19.4.09

os meros e os esmeros...

Não resisto a publicar excertos de um artigo de jornal que revela que a importância da nossa profissão é tal, que até serve de metáfora para trabalho policial. Uma profissão muito importante e muito dada a confusões e baralhações... "meros assistentes sociais" é o que fazemos questão de continuar a ser!

Quando polícias também são assistentes sociais (Notícia JN)
«O agente Manuel Teixeira e a chefe Fátima Silva fazem uma patrulha "personalizada", em Guimarães. Num Centro Histórico quase vazio, sobram alguns idosos, que se sentem acarinhados com este policiamento de proximidade. (...)
"Estes agentes são o rosto humano da PSP", diz Magalhães Pereira, gestor local do programa. "É um policiamento inserido na comunidade. Os agentes destacados para este programa não vão para mais lado nenhum, trabalham para ganhar a confiança das pessoas e conhecer os problemas"(...)
Magalhães Pereira diz que os agentes afectos ao programa "não são meros assistentes sociais", mas o contacto com os dramas humanos é inevitável numa zona de população envelhecida .
"Os agentes não são meros assistentes sociais, têm também a função de reprimir o crime", salienta Magalhães Pereira, dando o exemplo da violência doméstica, uma das preocupações. "O simples facto de os agentes passarem na zona e contactarem com as pessoas, faz com que a vítima se sinta acompanhada e inibe os agressores", adianta. (...)»
Ora, ainda bem que os polícias se lembram que ainda o são, e que são meros agentes de luta contra o crime! Fica a ideia: se é tão relevante assim o trabalho social nestes contextos, contratem assistentes sociais e outros trabalhadores sociais para acompanharem polícias nas suas missões nobres! Sempre seria um novo campo de trabalho, embora nos colocasse no terreno ambíguo do controlo social!
Fico ainda muito contente por saber que há tanta gente a querer ser assistente social!! É uma profissão desejada e invejada, sem dúvida!
Ass.: a mera assistente social, com muito orgulho!

2 comentários:

Duarte disse...

Sugiro que a Sónia enquanto vice presidente da APSS solicite à direcção que elabore uma nota de esclarecimento (ou como se queira chamar) e a envie à PSP de Guimarães e porque não também à direcção nacional da PSP e já agora ao próprio JN. Há que tomar posição, pois estas situações atentam contra a representação social da profissão e contra a sua dignidade. De facto, toda a gente quer ser assistente social, nem que seja por um dia, faz-me lembrar aquela história dos 15 minutos de fama a que toda a gente tem direito. Pelos vistos, toda a gente também tem direito a 24 horas no mínimo para ser assistente social. Se já temos estruturas oficiais que toleram que outras profissões desempenhem funções de assistente social e até se autointitulem enquanto tal, já nada me espanta. Remato com o velho e sábio ditado poruguês: "Quem desdenha quer comprar".

S Guadalupe disse...

Não vejo necessidade. Usam a profissão como metáfora, certamente por causa das perguntas do jornalista... Não há atropelo funcional.
Eu é que ironizei... e há que descontrair...

Mas caso sinta essa necessidae, coloque a situação enquanto sócio.