11.9.09

sublinhados de campanha

Apesar da generalidade do seu discurso me pôr de cabelos em pé, ontem ouvi com agrado um trecho da intervenção de Manuela Ferreira Leite sobre os beneficiários do RSI, recusando generalizações e demarcando-se da posição de Paulo Portas, que os tem considerado preguiçosos. Ainda que... foi na legislatura do governo que ambos integraram que houve a maior alteração legislativa neste âmbito. Ora, de que serve concordar ou discordar no jogo político?

3 comentários:

susana disse...

já sei que não vou ser politicamente correcta, mas é o que penso. Sou assistente social mas acho que o RSI devia acabar, sou contra desde há vários anos. Acho que a medida não funciona e é verdade que sustenta a preguiça de gente a mais. Ninguém consegue ter controlo nessas situações que estou convencida serem a maioria. Não pode ser, gastam-se rios de dinheiro para alimentar autênticos parasitas. Acho que os apoios devem ser vistos caso a caso e com uma avaliação rigorosa em que todos aqueles que possam trabalhar e não têm nenhum problema de saúde não devem ter apoios para além de pontuais. Não compreendo haver gente na casa dos 20 anos a viver do rsi quando há cada vez mais estrangeiros a trabalhar em restaurantes, lojas ou construção civil. Precisa-se de uma mulher dias já só se encontram estrangeiras. Acabe-se com essa vergonha e obrigue-se as pessoas a trabalhar. Aumente-se as pensões, os abonos, o csi, o subisdio de 3ª pessoa, e outros do género, acabando com o rsi.

S Guadalupe disse...

Susana, não é uma questão de ser politicamente correcta, é uma questão de ideário. Neste sentido divergimos por completo.

O discurso populista chama-se desta forma por alguma razão. Como assistente social, se o é, tem por obrigação ter uma perspectiva bem distinta desta. O pior é que nem sei se tem consciência disto. O seu discurso não só leva à discriminação de um conjunto de pessoas, esteriotipando as suas situações, como ainda por cima veicula sentimentos xenófobos.

Quando oiço estas apreciações normalmente vêm da "vizinha quadrilheira" (figurativo) e não de alguém que se dedicou, supostamente, a estudar a complexidade social e intervém pela justiça social.

E que tal obrigar-se a reflectir sobre o que pensa e o que sente. Não será apenas frustação? Não seria melhor procurar supervisão? Pense nisso!

Unknown disse...

Não posso deixar de concordar consigo, Sandra. Trabalho na medida e deixa-me intrigada que uma pessoa da área pense dessa forma. É verdade que exitem situações fraudulentas (tal como existem em todos os restantes apoios sociais e situações fiscais) e são essas que vêm ao de cima.

Mas cara Susana não pense que são a maioria, porque na realidade não são. Existem, mas não são a maioria. Há alguns aspectos legislativos que poderião ser revistos, mas se a medida acaba-se, o que seria de todos aqueles que se encontram na medida por devido direito?