1.2.08

a propósito de um comentário sobre a relação do Serviço Social com a Políticas Sociais

... do Duarte... resgato algumas passagens de um texto riquíssimo sobre a prática profissional quotidiana de Myrian Veras Baptista, no seu livro A Investigação em Serviço Social publicado pelo CPIHTS em 2001, cujo exemplar tenho o prazer de ter assinado pela autora. Ainda ontem os li alto a uma orientanda...
Diz-nos Myrian Veras Baptista (2001:17-18) que «a prática profissional concreta, quotidiana, exprime não apenas a capacidade técnico-operativa de quem a realiza, mas também, e principalmente, sua posição existencial, política e ideológica face às relações da sociedade em que vive. (...) A prática profissional dos assistentes sociais é uma prática que lida fundamentalmente com as políticas sociais: esta é a sua "matéria-prima"». Remetendo-nos para o papel de mediador assumido pelo assistente social, Baptista (2001, citando CELATS, 1985:59) refere que «sendo contratado predominantemente pelo Estado, é convocado para exercer o papel de interlocutor deste em face dos sectores populares [traz consigo a potencialidade de que a] dimensão política do assistente social como articulador entre os sectores populares e os programas institucionais no campo dos serviços sociais faz desse profissional um agente político por excelência».
«No mundo das instituições, no "dia-a-dia" de trabalho, o sujeito vê-se frente a desafios intrínsecos à sua rotina (...) [onde há] a emergência de exigências imediatas, em resposta às quais são desenvolvidos esforços para satisfazê-las, sem que os sujeitos tenham tempo para uma reflexão mais aprofundada» (idem:19). Mas, ainda assim, «mesmo a [resposta] mais imediata e quotidiana, contém em si uma referência à consciência: é sempre um acto no qual a intencionalidade precede (...) a intervenção, muito embora isto nem sempre fique claro para quem o pratique.» (idem ibidem)

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