1.3.09

este momento captado em 1994 repete-se provavelmente todos os dias sem registos de imagem

Esta foto tirada no Sudão foi vencedora do Prémio Pulitzer de 1994. A fotografia mostra uma criança a arrastar-se a caminho de um campo de refugiados da ONU, situado a apenas 1 Km de distância. Atrás da criança é possível ver-se um abutre à espera que esta morra. Ninguém sabe o que aconteceu à criança, incluindo o fotógrafo, Kevin Carter, que abandonou o local assim que a fotografia foi tirada. Carter suicidou-se três meses depois com depressão.
Fonte (foto enviada por uma amiga, colega e bloguer...)

O choque a impotência são enormes, mas deixar que continue a acontecer sem nada fazermos choca-me ainda mais.

3 comentários:

prafrente disse...

Esta foto carregada de dramatismo humano deveria causar insónias ao mundo dito civilizado.Contudo acabou por causar uma "alexitimia" social (ausência total de emoções)...Hoje não vemos ali uma tragédia humana mas uma habilidade fotográfica...é o fenómeno da psicoadaptação...infelizmente...

S Guadalupe disse...

sim, a exposição das imagens constantes que nos entram invadem leva a olhar objectos e não pessoas com estórias e vidas, por vezes breves demais.

mas, nem que por instantes, é brutal pensar em vidas humanas assim...

espero não contribuir para a "pornografia" da miséria, pois nesse negócio há já muito boa gente.

Duarte disse...

Pois, existe essa indiferença, mas eu quero acreditar, porque não pode ser doutra maneira, que um Assistente Social - e desta vez escrevo-o com letra maiúscula - não pode, nem nunca poderá sentir indiferença e nem é preciso ser com imagens, mas com a simples ideia da existência de dramas humanos e autênticos atentados aos direitos do homem. Temos a obrigação, representando a profissão que temos, de dar o exemplo e deviamos assumir uma posição mais pública neste sentido, ou seja, num sentido pedagógico perante a opinião pública. O Assistente Social não pode ser um mero funcionário, não se pode resumir ao funcionalismo. Assistente Social que se preze tem de assumir uma postura mais crítica, mais reflexiva. Causa-me impressão constatar em muitos colegas uma total ausência de crítica e de reflexão e uma pobreza intelectual de quem se resume a só funcionar e nada mais que funcionar...