rever dados de 2008
Reproduzo abaixo 2 posts do blog http://darvozaospobres.blogspot.com/ de 2008, porque sinto é necessário continuamente apelar a tais dados.
«Tal como no caso do powerpoint apresentado aquando da intervenção da Dra. Mª do Rosário Carneiro, e tornado acessível no último artigo deste blog, também aqui se colocam os dados apresentado pela Dra. Eduarda Ribeiro, num powerpoint com o título: "Números que fazem pensar".
Permite-nos este documento ver que:
•quando falamos de pobreza, referimo-nos a quem - segundo os dados do Eurostat - se situa abaixo de um limiar de pobreza definido como sendo 60% do rendimento mediano
•em Portugal, isto significa:
- Para 1 pessoa só (4 386 euros anuais ou 365,5 euros mensais)
- Para 2 adultos e 2 menores de 14 anos (9 212 euros anuais ou 767,7 euros mensais)
•ao confrontarmos este valor com a União Europeia, tornam-se evidentes as discrepâncias, já que os valores médios europeus são praticamente o dobro:
- Para 1 pessoa só (8 368 euros anuais ou 697,3 euros mensais)
- Para 2 adultos e 2 menores de 14 anos (17 573 euros anuais ou 1464,4 euros mensais)
•Portugal é o segundo país da Europa (a seguir à Lituânia) com maior desigualdade entre ricos e pobres
No powerpoint em anexo, estão os dados apresentados pela Dra. Mª do Rosário Carneiro na sua intervenção. Com a ajuda deste powerpoint, vemos que o entendimento das causas da pobreza é pré-cientifico e subjectivo:
«Os pobres são pobres porque:
•Preguiçosos - "Não querem fazer nada"
•Incompetentes - "Porque abandonaram a escola"
•Dependentes - "E quem depende é quase sempre incompetente"
•Responsáveis pela sua situação
•Não credíveis - "O que torna prioritário o combate à fraude"
•Perigosos - "Porque inevitavelmente reproduzem comportamentos associados"
•Pertencentes a minorias »
De facto, como podemos ver a seguir, este entendimento é claramente não fundamentado:
•«A maioria dos pobres trabalha, está desempregada ou já está reformada – só cerca de 27% é inactiva
•Têm trabalhos pesados, longos e mal remunerados
(Múltiplos trabalhos, mal remunerados, impossibilidade de pouparem, impossibilidade de adquirirem mais competências para acederem a trabalhos mais bem remunerados,…)
•Das 126.621 famílias apoiadas pelo RSI (Rendimento Social de Inserção), só 44.780 não têm mais nenhum rendimento
•60 mil licenciados desempregados, dificilmente poderão ser considerados como incompetentes, bem como os milhares de trabalhadores que passaram por acções de formação profissional integradas no âmbito do RSI
•92% das acções de micro crédito são marcadas pelo sucesso, o que significa que os pobres, afinal, são credíveis»
1 comentário:
Excelente contributo.
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