26.3.09

Sublinhados

Ficam alguns excertos do texto referido no post anterior:


"O número de vagas de acesso à licenciatura em SS não tem deixado de crescer. Em 1993/1994 5 cursos apresentavam um total de 570 vagas (Martins e Coutinho, 1995: 49). Em 2007/2008 20 cursos oferecem 1208 vagas, atingindo-se o valor mais elevado em 2006/07 com 1433. Em 15 anos a oferta cresceu na ordem dos 212%" (Martins & Tomé, 2008:6).
(...)
"Até 1992 diplomaram-se 4540 AS (Martins e Coutinho, 1995: 50). De 1993 a 2003 formaram-se 4770 e entre 2004 e 2006 25017, o que dá um total de 11811 Assistentes Sociais diplomados em Portugal. Assim, a taxa de evolução dos diplomados em Portugal de 1992 a 2006 é de 260,2" (Martins & Tomé, 2008: 7).
(...)
"A formação em SS desenvolve-se até ao século XXI, exclusivamente, no âmbito do privado universitário, ao contrário do que se passa na maioria dos países europeus e em geral, ao nível internacional em que o direito à educação pública não excluiu esta área do conhecimento. (...)
Assim, como entender o surguimento tardio do ensino público em SS? Sendo a conjuntura sócio-política de crise do Estado Social com a tendência para a privatização crescente do ensino e o aumento da contribuição dos alunos e das suas famílias para o custear, como entender que o SS se tenha expandido precisamente nesse contexto tanto ao nível universitário como politécnico?" (...) (Martins & Tomé, 2008:9).
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2 comentários:

Duarte disse...

É preocupanto a situação actual da formação em SS. Este crescimento tão repentino do número de cursos fez-se sem qualquer estudo prévio por parte de quem supostamente regula o ensino superior em Portugal. Assim se vê não haver qualquer regulação. O SS parece ter sido a última área a ser afectada por esta desregulação e segue o exemplo de áreas como a psicologia, direito, sociologia, ensino básico, etc. Era o último reduto da área das ciências sociais e humanas em que ainda se verificava uma situação confortável em termos de empregabilidade. As universidades ganham com o elevado número de cursos superiores, pois garantem propinas e emprego para os seus docentes. Os alunos e futuros licenciados e respectivas famílias é quem perde. Há que ajustar as necessidades do mercado de trabalho à oferta de formação. No caso do SS a situação é ainda mais grave porquanto se constata o aumento da formação na área social por via do aparecimento de outros cursos, de certa forma, sucedâneos do Serviço Social, bem como, de cursos que não deveriam constituir ameaça como é o caso da psicologia e da sociologia, já que existem cada vez mais casos de autarquias e IPSS que colocam profissionais dessas áreas a desempenhar um conteúdo funcional pertencente ao do assistente social, não se verificando, curiosamente, o contrário. Se ao menos não se verificasse a confusão entre profissões, talvez a situação não fosse tão grave e desse para conviver bem com 20 licenciaturas em SS. Mas se juntarmos 40 em psicologia, 30 em sociologia e mais alguns cursos como: educação social/comunitária; aconselhamento psicossocial; reabilitação e inserção social; desenvolvimento social e comunitário; animação social; gerontologia social...; facilmente se compreende as dificuldades crescentes no mercado de trabalho para os assistentes sociais. Só podemos agradecer aos sucessivos governos que têm revelado uma enorme inércia perante este problema.

S Guadalupe disse...

Esta é, de facto, uma área de enorme desregulação...

Não vejo, ainda assim, numa perspectiva geral, que tenha de ser o mercado a ditar as necessidades no ensino. Há áreas em que não podemos pensar assim, sob pena de acabarem cursos fundamentais. Aliás, a ideia de Univertsidade estaria colocada em causa.

Mas o caso de Serviço Social tem sido exemplo de contraciclo a todos os níveis...