25.3.08

para famílias multiproblemáticas, intervenções multiproblemáticas?

A comunicação social divulga situações como as de Rosa Barbosa, colocando sistematicamente o dedo na intervenção dos "técnicos", sem antes se permitir olhar sob os diversos ângulos. Tenho a confessar que a situação relatada é absurda e, como tal, carece de sustentação que permita afirmá-la como próxima dos factos ocorridos. Dou, no entanto, o benefício da dúvida às partes envolvidas, ficando sem perceber porque raio os técnicos ou responsávseis da segurança social não se esforçam por esclarecer os equívocos gerados por notícias deste género que alastram o seu rastilho e motivam juizos de valor que nada interessam à salvaguarda da seriedade dos profissionais desta área. Percebo que a imediatez da notícia jornalística não se coadune com a reflexão necessária para que possa formar-se uma resposta com cabeça, tronco e membros. Ainda assim não sei qual o mal maior!

8 comentários:

Anónimo disse...

E são os hospitais que "fogem com o rabo à seringa", as escolas que só com "a boca no trombone" tomam medidas, etc. Assim funciona o país. Somos um país de avestruzes.

Unknown disse...

Bem...penso que este caso só deve estar contado pela metade!segundo entendi foi uma decisão do tribunal, mas antes de um processo ser remetido a tribunal deve, em principio, passar por outras entidades, nomeadamente pela CPCJ e caso essa intervenção falhe o processo segue para tribunal!Faltam factos essenciais para perceber a situação!não podemos, penso eu, começar logo a julgar os técnicos!

S Guadalupe disse...

mas é exactamente isso que pretendo com o post... apesar de achar que os técnicos deveriam tomar a iniciativa de esclarecer publicamente as pessoas de forma clara sobre este tipo de processos.

Anónimo disse...

Parece-me que esta situação se continua a dever-se ao também já identificado problema dos Assistentes Sociais terem dificuldade em lidar com a comunicação social, temos medo? não saberemos falar e esclarecer? porque é que quando falam de nós referem-se sempre aos "técnicos"? porque é que as questões sociais são abordadas sempre por outros profissionais, designadamente, sociólogos, até médicos, e até engºs do betão...
É muita humilhação... para quem sabe que somos tão capazes ou mais nestas matérias que ousam falar.
Se o nosso problema é dar a cara, porque é que não começamos a escrever, isto sabemos... pois existe a imprensa.
Desculpem-me a ironia, e o discuso "escorrido" mas às vezes é preciso, para nos manter-mos sadios.

S Guadalupe disse...

As questões da inibição de falar à imprensa tem muito frequentemente a ver com as regras na hierarquia. O problema é que, se estas regras vão sempre no sentido do não falar (ou de não fazê-lo no tempo mediático acertado), continua a criar-se uma imagem na opinião pública altamente distorcida acerca da intervenção dos técnicos envolvidos nestes processos. Assim não se promove a cidadania!

Anónimo disse...

Sónia, há uma questão que é muito simples e que deveria ser esclarecida: porque é que a comunicação social, sabendo da existência de assistentes sociais, nunca lhes dá tempo de antena quando se discutem temas sociais? A meu ver, existe preconceito dos mesmos em relação a nós. Só pode ser isso. Até porque eles precisam de nós como "bode expiatório".

Anónimo disse...

Deixo um desafio!
Porque não incitamos a APSS a fazer algo?...
Acham que é uma ideia sem sentido lógico e resolutivo ou será demasiada ousadia!

anita disse...

Isto vem ao encontro do que ainda hoje sugeri numa reunião de núcleo da REAPN: a necessidade de uma vez por todas a comunicação social ouvir os/as Técnicos/as e porque não uma Acção de Sensibilização/ Formação aos jornalistas/ orgãos de comunicação social sobre a verdadeira dimensão do tema da pobreza e exclusão social, para não termos que sistemáticamente ver/ ouvir pessoas a falar e escrever sobre assuntos que transmitem ideias erradas e nefastas em termos de opinião pública sobre estas questões.