10.4.09

pontuações do quotidiano

Um dia numa aldeia rodeada de granito fez perceber as mudanças de hábitos dos mais isolados. Não tenho raízes na aldeia, apenas nos une o meu pai tê-la adoptado e ter sido por ela adoptado quando procurava um abrigo de caça na zona. Vivem lá 7 pessoas, se não me engano: 5 mulheres acima dos 80 anos, 1 homem já quase nos 100 e... apenas 1 rapaz com cerca de metade da idade do último. Há rede de telemóvel junto a uma árvore e um bidão que assinalam o local. É sempre uma aventura e motivo de risota tentar comunicar com o mundo. O sinal da TV é fraco. Tudo ingredientes para uma óptima estadia de conversas ao sol e à lareira.
O isolamento interrompe-se com a chegada do "doido" do carro que traz o almoço (apoio domiciliário), do padeiro que hoje lá estava quando regressámos à cidade, ou das pessoas que, como o meu pai e o meu tio, recuperaram por lá umas casinhas de pedra e dão vida aos fins-de-semana e festividades.

Sem comentários: