as razões da jornalista
A propósito de um artigo sobre o aborto onde não foi ouvido qualquer assistente social, enviei um e-mail para o Público. A jornalista respondeu-me (através do Provedor do leitor do Público, Rui Araújo) da seguinte forma:
"A leitora tem razão. Teria sido de toda a conveniência e interesse ter incluído nos entrevistados um assistente social. A razão por que isso não aconteceu não foi, porém, por opção ou esquecimento. Apesar de termos tentado, não conseguimos obter a tempo a opinião de um destes profissionais. Contactámos a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, organismo que na capital é responsável pela maior parte dos processos de adopção, pois pensámos que ali encontraríamos profissionais com conhecimento de situações de mulheres grávidas que optaram por dar os seus filhos para adopção. Infelizmente, os serviços não nos responderam com a brevidade necessária.
A falta de respostas atempadas é um dos grandes constrangimentos com que os jornalistas de um diário se deparam. Mesmo quando se consegue identificar, localizar e contactar uma possível fonte, ela nem sempre está disponível para nos responder na hora.
Joana Ferreira da Costa".
4 comentários:
Então tenho a dizer o seguinte: a Dra. Joana Ferreira da Costa não fez o trabalho de pesquisa bem feito. Porque é que se limitou a ir à SCML? Existem muitas outras instituições e organismos, nomeadamente na área da saúde, que empregam assistentes sociais. Depois também existe uma associação que representa a classe, a APSS. Enfim, não aceito a explicação avançada, penso que o trabalho de pesquisa ficou muito aquém. Lamento, pois.
Pois, também eu lamento, mas provavelmente seria altura de começarmos a fazer sistematicamente o que eu fiz e dizer-lhes isso mesmo.
Já não é nada mau assumirem... provavelmente esta jornalista irá lembra-se melhor da próxima vez.
A nova lei do aborto foi aprovada.Segundo a mesma: "A mulher será obrigada a um «período de reflexão não inferior a três dias» após uma «primeira consulta» em que lhe será informação sobre as condições de realização do aborto, as suas consequências e os apoios do Estado à prossecução da gravidez". Mas ao mesmo tempo "A nova lei obrigará ainda os estabelecimentos de saúde a disponibilizar à mulher que deseje interromper a gravidez acompanhamento psicológico e por assistente social". Ou seja, o nosso apoio será meramente facultativo, mas ao mesmo na consulta médica, o médico será obrigado a falar dos apoios sociais para a gravidez... Ou seja, afinal querem pôr os médicos a prestar apoio social, o qual é considerado facultativo. Enfim, leis à portuguesa e uma vez mais o Serviço Social nem é tido nem achado.
"here we go again..."
ainda não vi o dito texto... tenho estado "fora do mundo" nestes últimos 2 dias!
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