de braços cruzados?
Têm sido francamente claros os limites da participação cívica e das organizações da dita "sociedade civil" no que toca à crise dos modelos de vida em sociedade baseados no trabalho. Têm sido diversas as tomadas de posição, devidamente fundamentadas em estudos que permitem equacionar estimativas para um futuro muito incerto e nada sorridente. Que outras alternativas há ao ficar sentado de braços cruzados? O posicionamento é essencial mas não chega ou não tem chegado, muito menos com um governo de maioria absoluta que se recusa a olhar os cidadãos de frente e que tem apostado em dourar a pílula agarrando-se aos poucos sinais que podem eventualmente dar sinais positivos. Sou francamente optimista, mas não hoje, nestas circunstâncias... nunca antes havia equacionado um futuro tão pouco promissor para este país. Vejo-me obrigada a reconhecer que emigrar é cada vez uma alternativa mais sensata. Temos hoje o mesmo nível de custos de vida que os restantes países europeus, mas salários dos quais nada sobra a não ser uma réstia de dívidas às entidades que mais têm lucrado (e talvez legitimamente, não ponho o lucro em causa só por si... mas o sentido do lucro e o desequilíbrio social que faz sentir). Será fundamental reinventar a cidadania e a democracia! Rasgos criativos e audácia precisam-se! Recusem-se a ficar de braços cruzados! Se não for à primiera ou à segunda pode ser que oiçam à terceira! Não há tempo para desistir! Desculpem qualquer coisinha, mas há dias em que me sinto com vontade de baixar os braços e tento convencer-me assim a não fazê-lo!
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