20.3.11

nota de rodapé

A inquietação que me tem guiado e que levou a intitular o blogue de Insistente Social não deixa que baixe os braços e que desista em momento algum.

Mas o enorme esforço pessoal (não só meu, como é óbvio e sabido) e associativo a que o empenho numa causa profissional obriga não se satisfaz com uma nota de rodapé. Ainda assim, curiosamente apercebi-me que uma nota de rodapé na RTP e na TVI podem ter mais eco do que muitas outras estratégias de divulgação desta causa, a Ordem dos Assistentes Sociais, que não é fim mas meio. Continuarei a insistir, pela parte que me toca, para que deixemos de ser uma mera nota de rodapé.

Estarei aqui entre quarta e sábado. Espero trazer novidades. Certamente que se têm apercebido que não tenho tido o tempo suficiente para "insistir" por aqui mais frequentemente. Já levo um longo atraso nos posts e na partilha, pelo que apresento as minhas desculpas.
Até já.
Sónia Guadalupe

5 comentários:

Duarte disse...

Sempre defendi que a APSS devia interpelar mais vezes os media. A comunicação social não está habituada a ver a nossa classe como uma classe interventiva, comunicativa, que tome posições e as divulgue. Há que começar e insistir, pois é normal que o eco não se faça sentir logo à primeira. Mas como se viu, bastou um simples rodapé para a causa da ordem ter sido conhecida por muitas mais pessoas para além dos assistentes sociais. No meu local de trabalho isso também aconteceu. Temos de fazer isso mais vezes, pois doutra forma não conquistaremos espaço. A Ordem é fundamental, MAS, se OBRIGAR à inscrição. Pois só assim terá impacto e levará de uma vez por todas os assistentes sociais deste país a pensarem que fazem parte de uma classe e que têm de começar a pensar também nas questões macroestruturais da profissão e não apenas na realidadezinha de cada um.

Anónimo disse...

Acho interessante essa interlocução com os média... por exemplo, outro dia num programa destes da manhã na sic, estava eu a assistir o comentarista policial a falar de um caso onde um casal que onde a mulher esfaqueou o esposo alcoolizado numa aldeia distante algures, e o comentário que me fez ficar mais atenta, foi que: os idosos recebiam benefícios por desemprego concedidos por uma Assistente Social; de um caso policial, voltou-se para desqualificar o Assistente Social, por viabilizar os benefícios mesmo sabendo que estas pessoas, segundo palavras deles, não se dipunham a trabalhar e ficavam a embebedar-se, sendo que a AS...blábláblá... enfim, segundo o comentarista, tentou entrar em contato com a AS da Segurança Social local e não ouve resposta... aquilo me feriu moralmente em várias instâncias, tendo em vista, que se nota a total falta de ética quando se tratou de falar de um profissional, segundo o profissional com certeza sentiu-se descoberto para poder ripostar algo que a defendesse. Acredito que se houvesse uma maior evidência (marketing mesmo) da posição séria do que é o Assistente Social, este senhor pensaria mais vezes antes de falar sem saber, tendo em conta que o seu papel era o de comentador policial, e terceiro, se já ouvesse a Ordem, a própria instituição poderia ter sido ouvida de forma justa, tanto para os prejudicados usuários, digamos assim, por não serem devidamente acompanhados, como em nível de resguardar a categoria que já tem sofrido imensos abusos...

Duarte disse...

É apenas mais um episódio dos muitos que já houve de Assistentes Sociais mal falados nesse tipo de programas de televisão, os quais nunca se dignam a convidar um Assistente Social para comentar os casos (porque não?), tal como acontece com outros profissionais, sobretudo, juristas, médicos e psicólogos, os quais, mesmo de forma subtil, vão puxando a braza à sua sardinha (entenda-se sua, pela classe profissional que representam), procurando amenizar e desculpar o que às vezes não é desculpável. Só que os Assistentes Sociais acabam sempre por servir de bode expiatório e saco de boxe. É muito fácil atacar os Assistentes Sociais sobretudo em programas desse género. Sabem que somos uma classe de silêncios e que pouco fazemos em defesa da nossa honra, porque muitas vezes é disso que se trata, já que são utilizados termos e tons pouco abonatórios da nossa imagem como profissionais. Parece ser o nosso fado, mas também se diga que muitos tiros damos nos pés e vamo-nos pondo a jeito demasiadas vezes com o pouco cuidado que se vai vendo nas intervenções de muitos Assistentes Sociais.

Helena Magalhães disse...

Grande parte do problema aqui é a falta de interesse, de activismo, de querer fazer parte de uma causa. Na concentração, viu-se a desgraça que foi. Quantos estávamos lá? Se estávamos 60 já era muito. Como iremos marcar uma posição se nem sequer nos dignamos a sair das nossas casas (no caso das centenas/milhares de desempregados que "choram" a sua sina nos fóruns, blogs, e por aí fora) para nos manifestarmos por uma causa que acreditamos? Vou voltar a puxar a brasa à minha sardinha da Política Social. Como iremos ter uma Ordem se, enquanto profissionais que lutam por um bem comum, não nos unimos? Enquanto Serviço Social não se unir a Política Social, isto vai continuar tudo na corda bamba. Tal como não faz sentido criar-se a Ordem de Política Social, porque na prática nós somos Assistentes Sociais. Agora, é frustrante que continuemos a agir pacatamente face à patetice que isto é.
Prof. Guadalupe, faça voz em Inglaterra :)

Duarte disse...

Mas a licenciatura em Política Social não tinha passado a Serviço Social?