23.9.08

dilemas na política

A propósito do debate parlamentar sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo em Portugal, faço notar nas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa a propósito do indicação de voto no PSD, em este defende que «É uma opção de natureza essencialmente ética. Se eu fosse líder, propenderia a dar liberdade de voto, mas respeito perfeitamente que se entenda que é uma questão sobretudo política e que não se dê».
Algo semelhante já ocorreu anteriormente no debate sobre a lei do aborto no PS de Guterres e arrastou-se da forma que conhecemos.
Ora, se deve ser deixado ao critério das consciências de cada um, não deveriam os políticos demitirem-se do papel de defender esta ou aquela direcção de voto? Que tal aprovarem este tipo de leis e deixarem, depois, as decisões na consciência de cada cidadão?
Bem sei que é um dilema sempre presente nas relações sociais: até onde vai a o Estado e a vida privada? O que é regulável por leis? E, a ser regulável, que leis definir? O Estado tem essa legitimidade, mas desejaria que os nossos representantes fossem mais responsáveis e menos politiqueiros. O jogo político não se pode fazer assim. Já estamos um pouco todos fartos... eu estou, pelo menos!

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