6.9.08

Serviço Social nos media

Já sabemos que a maioria dos portugueses pobres são trabalhadores, daí que não espante a solicitação de apoio por problemas económicos entre os polícias.
No entanto, a publicação desta notícia aqui serve também para chamar a atenção para 3 aspectos: por um lado, pelo facto da notícia surgir associada aos Serviços Sociais da PSP (recentemente criados), apelidados de assistência social destorcidamente, pois estes não são conceitos sinónimos, ainda que associados historicamente; por outro, por alargar o espectro da intervenção do Serviço Social a outros problemas sociais que não meramente económicos; e, por último, por apresentar uma população-alvo do Serviço Social que foge à população dita clássica, à qual surge frequentemente associado.

«Problemas familiares e financeiros levaram 111 polícias a recorrer ao serviço de assistência social
Mais de cem polícias recorreram aos Serviços de Assistência Social da PSP desde Julho de 2007, com pedidos de ajuda para resolver problemas económicos e familiares, segundo dados a que a Agência Lusa teve acesso

A este serviço recém-criado, e no qual trabalham duas assistentes sociais, chegam situações de todo o género. Muitos dos casos prendem-se com o facto de serem deslocados e de precisarem de orientação e outros estão relacionados com problemas familiares, em especial divórcios.
O divórcio é, aliás, um problema cada vez mais presente na vida dos agentes da PSP. Sete agentes procuraram este serviço por essa razão e muitos dos problemas económicos apresentados por 48 agentes estão indirectamente ligados à dissolução dos casamentos.
"Por situações de divórcio, as pessoas assumem empréstimos e depois não conseguem fazer face a eles. Nós reorganizamos todos esses créditos (geralmente crédito fácil) e tentamos orientá-los", dizem Paula Gonçalves e Sofia Rodrigues, os rostos do serviço de assistência social.
O divórcio afecta todas as idades, mas com maior incidência nos 30 anos. Segundo o secretário-geral dos Serviços Sociais da PSP, intendente Matos Torres, esta é uma profissão condenada a ter altas taxas de divórcio e por essa razão tem de haver estruturas que consigam amparar os problemas inerentes às rupturas familiares.
Já no que respeita aos agentes deslocados, a procura destes serviços prende-se não só com "uma certa desorientação" mas também por questões económicas.
"A polícia tem muitos deslocados em Lisboa, são desenraizados, deixaram namorada ou mulher e filhos e acabam por ter que sustentar duas casas, o que se torna muito complicado do ponto de vista financeiro", disse Sofia Rodrigues.
Em 13 meses de funcionamento, o serviço, ainda pouco conhecido, foi contacto por 111 agentes: 48 por problemas económicos, 18 por questões familiares, seis com pedidos de ajuda relacionados com a habitação e 19 por questões de saúde. »
Fonte: Sol 6/09/08.

2 comentários:

Duarte disse...

Aí está um exemplo que poderia e deveria ser alagardo a empresas. Não digo PME's, mas pelo menos, empresas de maior dimensão com mais capacidade de investimento e com um número elevado de trabalhadores. Tenho familiares que trabalham em algumas e vejo que faria todo o sentido a existência de um serviço social nas mesmas, à semelhança do que sucede noutros países.

S Guadalupe disse...

Aliás, seria suposto terem, por lei. Para além deste tipo de intervenção, faz todo o sentido que os assistentes sociais na área do trabalho/emprego desenvolvam e trabalhem na área da responsabilidae social das empresas.

Enfim, há tanto por fazer...