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Segurança Social: Sistema tem que ser financiado "por todos os setores da sociedade” - Bruto da Costa

Almada, Setúbal, 18 nov (Lusa) – O economista e sociólogo Alfredo Bruto da Costa afirmou hoje, em Almada, que “esta política social não serve” e argumentou que “é preciso que a Segurança Social seja financiada por todos os setores da sociedade”.

O investigador participou na sessão de encerramento do primeiro dia do II Congresso Nacional de Serviço Social, no Teatro Municipal de Almada, onde defendeu que “esta política social não serve” porque “perdeu de vista os seus objetivos e está completamente absorvida pelo que está a fazer”.

O ex-ministro argumentou ainda que é preciso que Portugal perspetive a Segurança Social “como uma solidariedade de toda a sociedade, e não apenas, como no passado, como uma solidariedade entre a classe trabalhadora”.

“A Segurança Social deve ser financiada por um universo mais amplo, pelo trabalho, mas também pelo capital”, defendeu.

Uma política social à altura do tempo atual deve, “sendo sustentável e universal”, garantir “o bem-estar da sociedade em geral – nunca ser uma política para os pobrezinhos”; dar prioridade às necessidades humanas básicas – porque o problema é de prioridade e não de exclusividade; e ser capaz de resolver direitos humanos básicos”, acrescentou.

A respeito de pobreza, o investigador deixou ainda uma crítica irónica aos governantes europeus que, a propósito do Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, se propuseram baixar o número de pobres nos Estados-membros de 80 milhões em 2010 para 60 milhões em 2020.

“Não sei se devo chamar-lhes 'conformados ou desaforados'", disse, acrescentando que “para combatermos a pobreza precisamos, em primeiro lugar, de acreditar que podemos combatê-la”.

JYF Fonte: Agência Lusa