta quotidianamente. Ridículo é, no mínimo, esta obsessão pelo deficit que tem criado uma cultura de sacrifício e simultaneamente legitimado a exploração. Ridículo é, no mínimo, um governo socialista conseguir trazer à tona a vertente de esquerda populista de Cavaco Silva, apesar da memória nos remeter para algo completamente diferente, como diriam os Monty Python. Quem resiste a cair no populismo? No meio de tudo isto, não é fácil!

7 comentários:

Anónimo disse...

Desculpe, mas não é "isorbitantes" mas sim "exorbitantes". É que o Português é uma língua traiçoeira...

S Guadalupe disse...

ops, ainda bem que esorbitantes não quer dizer nada (acho eu!), senão... poderia dar azo a trocadilhos inesperados...

S Guadalupe disse...

ando com a cabeça exorbitantemente isorbitada!!! curiosamente dou mais erros "a la acordo ortográfico" quando estou em período de coreecção de testes. neste momento a pilha está a esvaziar-se e o meu cérebro também ;-)

Anónimo disse...

Vamos é lá aos comentários
esta política que se aplida de socialista é impressionante mas as desigualdades sociais são cada vez mais acentuadas, os muito ricos e os pobres, para onde está a ir a classe média.
Para o serviço social esta política é um atentado à sua visão de uma sociedade mais igualitária, "equilibrada e mais "funcional", onde exista igualdade de oportunidades para todos- em suma mais justa.
Curioso aquando da crição em 1996 do então RMG o lema era "QUANDO O SOL NASCE É PARA TODOS"...Será agora o mesmo?...

Anónimo disse...

Eu não vejo qual é a dificuldade que fala?
Quando não se está de acordo com uma política por valores ideologia ou outros é simples, NÂO GOSTO.
O populismo é cavalgar ondas populares porque se sabe de algum descontentamento com medidas de governo, quando verdadeiramente não se é contra e se estivesse no governo saberia que mais para um lado ououtro faria o mesmo, ou seja sem coluna, isto é populismo.

E o populismo é cancro de uma democracia.

S Guadalupe disse...

Abomino o populismo, daí o post. Mas o seu carácter tentador está aí, pelo ar... e torna-se cada vez mais difícil resistir. Há inúmeros exemplos.

Anónimo disse...

Populismo - política que se orienta pela obtenção do favor popular, através de medidas que agradem sobretudo às classes com menor poder económico.

Definição, contida no dicionário de português on line LINK - http://www.priberam.pt. ( ficam com o link que sempre ajuda e é muito útil)

A idéia geral é a de que o líder populista procura estabelecer um vínculo emocional (e não racional) com o "povo" para ser eleito e governar.
Isto implica num sistema de políticas, ou métodos utilizados para o aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo além da classe média urbana, entre outros, procurando a simpatia daqueles para angariar votos e prestígio - resumindo, legitimidade - para si.
São assim, movimentos políticos que se propõem a colocar, no centro de toda ação política, o povo enquanto massa, em oposição - ou ao lado - dos mecanismos de representação próprios da democracia representativa. A democracia representativa por sua vez, torna estrutural e permanente uma separação entre dirigentes e dirigidos. Um dos mecanismos que vai reforçar a separação entre dirigentes e dirigidos refere-se aos conhecimentos técnicos necessários àqueles que irão representar o "povo".
A diferença entre dirigentes e dirigidos, ou representantes e representados, acaba por afastar a política das práticas quotidianas, afastando duas esferas muito intimas na democracia directa: a política e a vida social.
Como menciona CASTORIADIS (1983), "a representação "política" tende a "educar" – isto é, a deseducar – as pessoas na convicção de que elas não poderiam gerir os problemas da sociedade, que existe uma categoria especial de homens dotados da capacidade especifica de "governar" (p.274)
(cf. WIKIPÉDIA)
E assim, caras colegas, como se pode identificar nas muitas entrevistas, posturas ou afirmações o populismo?
Um bom mote para um debate, não acham?
Boa malha ... Guadalupe