28.1.09

Assistentes Sociais na TV

Hoje, num breve zapping, numa hora de jantar tardia, deparei-me com duas reportagens onde não faltaram assistentes sociais a falar... é pena ter apanhado apenas o final de ambas as reportagens e de andar sem tempo. A ver...

Reportagem sobre a Linha de Emergência Social (SIC) (Jornal da Noite, 2ª parte, 28/01/2009)

Reportagem "A Dor da Velhice" (RTP1) (Em Reportagem, 28/01/2009)

5 comentários:

prafrente disse...

Vi parte da reportagem no canal 1.Um dos poucos trabalhos com cabeça,tronco, e membros feito pela comunicação social.Habitualmente brindam-nos com telenovelas, Freeports e futebol...
O suicidio do idoso, pressionado pela solidão,é algo que eu achava não ser possivel.Até porque somos biológicamente "programados" para auto preservarmos a vida.

Duarte disse...

Foi um dos poucos exemplos em que vi o trabalho dos assistentes sociais ser retratado com seriedade e objectividade. Pena não se verem mais exemplos destes e sermos geralmente retratados em programas pouco credíveis como são os das manhãs da SIC e da TVI. Hoje houve um debate na manhã tvi (não o acompanhei atentamente) sobre crianças retiradas às famílias em que no painel participou o presidente do ISS (e nosso colega, embora não tenha sido convidado como tal) Edmundo Martinho. É bom que nestes programas se dê a oportunidade aos responsáveis e aos técnicos de poderem explicar de forma objectiva de que modo funcionam as coisas. Geralmente vemos comentários preconceituosos e despidos de qualquer objectividade e que apenas se destinam a ganhar audiências. Basta atender à postura do jornalista Hernâni Carvalho que já no tempo da SIC vexou assistentes sociais sem lhes dar direito a qualquer contraditório. Ainda me recordo quando à porta de uma CPCJ, a jornalista falava dos técnicos que a compunham como sendo assistentes sociais apenas, desconhecendo a forma como são compostas. Não vejo, portanto, esses programas realizarem um trabalho jornalístico credível. Nesta ocasião foi diferente. Espero que se repita.

S Guadalupe disse...

Ainda... não consegui ver...

...mas apanhei de rompante a minha colega de trabalho e de doutoramento Margarida Pocinho, que fez um estudo sobre o suicídio no idoso.

Duarte disse...

Ontem na TVI houve mais uma reportagem com assistentes sociais, sobre o RSI. Penso que foi razoavelmente elucidativa, já que mostrou os principais defeitos e virtudes da medida e levou a que os responsáveis políticos assumissem a necessidade de a melhorar, sobretudo em termos dos programas de acompanhamento e do tempo que medeia entre o requerimento e a sua assinatura. Uma das situações mais gritantes era a de uma beneficiária que há dez anos (!) recebia o RSI sem nunca ter sido chamada a assinar um programa de inserção. Infelizmente é uma situação vulgar. Outro problema está nos retroactivos que muitas vezes geram montantes elevadíssimos e cuja gestão não é acompanhada. Contudo, um dos problemas operacionais não foi muito explicitado e que tem a ver com o insuficiente número de técnicos, em especial, de assistentes sociais para o volume de situações. Cada técnico acaba por ficar sobrecarregado e obrigado a dar prioridade ao trabalho administrativo que tem que cumprir minuciosamente. Seria necessário investir num alargamento das equipas, sobretudo no que toca a assistentes sociais. Em vez de as equipas RSI serem constituídas com base 1 assistente social; 1 educador; 1 psicólogo; o número de assistentes deveria ser no mínimo de 2a 3, consoante os rácios, já que são os principais gestores de caso. No entanto, há também que salientar que os técnicos destas equipas que são protocoladas com IPSS's têm geralmente uma posição precária e com renumerações inferiores aos dos técnicos do Estado. Deveria ser papel da administração central e local, a assumpção dessas equipas, já que não faz sentido haver técnicos de
1ª e de 2ª a desempenharem as mesmas funções (RSI), pois é o que sucede com a dicotomia entre os técnicos da Segurança Social e os dos protocolos. Foi uma forma airosa de o estado poupar uns "trocos" muito antes de se falar nas actuais reformas laborais. Também me pareceu pertinente a reflexão da jornalista no final da reportagem a qual lançou a questão de "não estarmos demasiado preocupados com pobres que roubam tostões em vez de ricos que roubam milhões...".

S Guadalupe disse...

;-)
não consigo encontrar a reportagem online para divulgar...