14.7.08

a arte e a ordem

Há 2 dias atrás apanhei o Adriano Moreira na SIC Notícias no horário do Mário Crespo a comentar notícias do dia.
A propósito do número de vagas do curso de Direito em Lisboa (500), defendeu o princípio de garantir o direito a que as pessoas tenham acesso aos cursos que querem tirar, sem uma necessária correspondência ao mercado. Até concordo, em certa medida, no entanto, noutra medida, coloca-nos perante o absurdo. Se se deveria questionar o sentido dos numerus clausus, também se colocaria em causa o próprio investimento do Estado no ensino superior. Se há cursos que devem ser mantidos a todo o custo para garantir que as Universidades ainda reflectem o seu sentido mais nobre, há outros que devem reflectir necessariamente as tendências do mercado e os investimentos que um país escolhe para si em determinada altura.
Comentou o que considera "derivas sindicais das Ordens Profissionais" e, a este propósito, defendeu o seu campo de acção: a intransigência da defesa da arte! Ou seja, a regulação da relação entre o patronato e o assalariado, atendendo a que a ideia das Ordens para as profissões liberais faliu face às novas realidades do mercado de trabalho. Se o patronato pode definir regras para quase tudo, não pode em qualquer circunstância interferir na ARTE. Muito bem! Ainda que eu pense o âmbito mais alargado: nomeadamente da regulamentação profissional, pois para que se defenda a arte, tem de estabelecer-se quem pode colocar em prática a arte e em que condições. Ele usou até uma expressão muito engraçada, mas que, tendo em conta o meu nível de cansaço, esqueci. É triste lembrar que me lembrei, mas que esqueci! É no que dá...

2 comentários:

jpdeverona disse...

[O verão tem destas e outras coisas. Num registo a condizer com o verão recordo aquele refrão: "eu não me esqueci de esquecer de ti".(é do cansaço!)]
Vi hoje uma parte do debate na RTPN [EDIÇÃO ESPECIAL DE INFORMAÇÃO®] acerca do tema nacional do momento: o tiroteio no bairro da quinta da fonte em Loures... é incrível como parece que estamos sempre a começar (no mau sentido do termo), como não se aprende com os erros, como não se adequam as boas práticas a situações "novas"... Enquanto isso, sente-se que uma parte da sociedade portuguesa vai ficando mais pobre, mais violenta, mais securitária e menos humana.

S Guadalupe disse...

pois, irritou-me profundamente que a primeira reacção fosse quase unanimemente em torno do apelo para a intervenção policial e para o "queremos mais polícia nas ruas" etc...

Depois lá vieram os mesmos do costume lançar novos eixos no debate, quando já ningém ouve ou já está massacrado com informação para ouvir atentamente. è o costume!