Assistente Social põe em tribunal um Sindicato
Depois de ler esta notícia, divulgada pelo Blog "Serviço Social Português", só me questiono: quando é um sindicato a proceder desta forma, como moralizar os empregadores e defender os direitos do trabalhador?
26 comentários:
Este silêncio de uma classe para com a colega Ilda, do meu ponto de vista, é absolutamente significativo.
Assim, aqui vai em primeiro lugar o meu voto de solidariedade e compreensão para com a colega e a sua coragem.
Mesmo estando a ser sujeita a um processo de “ Mobbing” ( e para quem não sabe aqui fica a definição –Violência moral ou psíquica no trabalho: actos, atitudes ou comportamentos de violência moral ou psíquica em situação de trabalho, repetidos ao longo do tempo de maneira sistemática ou habitual, que levam à degradação das condições de trabalho idôneo, comprometendo a saúde ou o profissionalismo ou ainda a dignidade do trabalho.), mantenha sempre a dignidade das suas convicções.
E , digo mais, é um processo muito comum , que algumas coordenadoras ou directoras , usam . (Eu sei que não são só as assistentes Sociais, mas é delas que estou a comentar.)
E temos a precariedade de trabalho para abafar qualquer possível hipótese de contestação ou diálogo, e algumas até rescindem contratos só para dar o exemplo; e temos a mudança constante de serviço, dentro do próprio serviço ; e temos o insulto velado e mesquinho; e temos uma variedade imensa de processos que utilizam para "conter" aqueles que deles dependem hierarquicamente . E temos até o não distribuir funções , ficando-se a olhar para o boneco. E temos o processo disciplinar Kafkiano e/ou a sua ameaça que cai sempre bem;
São assim as nossa “ queridas directoras” que constroem um currículo que não é o seu e ambicionam alimentar uma espécie de amnésia em relação ao passado e ao presente, desde que não lhes afague o ego.
Miguel Pinho e Cunha escreveu um artigo no DN Identificando e sete formas de toxicidade, a maioria delas associada ao comportamento das chefias: intencionalidade, incompetência, infidelidade, insensibilidade, intrusão, indutores institucionais e inevitabilidade.
Deixo aqui porque vale a pena saber.
Fonte da intencionalidade - os superiores provocam deliberadamente o sofrimento dos colaboradores. Exemplo: o líder ridiculariza, critica em público, ameaça, persegue.
Fonte da incompetência - os gestores denotam fraca inteligência emocional. Exemplo: as promoções são feitas com base em critérios meramente "técnicos", sendo descuradas as capacidades de liderança e de gestão de equipas.
Fonte da infidelidade - os superiores traem a confiança dos subordinados. Exemplo: a confidencialidade é violada, as promessas são quebradas.
Fonte da insensibilidade - os superiores não compreendem o alcance emocional dos seus comportamentos sobre os colaboradores e são insensíveis aos efeitos dos seus actos sobre as pessoas. Exemplo: o impacto emocional das decisões não é considerado e espera-se que os trabalhadores deixem as emoções à entrada do serviço.
Fonte da intrusão - os superiores fazem microgestão e denotam uma tendência para o controlo total e exacerbado. Exemplo : os chefes orientam-se para a gestão dos mais ínfimos e secundários pormenores e não é concedida autonomia aos colaboradores.
Indutores institucionais - as políticas e as normas organizacionais são inadequadas às realidades, aos problemas e às características dos colaboradores. Exemplo: as normas introduzem sentimentos de insatisfação ou injustiça e a norma geral não é adequada para o caso particular.
Fonte da inevitabilidade - algumas causas de problemas, de toxicidade e de sofrimento estão fora do controlo dos decisores organizacionais, são inevitáveis, mas algumas organizações e chefias levam esta "inevitabilidade" ao extremo ou tomam-na mesmo como uma "vantagem" para os negócios. Exemplo: morte de um chefe querido, catástrofe humana, incêndio, desastre, falência de um grande cliente, insucesso rotundo de um novo produto.
A toxicidade assim gerada tem consequências perversas sobre as organizações, as equipas, o desempenho, os colaboradores, as suas famílias e a própria sociedade. Suscita ambientes de desconfiança e de cinismo. Produz aumentos do absentismo, incrementa os abandonos da organização, induz actos de sabotagem, decresce a motivação e o desempenho dos colaboradores.
Provoca problemas de saúde e bem-estar aos seus membros da organização e aos respectivos familiares.
Induz o aparecimento de comunidades humanas onde imperam o stress e as consequentes maleitas físicas e psicológicas. Induz, na sociedade, concepções cínicas acerca das organizações e da vida social."
CBibliografia: Frost, P. J. (2003). Toxic Emotions at Work. Boston, MA: Harvard Business School Press.
No fundo aquilo que nos defende é só a nossa coragem, a nossa cultura e informação e a nossa lucidez.
Sim, eu conheço muitas directoras tóxicas.
Ressalvo, que outras há a quem tiro o meu chapéu...
Vá desatem lá a comentar e a bater , principalmente nas horas de serviço e do gabinetes da directora .LOL
"Perdoia-lhe senhor que ela não sabe o que faz"
Perdoai-lhe, cristãos,ateus, maçãos, outros todos, porque com este diagnóstico o inferno já encheu, só nos resta um céu, onde paira como super woman a provocadora salvando das garras do mal e da indecência profissional, oa anginhos recém - chegados, a necessitarem de serem roubados á maquina/chip de transformação humana que o stress induzido e a conspiração dos directores criou como mega máquina que amorfa os assistentes sociais onde quer que eles poisem.
Livrai-nos, senhor, deste mal pungente e libertai-nos da escravidão em que mergulhamos. Desocultai os túmulos de mestre Lénine e mostrai os caminho de de Bakunine, levai-nos pelas estepes onde reina a moral provocadora capaz de incinerar o mal original que padecem as Directoras de Serviço Social.
Alá, Cristo, Grande Arquitecto, estai hoje connosco e assisti á nossa mestre na lição magistral.
Obrigado de joelhos me humilho, mas olhos bem abertos!
Eu sei do que fala a colega Ilda... algures por esse interior,senti na pele o poder autocrático da coordenaçao. Eu e mais 9 elementos da equipa.
Este é um bom assunto, pouco falado por sinal, agradeço os outros contributos bibliográficos e outros testemunhos.
Não vale a pena "desconversar"
Joaquim: Relembro-lhe, dado a sua espécie de comentário, que Dantas são aos milhares. Almada só houve um.
Mas, continue a tentar que um dia, um dia…. sairá dessa sua pena, perdão, desse seu teclar, o “ Manifesto Anti - Provocador Social” que ficará nos anais da historia do Serviço Social . A classe levantar-se-á e em uníssono dirá “ Morra o Provocador Social … Morra… PIM”.
Pronto, não se amofine, que fica aqui solenemente prometido, ir ao seu bloguinho por um comentariozito, para que possa usufruir do prazer inquisitório do “delete” .
Saiba a srª. ou Sr., amigo de não sei quem que não sou da sua laia e não admite a ninguém que ponha em causa a minha democracia pela qual minha família sofreu na pele aquilo que provavelmente você não sofreu. Por isso reputo que retiro a palavra que é um insulto inquisidor. Ninguérm muito menos você se poderá arvorar em espirito mais democrático e livre do que eu próprio, interpreto isto como um insulto, permitido aqui neste blog, do qual não ponho os pés por vergonha de pessoas como você insultarem outras impunemente.
Tão culpado é você como quem deixa escrever as coisas que já escreveu neste blog.
Portanto fiquem com quem gosta de tentar humilhar outros mas pense bem, mais seus companheiros como aí um que conheço o vosso estilo, e de democracia você não dá lições.
Fiquem sózinhos, que ficam bem.
Para finalizar, o sr. Alfredo Henriques revê-se nas atitudes do provocador social? Todas as que vem tomando? Acho que deveria explicar muita coisa antes de sequer de remetea para a desconversação, porque infelizmente já desconversou muito muitas vezes e não deu respostas cabais sobre muitas coisas.
Porque cor política não sou o único a ter, mas é pública e publicamente discordo, mas outros encobrem...
Deixo para finalizar a solidariedade à colega do Hospital de Santa Maria, Directora, que aqui foi humilhada por ser Directora do serviço Social desse hospital, a ela e todos os colegas que sentiram magoados, o meu respeito, porque infelizmente em Portugal não se discutem divergências teóricas, visões ideológicas, faz-se terra queimada.
A minha solidariedade pública e agora têm razão, é tempo de não permitir a quem anda a insultar gratuitamente.
Começa a ganhar visibilidade e é impossível ocultar os assedios morais ou sexuais dos que os assistentes sociais e os estudantes da nossa área têm sido sujeitos ao longo de anos.
Algo silencioso que incomoda, mas que necessita de ganhar a visibilidade suficiente para que as vítimas tomem a palavra nos sítios devidos.
Os sindicatos como as igrejas, como as escolas, como as IPSS, como tantas outras organizações não são instituições que escapam à lei ( embora algumas o façam sabiamente .
A Vitória de Ilda é significativa e a vitoria de tantos outros colegas que tenho divulgado atempadamente, só podem trazer contributos para o enriquecimento das relações laborais e o respeito dos direitos humanos.
Talvez nunca chegue a ganhar visibilidade... nesta como em tantas outras profissões, obviamente...
mas tenho a dizer que LAMENTO PROFUNDAMENTE, uma vez mais, o nível de discussão e a necessidade que alguns sentem em usar este espaço de discussão cívica e construtiva para atingir alvos especificos e concretos, sob anonimato, que jamais têm coragem de atingir de uma forma que se constitua como legítima. É LAMENTÁVEL e FEIO!
Ainda para finalmente completar o provocador, afirma-se como um novo Almada, entrando num outro campo interessante da minha lavra, o surrealismo eo experimentalismo artístico. Dantas só houve um e tem obra escrita. Alma um enorme artista e só houve um. A minha obra, pouca e não comparável está à vista para quem quiser (3 livros publicados, fundador de duas revistas, de uma associação, entre outras coisas), mas o provocador para que chegue a um dos calcanhares do Almada tem de mostrar muito mais do que diz aqui, MUito Mais!
POR QUE NO SE CALLAN?
POR QUE NO TO TE CALLAS TU O PARVALHO?
Não me parece que seja sensato calar as situações em que alguém se sente injustiçado... no entanto há SEDES PRÓPRIAS para isso. O mérito da colega da notícia foi esse, colocando a situação na esfera do sistema de justiça e não ficou pelo sistema de difamação. São estas diferenças que nos permitem TER ou PERDER razão!
Cara colega Guadalupe,
A difamação de alguns que se escondem, ou não(!!!) atrás de nomes de cariz Provocador...há muito que deveriam ser "banidos" do seu blog...que se quer como um espaço de construção e diálogo na profissão!
As questões pessoais que sejam discutidos FORA deste espaço! Lamento, mais uma vez, que a colega Gaudalupe promova esta Senhora na sua escalada para os comentários de SARJETA!!!
Uma palavra de consideração a apreço para o colega Joquim!
Rectifico: Joaquim
Rectifico: Joaquim
Maria João, caso leia os meus comentários anteriores, verá que partilhamos da mesma opinião. As declarações de cada um ficam com cada um.
De facto é lamentável que utilizem este espaço desta forma, mas são as regras com que me sinto confortável que o permitem. Depois, compreenderá que o blog tem vida própria. Não estou sempre online a ver tudo o que se passa. Quando me apercebo das situações já elas estão criadas, mesmo antes de poder pronunciar-me.
Há uns tempos, durante um período limitado, filtrei os comentários para acalmar os ânimos exaltados que andavam ao nível do insulto. Se o tiver de fazer novamente, fá-lo-ei, mas sempre de forma muito penosa. Tenho a dizer que não tive de apagar nem um comentário nesse período. Publiquei todos.
Também lhe digo que se valoriza demasiado o discurso de alguns. Eu desqualifio-os, não os alimentando, mas há quem o faça, atribuindo-lhe uma importância indevida. E é no que dá.
Já disse em tempos que inibir comentários ou andar a apagá-los levar-me-ía a fechar o blog, a ficar por aqui. Mas outros, que são muito mais, fazem-me continuar a acreditar que a minha postura tem garantido voz a quem antes teria dificuldade. Se há umas quantas vozes que depois desafinam e distorcem a música... ora, teremos de lidar com isso.
vou reflectir! É só isso que posso garantir.
Sónia, não se deixe abalar por episodiozinhos que não têm qualquer importância. O blog está cada vez mais forte e conhecido entre a classe (e não só). Desistir do blog seria uma perda para o Serviço Social, e seria como que perder uma guerra de um exército contra figuras com pés de barro. Mantenha-se acima deste ruído que não passa disso mesmo.
Em relação ao tema do post, também não devemos fazer interpretações que vão muito além dos factos concretos: houve uma cidadã, por acaso assistente social, que ganhou uma causa em tribunal. Partir daí para dramas de perseguições de assistentes sociais, de influências ocultas, e situações similares, parece-me um claro exagero. Episódios de perseguições no trabalho, violência, ilegalidades várias, acontecem com todas as profissões. No caso da nossa, não me parece que atinja proporções de muito maior escala que nas outras. O que importa é que cada trabalhador, devidamente enquadrado nas leis do trabalho, tome as devidas providências quando se sinta lesado. Tenha a profissão que tiver.
Não sejamos românticos ao ponto de querer transformar a nossa classe num cavalo de batalha contra as injustiças da sociedade, como se fossemos os oprimidos que são vergados pela mão pesada dos capitalistas mal feitores personificados em dirigentes institucionais ou políticos. Temos de preservar a nossa posição técnica e objectiva, balizando cada vez mais a nossa intervenção juridica e metodologicamente.
Duarte, agradeço as palavras.
Também compreendo que há quem interprete todas as situações de possível de injustiça desta forma. Há quem não consiga equacionar os diversos lados da (in)justiça e se coloque invariavelmente ao lado dos supostos injustiçados, sem questionar, com a melhor das intenções.
Mas, confesso, que, por vezes, não tenho grande jogo de cintura e distanciamento para lidar com tais situações.
Passo por aqui de forma irregular. Mas, regresso sempre que posso.
Hoje demorei-me mais a ler-vos . E gostaria apenas dizer que:
São todos tão críticos com uma opinião e esqueceram-se que provavelmente o colega não se identificou porque isso poderia eventualmente implicar consequências complicadas. E isso às vezes, é importante . Claro que poderia não dizer nada . Poderia estar calado como muitas pessoas o estão face ao assédio moral mas, esse não será o princípio que perpetua o problema e favorece quem o pratica.
O medo às vezes também condiciona . E a exposição pode ou não gerar solidariedades mas nem sempre resolve o problema . Às vezes complica e quem está metido nele, é que sofre as consequências.
Este tipo de assédio , do pouco que sei, nunca é reduzido a escrito pelo que provas para tribunal são difíceis de arranjar. A colega Ilda dever ter tido uma carta de despedimento e com isso pode lutar pelos seus direitos . Porém, após a sua reintegração , a situação que sofre de confronto com a instituição e a a colega que a coordena , é de difícil prova .
Independentemente de tudo isto, achei interessante o facto de ter sido explicado doutra forma a situação e ter até referencia bibliográfica. Permite-me ir à procura e perceber melhor o problema que outros já estudaram e pensaram. E isso é uma mais valia.
Desculpem, mas se eu tenho a sorte de trabalhar sob as ordens de uma chefia excelente, como pessoa e profissional, nem todas as pessoas têm essa sorte. E o problema deve ser visualizado, e equacionado, mesmo até no âmbito do Serviço Social.
Foi uma achega.
À colega Guadalupe, se me permite, deixo uma única opinião. A menos que os comentários aqui publicados sejam aquilo que vulgarmente chamamos ordinários pela utilização de uma linguagem grosseira, não exerça nenhum tipo de controle. Todos nós temos de aprender a viver e a saber gerir as diferenças de opiniões, e a respeitá-las, mesmo que nem sempre concordemos .Elas representam a pluralidade . E nós todos devemos defender sociedades plurais.
Ana C.
Concordo colega plenamente consigo e obrigada Guadalupe por nos ter proporcionado por via de um canal aberto: informações, as nossas experiências positivas e negativas, opiniões, indignações...
Julgo que até aqui a balança pende, não obstante as diferenças que são de valorizar, para o lado do RESPEITO, DA PARTILHA, DA SOLIDARIEDADE, DA JUSTIÇA...
FORÇA!!!
SE CONSIDERAR COMO REFERIRAM ANTERIORMENTE UM CANAL APROPRIADO, PARA COLOCAR O COMENTÁRIO ABAIXO EXPOSTO...
ASSISTENTES SOCIAIS NA SEGURANÇA SOCIAL FORA DA DIRECÇÃO/COORDENAÇÃO DAS DENOMINADAS: UDS-UNIDADE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E NAS-NÚCLEO DA ACÇÃO SOCIAL
Ao que parece os Assistentes Sociais (Licenciados em Serviço Social) em Vila Real encontram-se a passar uma má fase (mas será apenas uma metamorfose temporária?), assim logo depois de terem sido impedidos de aceder ao concurso de Dirigentes de Chefe de Divisão da Acção Social, da autarquia local, bem como de serem contratados docentes para as equipas de acompanhamento directo de beneficiários do RSI- Rendimento Social de Inserção- pelas IPSS(s) em detrimento de profissionais da área social (conforme informação divulgada neste site- Insistente Social-), agora o ataque ou perseguição dizem ser no Organismo da Segurança Social.
Alegadamente, teriam sido retirados Assistentes Sociais que se encontravam na direcção nas respectivas Unidades da Acção Social, que desde sempre se conhecem como específicas do Serviço Social e foram substituídos por juristas.
Não sou desta área e não tenho nada contra os licenciados em Direito mas parece-me esta perspectiva sob determinados pontos de vista “injurioso”. Mas mais do fazer grandes alegações à situação, porque conhecendo a formação das e dos Assistentes Sociais, são- lhes reconhecidas elevadas capacidades para se auto defenderem, se assim o quiserem.
Conhecemos o que se encontra subjacente a estas decisões, também sabemos que não possuímos o modelo estrutural hierárquico do funcionalismo público Inglês, por exemplo, mas é necessário pelo menos haver, e para ser apenas simplista “bom senso”.
Finalmente, sinto-me impelido a prestar a minha solidariedade aos profissionais desta área, porque, não obstante as resistências, têm dado o seu crucial contributo, efectivado, à legitimação aos Direitos Humanos e Sociais e à Igualdade de Oportunidades….
Tentarei inteirar-me do que se passa e ajudar a abrir canais de resolução se estever ao alcance das minhas possibilidades. NO entanto, estarei fora 2 dias, pelo que não conseguirei dar nenhuma indicação nos próximos dias.
Tal como sucedeu na saúde, também face a esse problema, a APSS deve actuar. É necessário a solidariedade de colegas da classe. Não interessa donde são, onde trabalham, mas apenas se são assistentes sociais. A APSS tem de actuar junto da Segurança Social, aproveitando o facto de ser dirigida (bem ou mal, não é isso que está em causa) por um licenciado em Serviço Social. Sim, o Dr. Edmundo Martinho tem de ser chamado à responsabilidade. Caso se confirme o que foi relatado, e caso seja do seu conhecimento, acabaremos por concluir que está a ser conivente com uma situação que lesa a classe. Onde já se viu substituírem assistentes sociais no RSI por docentes e juristas? Andam a aproveitar-se de nós para diminuir o gritante desemprego nessas áreas? E se também começarmos a montar gabinetes de apoio jurídico ou a ocupar o lugar de professores nas escolas? E concluo com o seguinte: caso o Dr. Edmundo Martinho esteja a ser conivente com o problema, então merecerá uma nota de repúdio por parte da APSS e de todos os assistentes sociais que se prezem deste país. Espero que não esteja e que se envolva na resolução justa do problema. Mas os indicadores não o estão a demonstrar, já que a situação parece manter-se.
Desde os filósofos pré-socráticos até ao presente, a civilização ocidental tem sido virtualmente motivada pela confiança axiomática depositada no progresso científico. Podem ter existido erros (a cosmografia de Ptolomeu), momentos de regressão e de frustração, mas o movimento impulsionador da descoberta e do conhecimento científicos parece ter definido o da própria razão. A relação do pensamento humano com os avanços científicos foi fundamental para a antropologia, para os modelos da história humana implícitos em Galileu e Descartes. Foi fundamental para o estabelecimento da modernidade, do positivismo e do conceito de verdade nos trabalhos de Newton, de Darwin e dos seus sucessores. Por sua vez, as teorias científicas subscreveram a evolução constante da tecnologia na qual as sociedades ocidentais alicerçaram o seu poder. Tal como Bacon e Leibniz pregaram, as portas do progresso científico teórico e aplicado estiveram sempre abertas, definindo o horizonte do amanhã.
Será que continua a ser assim? Estarão agora à vista certos limites, certas barreiras às nossas expectativas? A possibilidade de a Teoria das Cordas não poder ser verificada nem falseada implica uma crise ontológica no seio do próprio conceito de ciência. Há motivos intrínsecos que nos levam a acreditar que a cosmologia e a correspondente exploração do microcosmos são as suas fronteiras. Não há nenhum instrumento de observação por mais sofisticado que seja que nos permita prosseguir para lá das «paredes douradas» externas ou internas do nosso possível universo local. O conhecimento da consciência tem-se mostrado radicalmente evasivo. Pode muito bem acontecer que as analogias computacionais constituam um beco sem saída. A incompletude e a indeterminação, exemplificadas pelas obras de Gödel e de Heisenberg, são «muros» contra as quais a razão embate em vão. A acentuada diminuição do número de estudantes inscritos em cursos de ciências «duras» no Ocidente é sintomática. Tal como o são as novas ondas de racionalismo, irracionalidade, fundamentalismo e superstição que actualmente se abatem sobre nós.
As conjecturas estarão certamente sempre erradas. A biologia sintética e a biogenética, a biocomputação, o aproveitamento de bactérias em processos industriais prometem avanços espectaculares. A matemática progride, por assim dizer, autonomamente. No entanto, talvez as grandes ciências clássicas e a sua auto-confiança se estejam a desvanecer, o que constituiria uma grande revolução em todos os domínios da consciência e da sociedade.
George Steiner
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