7.4.06

Quantos São?

Não sabemos ao certo quantos Assistentes Sociais existem em actividade no nosso país. Não existe entidade que regula a profissão e as entidades empregadoras são de diversa natureza, pelo que tal tarefa é quase impossível de momento. Mas.. estamos num país onde nunca foi conhecido o número de funcionários públicos e o certo é que os salários são emitidos todos os meses. Se não sabemos quantos são, como saber quantos são necessário formar?! Se até há cerca de 2 anos lectivos os meus alunos, poucos meses depois davam notícia do seu primeiro emprego, neste momento, nem os estágios profissionais estão a dar resposta a esta legítima aspiração para quem se forma na área. Mas este é um problema que afecta quase todas as profissões e esta ainda nem parece ser das que pior empregabilidade apresenta. Mas que tipo de empregos e em que condições?

6 comentários:

Sofia Melo disse...

Empregos precários, praticamente sem vínculo, em áreas muitas vezes diferentes das da sua formação, e abaixo da sua qualificação, com salários que rondam os 500 €, pagos tantas vezes tarde e a más horas...

Anónimo disse...

Cara Guadalupe

Esse é um problema sério, mas como na generalidade e em tudi, não só no Serviço Social, ninguém pensou, por uma vez que seria importante "cadastrar" o número de profissionais, as áreas de intervenção, docência e investigação e m que se colocam, quem forma e como forma, quem emprega e como emprega.
Ora, a situação actual, asemelha-se a uma corrida contra o tempo, porque durante bastante tempo foi teoria de pensamento, nesta àrea do conhecimento que mercado de emprego e objectivos universitários nada tinham haver.
Mas como pode uma profissão sustentar-se sem perceber quantos sãos os seus licenciados, que formação possuem, tanta a diversidade actual, que mercado de emprego os privilegia, qual a percentagem de desemprego por ano?
Esta é uma tarefa, para uma Instituição só? Não era tarefa para uma Comissão em permanência, interassociações e interuniversidades e institutos, cpaz de, pelos menos de dois em dois anos publicasse, discutisse, etc, o seu trabalho num Seminário, envolvendo o próprio Estado nesta situação, outro empregador, embora vá diminuindo o seu peso.
Por isto é que será hora de lançar asas e voar...

S Guadalupe disse...

Temos de lançar aí uma iniciativa online para registo do pessoal. Agora está na em voga tudo online, na reforma da adminstração pública e ainda bem! É um meio óptimo, potencialmente abrangente e global. Porque não? Registe-se! Nem é muito difícil de fazer e acreditar no passa a palavra. Dava uma excelente tese de doutoramento. Análise da situação sócio-profissional dos assistentes sociais: inserções e enquadramentos institucionais. Fica a ideia!

Anónimo disse...

"Estado não sabe quantos bombeiros há em Portugal
Ninguém sabe quantos bombeiros existem em Portugal nem quantos estão disponíveis para combater os fogos. É o próprio presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), Arnaldo Cruz, a admitir que naquela entidade "não existe" informação sobre o número de bombeiros voluntários que há no País."

Achei esta magnifica prova de razão no DN de hoje. Não, não estão sós.

Anónimo disse...

hello

Anónimo disse...

O ensino superior é assumido, para um número cada vez mais significativo de jovens, como uma passagem inevitável para chegar ao mundo do trabalho. A partilha desta inevitabilidade tem, no entanto, subjacente, a evidência da heterogeneidade da forma como é vivenciado o período formativo, o que, inevitavelmente, se repercute nos percursos e nas trajectórias de inserção profissional (Pais, 1993; Fluixá, 1994; Roquero, 1994; Alves, 1999).
Terminada a licenciatura ou bacharelato, a maioria dos diplomados inicia o processo de transição da escola para o mundo do trabalho. Este processo de inserção profissional correspondeu, até ao início da década de 90, a um período relativamente curto durante o qual os jovens trocavam a condição de inactivo pela de activo empregado. No entanto, as alterações na estrutura económica, as estratégias de flexibilização da mão-de-obra e a passagem de uma situação de pleno emprego a uma outra onde o desemprego estrutural se generaliza produziram modificações profundas na forma como ocorre a transição para a vida activa bem como na própria definição de inserção profissional.
O período de inserção é mais prolongado e as posições no mercado de trabalho diversificam-se: as situações de desemprego deixam de ser, para muitos jovens, uma experiência esporádica para assumirem um carácter recorrente; os contratos a termo certo sucedem-se; e os estágios profissionais tendem a assumir uma importância crescente nos processos de inserção profissional.
Nesta perspectiva, o acesso a uma posição estabilizada no sistema de emprego é antecedido por um conjunto diversificado de estatutos que conferem uma especificidade própria aos percursos individuais de inserção na vida activa.
A adequação entre a formação recebida e o exercício profissional é outra dimensão analítica importante do processo de inserção profissional. Nesta perspectiva, uma integração “bem sucedida” na vida activa passa não só pela obtenção de um emprego mas também pelo facto de este proporcionar o exercício de uma profissão correspondente à formação base.
Diante das inúmeras dificuldades de ingresso no mercado de trabalho poder-se-á colocar várias interrogações: Quais são os percursos de inserção profissional dos Assistentes Sociais? Quem são hoje os Assistentes Sociais desempregados? Como estão constituindo a sua subsistência? Quais são as suas trajectórias socio-económicas e culturais? Quais são as suas estratégias para o futuro? Em que medida a formação obtida no ensino superior contribuiu para o seu desemprego e/ ou emprego?
Entendemos que a relevância destas questões expressam-se não só ao nível académico, mas também ao nível social, uma vez que o Serviço Social inscreve-se no plano mais amplo da luta da classe trabalhadora em prover o seu sustento e o da sua família numa sociedade, onde, desprovido dos meios de produção, cabe ao trabalhador somente a venda da sua força de trabalho (Grave, 2002).
Actualmente, as mudanças impostas ao chamado “mundo do trabalho”, materializadas em fenómenos como a terceirização, a subcontratação, a polivalência, os contratos temporários e o desemprego, embora atinjam o mercado de trabalho do Serviço Social, devem ser entendidas não como a fatalista era do “fim dos empregos”, como alguns autores crêem, mas como Netto (1999:4) afirma que “é importante frisar que a escassez na oferta de emprego não é um fenómeno comum apenas aos Assistentes Sociais, assim como também não é um processo que se reverterá a curto prazo. Porque o que está em crise é o padrão da ordem burguesa, que se expressa no problema da inserção no mercado de trabalho.”