23.6.08

à parte

«(...) Para fazer face à pobreza e à exclusão social é preciso criar equipas multidisciplinares na área da psicologia, sociologia e eventualmente do direito', disse Jardim Moreira numa reportagem sobre "Pobreza: Rede Europeia quer observatório para a região do Tâmega" (18/6)

Com todo o respeito para com as outras áreas do saber, mas convenhamos que falta algo, que não é um pormenor: o serviço social. Foi este o comentário de um leitor deste blog à notícia. No que me toca, só espero que a falha se deva ao facto de considerar o Serviço Social como fundamental e obviamente previsível nas equipas que leve a que nem tenha de ser mencionado.

7 comentários:

Duarte disse...

Vindo de um padre, não se pode esperar grande coisa em matéria de luta contra a pobreza e exclusão social. Para além disso, é sabido a alergia que os assistentes sociais provocam nos meios eclesiásticos mais conservadores (o que por certo representará 90%...). Mas talvez a seu tempo tenha o esclarecimento devido, e até acho que seria interessante a própria APSS proceder ao mesmo enviando a esse senhor uma notazinha de esclarecimento, não?

S Guadalupe disse...

;)
não sei...
quanto a mim, a organização merece-me já algum respeito pelas iniciativas (de produção documental, de formação e de divulgação)e posicionamentos que tem tomado, independentemente do seu lider ser padre. Confesso que estranhei muito quando soube, mas ok... nunca percebi como são escolhidas estas lideranças, mas certamente que o foram de forma legítima.

Duarte disse...

Sónia, não preciso de respostas políticamente correctas...Aliás nem eu, nem o Serviço Social português. Ou enfrentamos as coisas olhos-nos-olhos e não temos medo de meter o dedo na frida ou vamos passar a vida a ser constantemente enxovalhados e ultrapassados, sem dizermos nada. Sei que não é essa a sua postura e o seu blog é prova disso, por isso gostaria que mantivesse o mesmo espírito. Temos sido demasiado politicamente correctos e acho que temos de começar enquanto classe a dar murros na mesa e a levantar a voz em defesa dos nossos interesses. Sabe que muitos dos problemas com que nos debatemos tem base em desconhecimento, faltas de informação e equívocos. Há muita gente a falar do que não sabe em relação ao Serviço Social em Portugal e como não eslarecemos, é como diz o ditado: "quem cala consente". Desculpe-me o desabafo.

joaquim disse...

Desculpem a minha intrusão, mas:

O Duarte ao falar assim da Rede e do próprio Padre Jardim demonstra um desconhecimento sobre as fomras substantivas e certificadas teoricamente com que vem conduzindo a mesma, basta ir á página, ou então conheça-o pessoalmente. Pois ele gere várias IPSSs, com dezenas de colegas nossos conhecendo muito bem o nosso trabalho.
Não me parece que o assunto, sendo importante, mereça sequer um parecer,há coisas mais graves, uma vez que nós já fazemos parte por inerência dessas equipas os outros não, talvez o "pecado" não seja por omissão, mas por partir do principio que nós seremos indispensáveis, pelo menos vindo desta Instituição.

Por fim, acho que continua a ser indispensável que os colegas se associem nas Associações, nos Sindicatos, etc, criem novas, ou qualquer coisa, mas participem, porque por um lado pela omissão definham a organização, por outro lançam algumas atoardas que até ficam bem no estilo mas nada tem a haver com a realidade. Uma profissão que não participa, talvez mereça muito pouco e isso depende de cada um, e só a nossa força, só o nosso querer, só o estarmos plenamente sempre permitirá ultrapassar estes handicaps, o resto só serve para criar mais descrença, e menos vontade.

Duarte disse...

E o Joaquim por acaso sabe se eu participo ou deixo de participar? O que esteve em causa no meu comentário foi uma omissão que não considero de bom tom e que de quando em vez surge na comunicação social em relação aos assistentes sociais. Por parte de um dirigente com as responsabilidades do Pe. Jardim Moreira ainda é mais lamentável, já que deixa nas entrelinhas, quer queiramos, quer não, que avalia negativamente o trabalho dos assistentes sociais e por isso é necessário apostar nos outros. Estas coisas não podem ser ditas assim, muito menos na comunicação social. Não gostei, por isso critico as suas palavras. Assim como não gostei de declarações de uma vereadora do Porto também já discutidas neste blog, bem como de outras. Preocupo-me em defender a nossa situação profissional e não gosto do discurso politicamente correcto de que "os outros também são importantes", enquanto que nos bastidores esses "outros" estão mortinhos para nos ocuparem o lugar. Não concordo com o trabalho que certos sociólogos, psicólogos, educadores sociais, comunitários, entre outros, têm desenvolvido em algumas instituições, pois considero que não estão habilitados a fazer Serviço Social, tal como nós não estamos para fazer psicologia, por exemplo. E infelizmente nos últimos anos temos vindo a perder terreno por questões destas, o que é extremamente injusto. Por isso, é pena que alguns de nós em vez de mostrarmos o nosso descontentamento face a essa situação, consideremos que há outras coisas piores e mais importantes. Mais impotante que a nossa salvaguarda profissional? Não me parece que existam muitas coisas. Se isso é lançar atoardas, então espero que haja muitos colegas a lançar destas atoardas.

joaquim paulo silva disse...

Sabe Duarte a coerência é importante e não vou entrar em polémicas consigo, embora mantenha sobre este assunto a mesma posição que nada é "politicamente corecta", ou o que quer que lhe chame, mas lembro-lhe foi num comentário seu no meu blog que disse, o Duarte, não estar associado nem ver interesse em estar na APSS, a propósito do recenseamento e da Ordem, daí que se passou a estar...

Duarte disse...

Olhe Joaquim, se perdeu tempo à procura do histórico de comentários meus, então procurou mal. Se alguma vez disse isso, não foi a propósito do recenseamento, em relação ao qual, de resto, já participei, quer através da minha inscrição, quer na publicitação do mesmo junto dos colegas da minha zona. Depois, e repito, não sabe se participo ou não, não sabe mesmo, e também não lho vou dizer porque não lhe reconheço qualquer autoridade nem para me julgar a mim nem quer que seja, embora o Joaquim se considere com toda a legitimidade para tal, o que lamento. O Joaquim não sabe mesmo o que faço ou deixo de fazer em prol da classe e lamento que tire conclusões precipitadas acerca de quem não conhece, o que é apanágio seu. Por muito que o Joaquim possa trabalhar em prol do Serviço Social, a humildade é uma coisa importante.