23.8.09

reveses da profissão

Ainda há uns dias atrás assinalava aqui no blog que o Sindicato Nacional dos Profissionais de Serviço Social tinha um blog, algo que era novo para mim, apesar de existir há quase 1 ano. Entretanto, fiquei a saber através do blog "Assistente Social" que um sócio (que se identifica) havia recebido uma notificação da exitinção do Sindicato, levantando-se dúvidas sobre o que se passaria afinal, já que o blog deste continuaria activo. Entrei em contacto com o Sindicato através de e-mail, tendo-me respondido um colega que voluntariamente e em articulação com os corpos gerentes alimentava o blog e que lamentava a polémica atendendo a não ter conhecimento do desfecho oficial do SNPSS, tendo decidido desactivar o blog entretanto. Eu ainda não tenho confirmação oficial da situação. Esperemos outros desfechos na clarificação da situação.

4 comentários:

Presidente do Inatola disse...

Desabafo (segunda via):
Creio que o lema será dividir para reinar.

Não somos formados para a união.

Enquanto estudante ouvi considerações das outras escolas, como inferiores.

No fim somos todos assistentes sociais. Melhores, piores, depende da equipa, das organizações em que estamos inseridos.

Recebo todos anos estagiários e o que vejo?
Pouca auto-estima profissional. Irrealismo.
O conhecimento é importante, só assim somos respeitados por outros elementos da pseudo-equipa. Mas tem de haver maior proximidade com a realidade. Tenho o dito a alguns docentes, mas ... , a politica é outra. Outros cursos aproximaram-se do mercado e da realidade, mas o serviço social ... distancia-se (Bolonha).
ASSOCIAÇÕES:
Alguns dizem: "eu não pago as quotas, eles não fazem nada..."

Olhemos para as escolas que falam da desigualdades e dos direitos dos cidadãos. Vejo e pasmo, se um estudante deficiente motor quiser, será que pode frequentar a escola? OK, isso não interessa (ensinamento de S. Tomé). O que interessa é o bem pessoal: o salário, curso, menos chatices,...
Compreensível, condição humana.

Agora e depois lamenta-se.

Pergunto: Qual é o motivo de nos associarmos? Apenas as questões filosóficas da profissão, são importantes, não há nada que lute pelas PESSOAS que desempenha o papel de assistentes sociais.

Filosofamos e não realizamos.

Talvez seja o "destino" lutar sozinhos e fazermos uma escola individual:
Boa sorte para quem luta.
"Aí os imortais ...."

S Guadalupe disse...

Caro(a) "Presidente do Inatola", sinto aqui um misto de desilusão e vontade de acção. Descanse, pois, se quer saber, é a ambiguidade própria de quem se preocupa e quer implicar-se mas esbarra contra muitos muros. É o que eu sinto em permanência.
Eu percebo porque alguns têm as atitudes que têm relativamente ao associativismo, pois não percebem que estão a contribuir para o "nada".
É a ideia da "não inscrição" de que o José Gil tão bem fala no livro "Portugal, o medo de existir"... será que os assistentes sociais, enquanto profissão (corpo profissional) tem medo de existir?

Duarte disse...

O problema de base está, na minha opinião, na formação em Serviço Social. Que formação temos hoje? Temos uma formação desorganizada e fragmentada. Mas acima de tudo, já antes tinhamos e pelos vistos continuamos a ter, uma formação demasiadamente teórica para as necessidades de uma profissão como a nossa. Uma formação que acaba por ser não mais que um mero somatório de disciplinas sem conexão umas com as outras, sem fio conduto, e que não contribuem para a construção de uma personalidade profissional.Muitos dos que concluem a formação, saem sem perceber, de facto, o que é isto do Serviço Social e de ser assistente social. Saem com um desconhecimento profundo daquilo que vão encontrar "lá fora". Não se incute o espírito associativo e de união, apenas as teorias e as filosofias deste e daquele. Fala-se pouco da realidade da profissão. Quando estudei, chegava-se ao cúmulo de haver estágios académicos que não eram orientados por assistentes sociais (!). Quase todos os problemas começam nos "bancos de escola" e o do Serviço Social português também. Acho que não temos uma formação de qualidade, capaz de formar profissionais com pragmatismo e que sejam capazes de se posicionar.

S Guadalupe disse...

Duarte, claro que há problemas na formação, sempre houve (já os discutimos aqui diversas vezes!)... mas também os há noutras formações e nem por isso leva à mesma situação. Não sei se será por aí, embora também faça parte do "pacote".