30.6.07

on or off

Nas ciências sociais as fronteiras entre as áreas disciplinares são muito permeáveis e em permamente transformação... Epistemologicamente, diria "ainda bem"! Mas... na prática, leva a constrangimentos dos mais diversos.
  • Que espaços vemos invadidos? Por que áreas e em que áreas?
  • Que espaços invadimos? A que áreas e em que áreas?
  • Que espaços tememos ver invadidos?
  • Que espaços desejamos invadir?

A metáfora da "invasão" é forte, mas é a que me ocorreu quanto à temática. Deixo-vos a discussão em aberto. Ando assoberbada com um tipo de trabaho que não me permite respirar para vir até aqui espreitar com a frequência desejada, mas aqui ficam pistas para muita discussão...

31 comentários:

Anónimo disse...

São os ossos de um ofício sem mestre, somos artesãos sociais (é mais uma arte auto-aprendida), limitados na acção e dispersados numa realidade social demasiado técnica, vemo-nos obrigados a invadir espaços e a dispor de variados instrumentos de modelagem social.

Creio que o acto criativo, um pouco de teoria e sentido metodológico e uma pitada de invasão e ousadia são os condimentos necessários à receita da prática do Serviço Social.

Um bom Assistente Social, do meu ponto de vista é um verdadeiro aventureiro, diria mais, um herói. Podemos dar-nos ao luxo de afirmar a nossa profissão como um arte para a mudança, actuando no campo prático mais nobre de todas as ciências sociais, a intervenção social. Aliando arte e ciência, agimos para a mudança... isto é um facto histórico.

Apesar dos constrangimentos institucionais e das mais variadas limitações à nossa prática, o pouco que fazemos no campo das ciências sociais, nada fazem os outros, a não ser escrever livros e recolher dados...perdoem-me a invasão, mas estamos na linha da frente!

Aproveito para recomendar o blogue: introvencaosocial.blogspot.com

Anónimo disse...

Começo desde já por colocar a questão de até que ponto alguém com bacherlato em ciências sociais pode ser equiparado ao grau de assistente social?! Mas afinal o que andaram a fazer as pessoas que tem a Licenciatura de Servico Social? a gastar dinheiro em vão?! Já não chega a invasão cada vez maior, feita pelos psicólogos a certas àreas e dominios que deveriam ser da abrangência do Serviço social?! E que andam a perder tempo a organizar colóquios em que discutem tudo, menos o prestígio e o reconhecimento que a nossa profissão não têm! Será que não sabem que, são os que se conseguem destacar na profissão, que têm a influencia para conseguir o reconhecimento através da ordem. Sim, porque neste país funciona tudo à base de "conhecimentos". Até que ponto vale a pena investir num país assim?!

Anónimo disse...

No início deste blog lembro-me de se falar em construcionismo, em realidades socialmente construídas, etc... Pessoalmente identifico-me mais com esse discurso, pois tenho a liberdade de ir buscar outras visões para apoiar o minha actuação e reflexão sobre a prática. Acredito que, se a nossa profissão se fechar sobre si própria corre o risco de definhar... ficar doente. Não digo que nos diluamos nos outros espaços, mas que os possamos visitar, aprendendo com eles. Somos acima de tudo uma profissão generosa que desde sempre deu muito de si.
Mais tarde voltarei...
Marta

Anónimo disse...

Penso que a questão da aprendizagem alargando a profissão a outros espaços é uma falsa questão. O Serviço Social já é abrangente. Essa sempre foi uma das suas principais características. Autores houve que chegaram a escrever sobre a questão da especificidade ou não especificidade do Serviço Social, bem como, da questão da sua fragmentação. A transversalidade da nossa actuação decorre do facto de intervirmos sobre problemas sociais. Ora a noção de problema social deriva do conceito de fenómeno social total que resumidamente diz respeito a algo transversal e multifacetado. Portanto, o Serviço Social sempre foi das profissões mais abrangentes, debruçando-se sobre as mais diversas problemáticas, analisando sob as mais diversas perspectivas. E essa característica tem sido bem patente na própria estrutura do curso em que bebemos de disciplinas científicas que atravessam quase todos os campos da sociedade. Julgo é que ainda não aprendemos a utilizar essa característica e tendemos a considerá-la nefasta. Esta é uma confusão que tem prejudicado a evolução do Serviço Social português.

Na minha opinião o que deve ser debatido é a invasão de outras categorias profissionais que nunca possuíram esta característica própria do assistente social. Ao longo dos últimos anos temos assistido ao aparecimento de cursos na área social que não trouxeram nada de novo, nem acresceram qualquer mais-valia.

Por outro lado, temos a crise de empregabilidade na área das ciências sociais e humanas que tem levado à formação de um número excessivo de profissionais com formações similares. Há demasiados sociólogos, psicólogos, começa a haver demasiados assistentes sociais - facto recente na história do Serviço Social em Portugal - e para piorar a situação, hoje temos técnicos de intervenção comunitária, educadores sociais, técnicos de reabilitação e reinserção social, de acompanhamento psicossocial, de desenvolvimento social e comunitário, etc. Tudo acaba por desempenhar as funções que sempre pertenceram ao Serviço Social e que foram criadas e desenvolvidas por gerações de assistentes sociais, não só em Portugal, como a nível internacional.

Que formação tem um sociólogo ou um psicólogo para desempenhar as nossas funções? Ou será que nós também podemos e devemos desempenhar as deles? Será que tudo isto não passa de uma salada russa? Então mais vale, talvez, criar uma única formação para agregar todos estes profissionais... Será?

Peço é que não analisemos este problema sob a perspectiva de esta ou aquela profissão possuir capacidade para desempenhar estas ou aquelas funções. A ênsafe do problema reside na legitimidade ou não legitimidade que temos de invadir as funções uns dos outros. A título de exemplo recordo o que sucedeu há poucos anos atrás quando houve a intenção de colocar auxiliares de acção médica a desempenhar certas funções de enfermagem. Teriam capacidade para? Provavelmente sim. Seria legítimo? Com certeza que não.

(intro)ventor disse...

É triste, mas a realidade, sublinho, não se constrói com pseudo-intelectuais que falam de tudo com aquela soberba forma de inferiorizar quem infelizmente tem dificuldade em delimitar a complexidade das suas acções. Por eles, refiro psicólogos, mas também enfermeiros e médicos, o nosso corpo teórico não é vinculativo á nossa acção e resume-se a uma prática de improviso fundamentada na experiência e no senso comum. Suportar tal ingratidão da sociedade é, para um profissional do Serviço Social um constante processo de luto interior, já não fosse suficiente o jeito de caixote do lixo que fazemos para as pessoas. É caso para dizer... Senhor! interceda por nós se faz favor...

Anónimo disse...

Penso que o António Duarte tem razão. A desregulação do mercado universitário de produção de diversos profissionais que actuam na intervenção social, satura o mesmo e cria as condições para um atropelo sistemático e as invasões.
Por outro lado, a fraca matéria de trabalho de inetervenções reais multidisciplinares de partilha, conduz não à convergência de saberes mas ao saber que se impõe, ou tenta impor, muitas vezes com através de mata discursos, cujo fundo opaco, esconcem fragilidades.
Às perguntas somos invadidos,invasores, devemos invadir que espaços. Eu penso que somos invadidos, ás vezes somos invasores também, e um espaço que deveriamos invadir era sem dúvida o da educação um espaço inde a nossa marca teima em não penetrar.

Anónimo disse...

corrigo onde diz"mata discursos", digo meta discursos.

Anónimo disse...

A minha principal preocupação está no facto de saber que por cada "invasor" que é contratado para desempenhar funções de Serviço Social, há um colega com a legitimidade para tal que fica no desemprego. Trata-se de uma situação injusta que deveria ter o auxílio de um sindicato que nos protegesse. A APSS deveria também procurar comunicar com as tutelas, de modo a clarificar a situação.

Anónimo disse...

Concordo com António Duarte, mas porque chegámos até aqui? A área da intervenção social é muito invejada por outras profissões. Porque estamos a perder terreno e a permitir que isso aconteça?
Peço desculpas, mas às vezes penso que nos lamentamos em demasia e se calhar essa também é uma forma de nos irmos enfraquecendo como profissão.

Anónimo disse...

Nestas como noutras questões também temos de utilizar o pensamento organizado e não a simples opinão, ou o empirismo básico.
Isto é, quais são em concreto os nossos campos de intervenção? Todos os que concernem com a definição de indivíduos, grupos,comunidades em situação de carência, digamos até multi carências. Além da instituições públicas ou privadas com capacidade de planeamento de políticas, e programas sociais de desenvolvimento, inserção, potenciação da autonomia. Além da participação na definição das próprias políticas públicas.
Bom isto não é um campo é uma multiplicidade de campos. Onde nos vamos cruzar com uma multiplicidade de interventores, alguns com legitimidade para estarem em parceria, outros com legitimidade duvidosa. Sem dúvida que, por cada um que exista e ocupe o nosso espaço, outro colega ficará de fora. Mas, lembro, que aqui também já falamos que um dos gramdes problemas é o excesso de oferta universitária para a procura que temos. Uma das nossas agendas é avaliar as necessidades do mercado e a procura existente e a existir.
Enfim peqeuno contributo (claro que há matéria Sindical, precisavamos de um Sindicato forte e representativo, mas...).

Anónimo disse...

Com a criação de uma agência de acreditação do ensino superior, abre-se uma janela de oportunidades para as organizações que nos representam, nomedamente e sobretudo a APSS, a AIDSS, entre outras, com o contributo de alguns colegas com experiência universitária e, porque não, até colegas estrangeiros, a nível de iniciar uma negociação com a mesma, no que toca à redifinação do ensino do Serviço Social. Talvez nos esteja a faltar um interlocutor privilegiado para chegar à tutela, e essa agência poderá colmatar esta lacuna.

Anónimo disse...

Quero deixar aqui o meu testemunho que nada tem a ver com o que li.
Trabalhando eu numa equipa interdisciplinar, constituída para além de Assistentes Sociais por Sociólogos, não consigo ver onde eles estão a invadir o meu espaço profissional. Cada um de nós tem as suas funções definidas, complementando-se na prática, que em termos de resultados, vos garanto, que é enriquecedor.
No entanto não posso deixar de colocar algumas questões com que diariamente me deparo e contra as quais me tenho insurgido na hora, designadamente no que se refere aos Estágios Profissionais promovidos pelo IEFP, em que o orientador de estágio, é o profissional que estiver "mais à mão". São "lançados" no mercado de trabalho e orientados por profissionais sem preparação adequada em matéria de conhecimentos práticos ou mesmo de técnicas de intervenção específicas,
Temos psicólogos, Sociólogos e Educadores de Infância a orientar Assistentes Sociais e vice-versa.
Talvez, e aqui não posso deixar de concordar, a Associação de Profissionais ou "o" Sindicato (na verdadeira ascensão da palavra) deva assumir um papel mais visível e interventivo, junto das entidades competentes para a selecção dos candidatos e de aprovação dos orientadores (IEFP).
A nossa afirmação começa por nós próprios, não tendo medo da competição com os restantes profissionais, desde que consigamos, nós próprios, demarcar a nossa função no trabalho de equipa e digo isto por experiência própria. Desta forma conseguiremos ser respeitados e reconhecidos enquanto profissionais.

Anónimo disse...

Bem, eu acho que devemos começar por assumir que estamos agora (desde há 5/10 anos) a começar a ter AS, com menos motivação assistencialista.
Digo sem qualquer receio, que tive colegas de curso que eram catequistas e uma ou outra religiosa.
A profissão começa agora a ficar mais descomplexada, pois começamos a livrar-nos do rótulo de suportar os pobres, para a Realidade que é o nosso desejo de provocar mudança social, evitando assim uma reprodução da pobreza e de certos comportamentos.
Eu, enquanto profissional, quero ser o motor da mudança em determinado individuo ou familia. Também quero ajudar a definir novas politicas sociais. Quero reflectir a minha prática, para definir novos caminhos.
Mas o que é certo é que o nosso curso tem a referida (António Duarte) abrangência, para poder intervir e entender diversas áreas e fenómenos.

A colega que me precede, diz integrar uma equipa "interdisciplinar", (será, multidisciplinar), e que o trabalho com outros profissionais se complementa. Tudo bem, desde que o sociólogo faça o seu trabalhinho de recolha e e sistematização da informação, e deixe o planeamento e execução da intervenção nas mãos de quem mais sabe, nós, assistentes sociais.

Eu também não quero montar un consultório de apoio psicológico, Deixo isso prós psicólogos.

Só para terminar, também concordo com o excessivo número de escolas, e consequente número de licencioados em Serviço0 Social, piis o mercado de trabalho não nos absorve a todos.....ainda mais com esta INVASÂO. As coisas devem ser chamadas pelos nomes.

....e já havia referido, á semelhança do colega Joaquim Paulo, que as escolas beneficiariam, e muito, de assistentes sociais nos seus quadros.

ABAIXO OS INVASORES, AS´S PRÁ LINHA DA FRENTE (isto não é vitimização, é, antes, uma afirmação de que somos mais talhados para intervir socialmente)

Anónimo disse...

Parece haver aí um fantasma a atormentar a coesão das organizações do Serviço Social, refiro-me por exemplo à APSS e ao SPSS. Acabo por não entender as divergências, a não aceitação das diferenças, pois unindo esforços conjuntos conseguiriam uma maior aproximação ao poder governamental.

Se querem tanto a chamada redefinição do Serviço Social, então, em vez de criticarem a ausência de movimentos e dinâmicas nos profissionais da classe, devem antes pensar também em fortalecer a imagem e a comunicação das associações como forma de apelar à (intro)venção e participação dos Assistentes Sociais. "Os generais são a imagem das suas tropas".

Quero aqui defender o SPSS, tive pessoalmente oportunidade de participar numa das reuniões. Fuquei surpreendido com a dinâmica dos representantes e com o interesse despertado para as questões mais emergentes da nossa classe. Muitas das alterações regulamentares da nossa profissão, e que todos os Assistentes Sociais saíram favorecidos, resultaram do seu trabalho afincado junto dos poderes governamentais. Podemos hoje gozar do mesmo estatuto do que os psicólogos e Sociólogos graças a esta organização.

Por outro lado, critiquei a "actuação" da organização sob o aspecto da imagem e da comunicação. Fiz então, (acho que pertinentemente) um apelo à mudança, consistindo numa maior inserção nas universidades e junto dos estudantes, assim como na divulgação fácilmente acessível, dos propósitos e objectivos, e das iniciativas levadas a cabo pelo nosso sindicato. Sugeri acima de tudo que fizessem um trabalho de marketing, de maneira a promover a auto-valorização da profissão e o orgulho na redefinição de um Serviço Social mais reinvindicativo e mais sedimentado.

Anónimo disse...

Como assim? Grande conto de fadas? Os métodos de limpeza de do Zé Staline ainda resultam nesta Juventude! Muitos desses Generais sao os de sempre... Os que nao pensam, mas para os quais o mundo e as sociedades devem sempre ser lidas pela mesma cartilha! E no caso do Serviço Social apenas fazem mais apelo a Carne para Canhao...

S Guadalupe disse...

há muito material aqui nesta discussão para fazer "upgrades" para posts...

Estes são aspectos recorrentes no que toca ao campo profissional, daí o seu interesse. E há várias perspectivas possíveis muito interessantes. Vamos tentando organizar a discussão que se quer igualmente desorganizada...

Anónimo disse...

Caros senhores(as) desculpem a invasão, mas parece me que vocês andam enganados de todo!!!!!
Em primeiro lugar a psicologia não é uma profissão da área social. Um Psicólogo é um técnico de saúde mental!!!! Logo....não sei por que carga de água andam a meter a psicologia nesta discussão!!!!
Podem ter a certeza que nenhum psicólogo quer fazer o vosso trabalho, nem assumir as vossas funções. Nem de outra forma poderia ser. Os psicólogos têm muito mais pra fazer do que se preocupar em adquirir o "privilégio" da intervenção social feita pela vossa profissão!!! A intervenção do psicólogo é uma intervenção psicológica e clínica. São áreas científicas completamente distintas!!!!
Vocês é que querem ser terapeutas, ou melhor, psicoterapeutas. quem anda a invadir a área de quem?
Reflitam sobre isto e se querem guerrear façam-no com os da vossa área. Sociólogos e afins......

Anónimo disse...

O caro anónimo que antecede esta mensagem, saberá certamente que a percentagem de psicoterapeutas com a formação em trabalho social clínico, por exemplo. nos Estados Unidos da América, representa cerca de 50% do total...

Anónimo disse...

Essa é boa!!!!! serviço social Clínico??????? Agora está na moda, não é? Qualquer coisa é clínica!Até existe a clínica do Golfe!!! Mas vamos lá ver uma coisa....A psicoterapia é uma área de intervenção psicológica por tradição. Logo quem deve fazer psicoterapia serão os Psis...Não?
Não sei porque carga de água os senhores assistentes socias se têm que meter nisto. E o numero que avançou deve estar um pouco inflacionado. Quer dizer que há mais psicoterapeutas da área social do que da área legitimada para o fazer, a área das ciências psicológicas, ou seja, psicólogos.
Essa era boa..era...era...

Anónimo disse...

Caro anónimo...

Vamos por pontos:

1. O trabalho social clínico não é algo de "agora", tendo as suas origens na década de 50/60 do século passado.

2. Por curiosidade, saber-me-á referir quando começou o exercício da psicoterapia no seio da psicologia (clínica)?

3. Falou da psicoterapia como área da psicologia. Infelizmente, é assim que ainda se vai pensando. Quem deve fazer psicoterapia, não são os psicologia, mas sim os psicólogos clínicos.

4. Não estou a dizer, obviamente, que os psicólogos clínicos não são psicólogos, mas nem todos os psicólogos são clínicos...

5. Poderíamos aqui discutir e explanar ideias sobre questões relacionadas com a formação e as diferenças entre as práticas profissionais, mas não parece estar interessado nisso, optando por uma simples guerrilha verbal.

6. Mas, caso me engane e esteja realmente interessado, existem muitos locais, mesmo na Internet onde poderá "aprofundar" conhecimentos sobre estas questões.


7. Alargando à "comunidade", seria interessante discutir a necessidade de alterações nas estruturas curriculares e saberes teóricos das actuais 1os e 2os ciclos em serviço social, de forma a que estes, em Portugal, reflictam esta realidade. Bastará, por exemplo, comparar as entradas de "social work" e "serviço social" na wikipedia (en 4 pt);

Anónimo disse...

Muito bem!!!!! Por pontos....

1- Se você o diz....

2-Essa é uma pergunta desnecessária. Até parece que aqui quem está a exercer uma coisa que não é legítima são os psicólogos.
Mas respondendo à sua pergunta.Desde sempre....ou seja desde que a psicologia é uma ciência autónoma....e já lá vão alguns anos....mais de um século!!!

3- Está enganado. Qualquer psicólogo tem legitimidade para fazer psicoterapia. Claro que com a formação pos graduada adequada.
Mas as bases estão lá....
Como deve saber a psicologia é a ciência da mente....logo....
E eu sou psicólogo Clínico!!!!

4- É verdade. nem todos os psicólogos são clínicos. Mas são todos psicólogos....

5-Não há nada em comum entre a minha profissão e a sua! Logo não há muito a discutir... Isto não quer dizer que não interajam em interdisciplinaridade. Mau seria se assim fosse. Mas se quiser tirar algumas dúvidas que tenha....vamos a isso!
Espero ter esclarecido a questão!!!!
Os melhores cumprimentos.

Anónimo disse...

Concordo consigo na necessidade duma intervenção multidisciplinar e, obviamente, com a necessidade de uma formação pós-graduada para exercer, que deveria ser alargado a tudo...

Respeito a sua opinião em que não existe nada em comum entre a psicologia e o trabalho social, mas isso revela um enorme desconhecimento em relação ao trabalho social, mas também, não tendo essa formação, não terá que ter esse conhecimento, embora discuta sobre o mesmo...

Em relação aos seus pontos e aceitando a sua sugestão para tirar a seguinte dúvida: Poder-me-ia referir quais os modelos teóricos que sustentavam a intervenção psicoterapêutica antes de 1907?

S Guadalupe disse...

Caro anónimo:

1) leia o post outra vez;
2) tire as palas dos olhos;
3) deixe de olhar para o umbigo;
4) ganhe um pouco de experiência, conhecimento e maturidade para discutir epistemologicamente e com conhecimento de causa destas problemáticas actuais de diversas profissões;
5) depois, sim, volte!

Anónimo disse...

Caro senhor,como é natural você não tem conhecimentos de históri9a da psicologia. Se os tiver é sinal de que se interessou pelo tema, E ainda bem que o fez, já que o saber "ocupa lugar", e você parece saber com que o ocupa. Parabéns!
No entanto, pemita-me informá-loque a data que refere, não é necessáriamente, um marco histórico relevante, uma vez que, a prática psicoterapêutica, se bem que de forma não tão científica, ou se quiser, mais empírica, começou muito antes.
De qualquer forma, a psicoterapia existe porque a psicologia existe!
Toda a sustentação teórica por detrás destas práticas, sejam elas quais forem, têm bases psicológicas.
Para falar de algo que você deve saber, assim como a generalidade dos leigos em psicologia, as teorias freudianas marcaram um importante ponto de viragem nesta matéria. Logo estamos a falar de mais de um século de práticas psicoterapêuticas.
Mais alguma dúvida é só perguntar
Saudações

Anónimo disse...

Cara mentora deste blog

Em primeiro lugar, deixe me dizer lhe que "invadi" o vosso espaço, porque me interessou constatar a veracidade daquilo que pensava sobre o discurso dos A.S´s. Como deve imaginar frequento alguns fóruns da minha área(psicologia), e tenho lido coisas incríveis escritas por supostos assistentes sociais. Logo tentei procurar se existia algo relacionado com esta área, deparando me com o seu (vosso) blog.
Sobre os seus comentários não me vou pronunciar muito, uma vez que a sua apreciação daquilo que escrevi aqui, demonstra a sua falta de conhecimento, para não lhe chamar outra coisa, sobre este assunto.
Mas numa coisa você parece ter acertado. A questão do Umbigo. É verdade, eu olho muito para o meu umbigo, ou melhor, para o meu umbigo de psicólogo.
Por outro lado fala de experiência e maturidade para falar de assuntos epistemológicos. Ok!!! Você é assistente social. Eu sou psicólogo. Você deve saber de epistemologia do serviço social! Certo? Eu por acaso devo saber um pouquinho de espistemilogia da psicologia.
Se quiser ser mais rigorosa na análise epistemológica vai descobrir que essa aproximação das ciências sociais e dos seus profissionais a esta área da psicologia e da prática psicoterapêutica, surgiu, por necessidade de esses profissionais se afirmarem, ocupando espaço muma área que não é, de forma nenhuma, a sua área.
Mesmo tendo em conta afirmações e lugares comuns como: O Homem é um ser social!; O Homem é um ser Bio-psico-social; a intervenção com esse objecto(Homem) é feita a partir dessas três perspectivas de conhecimeto e formas de olhar esse mesmo objecto.A perspectiva social respectiva intervenção, que é vossa , e a psicológica que é dos psis.
Que eu saiba, a psicoterapia é uma forma de intervenção psicológica.
Ou então......eu aprendi na cartilha errada!!!!
Cumprimentos

Anónimo disse...

Caríssimo,

Mais uma vez revela o seu desconhecimento sobre o tema que se discute, ou seja, o trabalho/serviço social.

Os conhecimento que tenho sobre a história da psicologia não se deve a qualquer forma de auto-aprendizagem, mas sim há necessidade de o fazer, visto que a minha licenciatura a isso obriga.

E isso acontece por um simples motivo: o trabalho social, não sendo uma ciência, foi (vai) buscar contributos a outras. Em primeiro lugar à sociologia de Le Play, e a partir da década de 30 à psicologia de Freud. Aliás, Freud é um dos principais impulsionadores teóricos da profissão, como poderá comprovar com uma pequena passagem por livros que abordem os modelos teóricos desenvolvidos por profissionais desta área.

Obviamente que, se falarmos da psicoterapia num formato não científico, ela terá começado muito antes... no início da humanidade. Questionei-o sobre a psicoterapia enquanto prática científica e profissional. Não discordo que a psicoterapia existe porque a psicologia existe, mas isso não significa que outras "disciplinas" não possam ir "beber" esse conhecimento, adaptá-lo e, logo, utilizá-lo. Aliás essa é a prática corrente e já Bertallanfy o tentou. Com algum sucesso aliás...

Falando de Freud, e dos seus modelos teóricos, falaremos de mais de um século (ao nível da escrita das propostas) e de menos (se falarmos do impacto das mesmas nas profissões). Mas é certo que marcaram a alterações das práticas profissionais, de AMBAS as profissões. Não será a isto estranho, o facto da neta do mesmo, ter optado por uma carreira na área do trabalho social clínico (com, aliás, bastante sucesso).

Falando concretamente da psicoterapia, obviamente que a intervenção de ambos os profissionais, não se ultrapassam. Apenas apresentam diferentes perspectivas de intervenção.

A do trabalho social diferencia-se pela perspectiva pessoa-no-ambiente da profissão, pela importância dada aos grupos sociais que envolvem o individuo, etc... etc... etc...

Se aprendeu na cartilha errada, só você o poderá dizer, mas primeiro é essencial ler, pesquisar e investigar, não se remetendo apenas aquilo que vê ser defendido...

Outro assunto que poderia ser debatido, pelos profissionais de serviço social, tem a ver com o que referi num comentário anterior, e que tem tudo a ver com esta questão.

Falo da necessidade de avaliar alterações nas estruturas curriculares e saberes teóricos das actuais 1os e 2os ciclos em serviço social, de forma a que estes, em Portugal, reflictam esta realidade.

Cumprimentos,

S Guadalupe disse...

Caro anónimo
não sei se foi na cartilha errada, mas foi noutra cartilha diferente da minha.

A epistemologia que me serve de lente às minhas leituras da realidade é das ciências sociais e humanas, já que não é possível uma epistemologia disciplinar.

Evocar o modelo bio-psico-social é estar bastante distante do que são as minhas leituras. Este modelo foi posto em causa há mais de 50 anos e contraria uma visão do Homem enquanto um todo. Estou bem mais próxima do modelo holístico e neste não cabe o espartilho que tem na sua cabeça.

Outra coisa que fui aprendendo é que a ignorância é muito atrevida. Só assim se justifica a quantidade de afirmações e convicções infundadas que faz. Se quiser ter posições, experimente uma coisa: fundamente-as! Caso contrário nunca passarão de opiniões e destas há às carradas!

Anónimo disse...

Caro trabalhador social, sinceramente, continuo a ter a mesma posição sobre aquilo que escrevi. Em toda a minha formação em psicologia nunca, mas nunca ouvi ou li, aquilo que afirma.
Continuo a achar errado o facto de haver profissionais da área social a exercer psicoterapia.
Se reparar, eles existem na área ligada ás terapias sistémicas. Em todas as outras não me parece. Mas se existirem....continuo a achar errado.
Têm que haver limites. E tanto vocês como nós teremos que saber onde estão.
Saudações

Anónimo disse...

...

Anónimo disse...

Cara mentora, a cartilha onde eu aprendi, é necessáriamente diferente da sua. Eu sou psicólogo você é assistente social!!!
Já agora e como fala de ignorãncia, digo-lhe que talvez fosse interessante você ler um pouquinho de HISTÒRIA e EPSITEMOLOGIA da PSICOLOGIA.
Que não é a mesma coisa que a epistemologia das ciências sociais!!!
Quanto ao modelos....tudo isto são questões conceptuais, ao bio-psico-social, acrescente-lhe as dimensões restantes e obtém o modelo holístico de que tanto fala!!! Mas a utilização do modelo holístico pressupõe também a clara definição de limites de intervenção para cada uma das profissões, que na realidade trabalham com o objecto Homem.
Por último tenho que dar-lhe os parabéns por ter um espaço tão "aberto" de discussão. Demonstra da sua parte uma tolerância apreciável, para com quem escreve estas coisas num sitio e no seio de um grupo ao qual não pertence.
Saudações

antonio disse...

Aconselho alguns dos psicólogos e assistentes sociais que deixaram aqui comentários a fazerem psicoterapia. Podem fazê-la com um(a) Assistente Social ou com um psicólogo(a), desde que sejam bons e sérios. A escolha da abordagem fica ao vosso critério, mas recomendo a sistémica. Talvez consigam crescer e deixarem-se de merdas: “ o meu coiso é maior e melhor que o teu e outras argumentações balofas e bafientas “. Sejam competentes! O resto é perda de tempo.:)