12.3.10

as escolas: por outro lado... CNIPE contra a proposta de penalização dos pais

«A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação está contra a proposta que surgiu hoje na imprensa de penalizar os pais cujos filhos se envolvam em actos de violência nas escolas.
A referida proposta defende que devem ser retirados os apoios sociais aos alunos, mas a CNIPE considera que esta não é a solução para se combater a violência em meio escolar, nomeadamente o fenómeno do bullying.
Para a CNIPE muito mais do que penalizar as famílias, deveremos perceber quais os fenómenos que se encontram a montante dos problemas surgidos nas Escolas, implicando toda a comunidade educativa e fazendo funcionar plenamente todas as redes sociais, onde as Associações de Pais podem ajudar a debelar este problema.
Na proposta que entregou na semana passada no Ministério sobre as alterações ao Estatuto do Aluno, a CNIPE defende uma maior responsabilização dos pais através da criação de condições que promovam um maior acompanhamento da vida escolar dos filhos.
É nesta perspectiva, que a CNIPE defende desde há muito uma revisão da lei laborar no sentido de que os pais não sejam prejudicados na sua actividade profissional quando são chamados para irem à escola.
Para a CNIPE o combate à violência passa também por maior vigilância nos espaços escolares, nomeadamente nos recreios, por melhorar o rácio assistente operacional/número de alunos por turma, mais apoio de técnicos na área social, alargamento efectivo de equipas multidisciplinares e formação em matéria de gestão de conflitos em ambiente escolar.
A CNIPE apela, por outro lado, às direcções das escolas que não escondam e que denunciem às autoridades competentes os casos de violência escolar.
A CNIPE exige ainda que o Ministério da Educação proceda disciplinarmente contra as direcções escolares que negligenciem as situações de violência na escola.
A Direcção da CNIPE
Lisboa, 5 de Março de 2010»

Já ontem ouvi que o CDS-PP iria apresentar uma proposta que vai de encontro às ideias indizíveis da CONFAP, optando por cortes no Abono de Família e de outras prestações sociais. Ora, se a minha filha for violenta e eu não for à escola fico com menos 11 euros por mês... São as pessoas deste escalão que se pretendem "atingir"?! Nas entrelinhas = filhos de pobres e excluídos são violentos! É este o país que queremos?
Um aplauso à CNIPE!

2 comentários:

Duarte disse...

O populismo é isto mesmo. É simplificar o que é complicado; é utilizar chavões; é recorrer ao preconceito; é tomar a parte pelo todo... Em sociedades como a portuguesa, em que imperam os comentadores de bancada e em que uma parte significativa da população é pouco informada (mesmo entre muitos licenciados) e opina sobre o social sem qualquer rigor, ideias como esta podem facilmente pegar. Basta andarmos atentos a conversas de café e de corredor, para ouvirmos coisas destas. A ver vamos no que isto vai dar, mas não acredito que tenha pernas para andar, nem quero acreditar que tal seja possível. Quanto ao CDS, é o partido da perseguição aos pobres para o qual não passam de bandidos preguiçosos, feios, porcos e maus, culpados de todos os males da sociedade. Pena é que haja colegas nossos/nossas que vão sustentando algumas destas ideias, não percebendo que não podem confundir a árvore com a floresta e que têm de ter uma visão mais objectiva e científica destas questões. É para isso supostamente que tiraram uma licenciatura. Devemos como profissionais especializados, dar o exemplo e saber desmistificar todos estes "sound bites".

S Guadalupe disse...

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