9.11.08

Mal-estar no "Vida Emprego"

Toxicodependência. IDT e IEFP não renovam contratos a mediadores (DN, 9/11/08)
A reinserção dos toxicodependentes no mercado de trabalho está em risco", com a não renovação dos contratos de trabalho de dezenas de mediadores que colaboram no programa Vida Emprego - gerido pelo Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT) e pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), e que são responsáveis pela colocação de ex-toxicodependentes em empresas. Essa é a convicção de vários técnicos do IDT ouvidos pelo DN (...)."Abdicar dos mediadores, que têm um trabalho fundamental a convencer empresários a contratar estes utentes e a apoiá-los durante os meses de estágio é a mesma coisa que deixar morrer o Vida Emprego e pôr em causa a reinserção, enfim, a recuperação plena", disse ao DN uma técnica senior do IDT. Em 2007, os mediadores participaram na contratação de 57 pessoas. (...) O panorama de não renovação dos contratos aos mediadores foi confirmado ao DN pelo próprio presidente do IDT, que atribuiu a situação a uma questão de ordem orçamental: "este programa é gerido em parceria pelo IDT e o IEFP e depende de um financiamento comunitário que deixou de apoiar este programa", disse João Goulão. (...) "Vamos simplesmente internalizar a função dos mediadores, o que significa que esse trabalho passará a ser realizados pelos nossos técnicos de serviço social", adiantou. Até porque, reconheceu, "é uma função muito útil e o programa é um dos que tem obtido melhores resultados". (...) A intenção de substituir os mediadores com contratos a termo pelos técnicos do IDT é tudo menos pacífica entre os assistentes sociais. " Não só vamos sendo cada vez menos para as funções que temos como ainda nos pedem funções completamente distintas", reagiu uma assistente social ao DN. Enquanto um assistente social tem a função de traçar o perfil do utente, medir o seu empenhamento, fazer a ligação com a família, a educação e os tempos livres, a mediadora é vocacionada para lidar com empresários, gestores, estudar o mercado, acompanhar os estágios profissionais. "Não é viável acumular estas duas funções, são os utentes que saem a perder", disse.

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