22.4.09

Bolonha e as equiparações

É certo que o Processo de Bolonha reduziu a maioria dos cursos que permitem obter uma licenciatura para menos de 4 anos, sendo um processo imposto e que deve estar terminado em 2010, pela legislação em vigor.
Tenho recebido imensas vezes uma petição que se refere à injustiça desta equiparação para fins de concurso público. Não concordo inteiramente com os termos da petição, pois é um problema mais geral, embora me pareça particularmente útil haver discussão sobre o assunto, e esta via pode favorecer a dita discussão, que quase não chegou a existir. Aliás, estas questões deveriam estar previstas e não o foram, pois não se considerou o nº de anos mas as competências adquiridas. Depois, há ambiguidades: coloca-se às escolas a creditação em ECTS dos graus anteriores e até da experiência profissional para fins de candidatura a outros graus, o que cria disparidades enormes.
Apesar de estar solidária com a discussão, há outros argumentos para além dos anos dos cursos de que se deveria munir, nomeadamente a exigência de serem estabelecidos critérios claros (e gerais, para todos) para o reconhecimento e creditação das competências adquiridas.
Note-se que eu fiz:
- Licenciatura de 5 anos (com último ano de investigação);
- Mestrado de 2 anos (precisei de 3 anos);
- Doutoramento de 4 anos (precisei de 5 anos, e falta a defesa).
Quis fazer mestrado depois de estar a trabalhar e não passei directamente a doutoramento (na altura nem era bem visto entre os académicos, e nem foi assim há tanto tempo). Já fiz 3 teses, para além do relatório de estágio... E eu pergunto: nesta lógica de anos, a minha formação (assim a como a de muitos outros) é equiparada a que grau?

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