2.9.11

um caso é um caso

Há muito que as situações de monoparentalidade que me interessam pela vulnerabilidade social que geralmente lhe está associada. Este caso (ver abaixo reportagem da SIC) chamou-me a atenção e penso que obriga a reflectir sobre que sociedade queremos e sobre qual o papel da profissão nestas situações. Um caso é apenas um caso, mas os casos obrigam a reflectir e a abrir possibilidades de discussão interessantes, para além de que imagino que muitos outros casos similares existirão.

http://sicnoticias.sapo.pt/pais/article742369.ece


Independentemente dos aspectos processuais, que confesso não me interessarem tanto, que aspectos vos merecem reflexão?

12 comentários:

Duarte disse...

Confesso que tenho geralmente muita dificuldade em comentar casos surgidos nos media, pois quase sempre são apresentados de forma enviesada e com lacunas de informação, para além, de geralmente não questionarem todas as partes envolvidas. Não dou muito crédito a "casos sociais" retratados nas televisões e ao sensacionalismo patentes na sua apresentação. De qualquer modo, há casos mais bem tratados do que outros e penso que muitas vezes as falhas estão na comunicação profissional-utente. Faço notar, no entanto, que a média de processos de RSI por técnico é exagerado. Não é humanamente possível acompanhar 300 ou 400 processos, até porque cada processo não corresponde a uma só pessoa, mas na maior parte dos casos a uma família inteira. Não é possível fazer acompanhamento de proximidade a cada um e assim as pessoas transformam-se em números. Se querem um trabalho de maior qualidade, é imperioso dotar as equipas de mais elementos. Mas não só. Seria necessário agilizar toda a administração pública, diminuir a burocracia e era já agora aconselhável que a elaboração das políticas sociais começasse a ter, à semelhança doutras áreas (por ex. a saúde ou a educação), o contributo de grupos consultivos constituídos por profissionais, em particular, por Assistentes Sociais que os há com experiência suficiente e com contributos a nível de investigação.

S Guadalupe disse...

Duarte, concordo inteiramente.

No entanto, o que me despertou a atenção sobre o caso não foram os processos, foram mais os aspectos éticos da vida em sociedade... e o contributo das políticas sociais (DIREITOS) para que as pessoas não tenham de fazer tais opções.

Claro que os casos mediáticos são o que são, mas aqui não é tanto o caso, mas o seu significado.

Duarte disse...

Sim, mas será que se pode isentar a cidadã em causa de responsabilidades? Será que tinha mesmo que tomar esta atitude? Será que não existirão outras coisas por detrás? Como é que foi o acompanhamento efectuado no âmbito do RSI? E será que não terá sido primeiro admoestado e tendo mantido o comportamento não deixou margem de manobra à técnica gestora de caso? É que regras são regras e têm de ser cumpridas pois caso contrário é que não há moralidade e é assim que muitas medidas como o RSI estão completamente desacreditadas junto da população e até de muitos colegas assistentes sociais. Eu sinceramente tenho muitas dúvidas se a cidadã em causa tinha mesmo que ter feito o que fez. Acho que é um extremismo difícil de justificar e que deve trazer "água no bico", até porque mesmo que uma pessoa fique sem RSI, pode recorrer a outros apoios, até mesmo no âmbito da Acção Social do ISS, havendo ainda outras entidades que podem apoiar, como autarquias, juntas de freguesia, santas casas e outras IPSS, bancos alimentares, etc.. Ou então também se pode estar perante algum caso de "desajuste psicológico" e aí talvez a cidadã necessitasse de acompanhamento espefício. Mas repito, é uma situação que me deixa muitas dúvidas e tenho dificuldade em crer que tivesse que culminar nesta atitude. Mais: a notícia é apresentada pelos media como resultado dos cortes em curso. Ora, isto é puro sensacionalismo. As coisas não eram 80 e agora só são 8. Há restrições e dificuldades crescentes, mas isso não justifica extremismos.

Marta disse...

Eu subscrevo na íntegra o que o colega Duarte afirma, só quem trabalha em equipas RSI sabe a luta constante e pressão a que os técnicos estão sujeitos. Trabalha-se com números e para os números e, por outro lado, confesso que me repugna a forma como as situações são analisadas pelos média, onde mais uma vez os números, neste caso em termos de audiência também falam mais alto. Cada família é um caso e, como em tudo na vida, não existe apenas uma face da moeda e, por vezes, apenas contamos a nossa versão ou o que nos parece ser a nossa visão sobre as dificuldades e realidades com que nos deparamos. Actualmente não recorrem apenas aos serviços as ditas "famílias pobres", e sinceramente assusta-me o impacto que determinadas atitudes extremistas possam ter no desenvolvimento das crianças. Como refere o colega Duarte, existem outras opções, infelizmente às vezes opta-se pelo caminho mais fácil...Cumprimentos, Marta Rita

LF disse...

Olá!
Em 1º lugar e embora consulte este blog desde os meus tempos de estudante em Serviço Social, é a 1ª vez que participo e, por isso, também não posso deixar de elogiar a Sónia pelo seu esforço em promover e manter este espaço.
Sou um Assistente Social a desenvolver a sua prática profissional num Protocolo de RSI e talvez por esta razão me encontre alguma legitimidade para participar.
Quase tudo o que foi escrito é pertinente, porém permitam-me deixar aqui alguns contributos:
Concordo com o Duarte mas, segundo a minha experiência no Centro Distrital onde trabalho, nenhum Técnico de RSI acompanha 300 ou 400 processos/agregados! Nem chegam a 100 por técnicos (o que já são muitos)...e encontro-me numa zona de intervenção urbana e multiproblemática.
Por outro lado e se queremos um trabalho de maior qualidade, talvez seja importante balizar a nossa intervenção e sobretudo os VALORES subjacentes a esta. Este tipo de situações não deveriam ter uma mera leitura administrativa...embora o RSI assente também na noção de contrato, compromisso, responsabilidades e REGRAS. Mas se o RSI assentasse única e exclusivamente em regras a cumprir por parte dos beneficiários, então qualquer indivíduo licenciado em Ciências Humanas e Sociais (ou até qualquer pessoa de uma área de Engenharia!) poderia desempenhar as funções de Técnico de Acompanhamento de RSI...aliás um gestor até desempenharia melhor este tipo de função. Porém e a meu ver, o RSI é muito mais do que a disponibilização de recursos financeiros ou outros apoios alimentares. O RSI permite também combater situações de exclusão a vários níveis...pode e deve também constituir um meio de detectar situações de risco e perigo (abusos a crianças, violência doméstica, etc.) e de promoção de Direitos a vários níveis. Mas para isto, os Técnicos não devem fechar-se em gabinete e devem ir para o terreno para ajuizar efectivamente as situações em vez de gravitarem conjecturas...
Concordo acerca da importância de RESPONSABILIZAR os beneficiários....mas será que lhes foram atribuído os meios necessário para cumprir o que lhes é pedido (quer em termos financeiros ou em termos de acompanhamento efectivo)....tenho sérios dúvidas. Neste caso em particular, duvido que a cessação da prestação resolva o problema em questão: trata-se de um agregado monoparental feminino com 2 crianças a cargo de 2 pais diferentes e sem o apoio destes...pois, imaginem-se sós a cuidar de 2 crianças...nada fácil! Esta Sra. necessita de um acompanhamento de proximidade e não de varrer para debaixo do tapete...pois, foi cessada mas o problema mantém-se e a Acção Social não faz propriamente um trabalho de proximidade no terreno.
Por fim, este caso do telejornal da situação tem efectivamente uma cobertura algo sensacionalista e tendenciosa porque não houve espaço ao contraditório....mas o que importa aqui - a meu ver - é mais reflectir acerca da nossa prática profissional, os valores que a norteiam e as suas consequências efectivas em termos sociais e político no seu sentido lato.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Costumo dizer que os A.Sociais são boas pessoas mas não fazem milagres.Não somos os fazedores das politicas sociais, nem fomos consultados, mas apenas executores.
Há, na realidade, uma tremenda falta de recursos humanos para um eficaz acompanhamento de uma certa subsidiodependência. Se essa lacuna fosse preenchida muitas situações de RSI seriam anuladas e outras seriam accionadas.
Temos tendência em dar respostas muito académicas, carregadas de subjectivismo, e prenhes de boas intenções.
Como disseram os colegas desconfio profundamente dos casos sociais tratados pela comunicação social; aqui o que interessa ao jornalista é explorar a parte emocional e se conseguir que os entrevistados chorem diante das câmaras é êxito garantido.
Cada caso é um caso.Há utentes com vulnerabilidades biopsicossociais cuja necessidade é mais ensiná-los a gerir corretamente as suas prioridades e menos atribuir-lhes outros subsidios.Depois há direitos e há deveres. Não aceito que se tente minimizar os deveres do utente com a alegação das suas "fragilidades".
Também não ouvi falar em pensão de alimentos para os menores nem de processo juridico para a reclamar.Demora tempo, eu sei, mas tem de ser requerida...

S Guadalupe disse...

Foram aqui colocadas questões muito importantes. Concordo em grande parte a LF, a quem agradeço a participação e as palavras de incentivo.
De facto a informação que tenho também indica esse número de beneficiários por técnico (quando deveria ser eventualmente por equipa). Contas simples: 1 mês tem cerca de 22 dias úteis, caso nos centremos em 2 famílias por dia (o que já considero muito para trabalhar a sério com eles, em co-construção da sua inserção), nem metade trabalhamos.

Essa questão da responsabilização daria longas discussões. Responsabilização no processo é uma coisa, responsabilização pela situação é outra...

Depois, é o problema de sempre, a via do emprego como única via de inserção social... se alguns nem com 1001 competências conseguem inserção no mercado de emprego... que raio de sociedade esta obcecada com o mercado, o capital... as pessoas podem ser úteis de outras formas e por outras vias, ou não?

Já não concordo com "mikaejo" nalguns aspectos centrais, nomeadamente no que toca ao "academismo" das intervenções (era bem melhor que assim fosse), à ideia de subsidio-dependência (prefiro pensar em direitos de cidadãos) e à ideia de ensinar a alguém seja o que for. Discordo totalmente com estas ideias.

Gosto de voltar a ter discussão por aqui!

Duarte disse...

E essa, Sónia, é a única via para resolver quer os problemas do Serviço Social enquanto profissão, quer da intervenção no dia-a-dia: a discussão. Como discutimos pouco e refletimos pouco, evoluímos pouco. Sem discussão, sem problematizar, sem por as nossas cabeças a pensar e a ter até dilemas, não desenvolvemos espírito crítico e tornamo-nos básicos e simplistas e rudimentares no que fazemos. É um pouco isso que noto nos assistentes sociais em Portugal.

LF disse...

Olá, boas noites!

Utilizar esta plataforma é simultaneamente estimulante e frustrante. Estimulante porque nos desafia a reflectir e dedicar-nos a jogo de argumentação. Frustrante porque não é fácil de o fazer por escrito…ou melhor por escrito e de forma sumária.

Sem querer ser ou parecer pedante ou guardião da moral de 3ª categoria, penso que deveríamos deixar de nos lamentar constantemente dos assistentes sociais e das suas práticas….parafraseando o Boaventura Sousa Santos uma autoflagelação bem Lusitana. Ocasionalmente percorro um ou outro blog e leio certos comentários que me deixem, de facto, perplexo…. Portanto e apesar das fragilidades conjunturais e estruturais desta profissão - essencial para a manutenção do Estado Social como o conhecemos - concordo com o Duarte e devemos esforçarmo-nos, cada um à sua escala, por tentar sensibilizar os nossos colegas (AS, psi, política social ou dirigentes) em adoptar efectivamente uma prática reflexiva e fundamentada, assente num conjunto de valores que constituem um capital civilizacional notável.

Mikaejo, eu diria que ninguém espera que os AS façam qualquer milagre – lá estamos nós na autoflagelação – mas que desempenham as suas funções com seriedade e empenho. Claro que não desenhamos, de forma decisiva, as políticas sociais…mas não podemos ocultar a margem de manobra que temos para corrigir algumas imperfeições no terreno; aliás, as próprias políticas sociais resultam de fenómenos complexos e transnacionais (globalização, Troika, etc). Quanto aos recursos e à semelhança da esmagadora maioria dos recursos, estes são escassos e, por isso, temos de nos tornar mais eficientes e organizados, dando também a devida atenção ao conceito de accountability. Temos certamente de trabalhar mais e melhor e deixarmos de lado a ½ hora de manhã para o pequeno-almoço, o horário estrito entre as 09h00/13h00 e 14h00/17h00 (falo aqui essencialmente da minha experiência pessoal)… eu venho do sector privado e considero que há ainda muito por fazer ao nível do investimento pessoal dos Técnicos no seu trabalho em prol dos seres que procuramos ajudar.

Subsidiodependência? Existe efectivamente e não são assim tão poucos os casos…mas também me parece que esta postura ou forma de sobrevivência foi fomentada pelos Técnicos na época das “vacas gordas”…era mais fácil dar o “peixe” e permanecer no conforto de um gabinete. Todavia e por os “peixes” estarem a escassear, procura-se, cada vez mais, a ensiná-los a pescar. No entanto e como diz a Sónia, os beneficiários/utentes até podem estar receptivos e motivados a aprender a arte da pesca mas se o rio encontra-se poluído (factores internos e externos ao país) torna-se muito mais difícil resolver a equação; de facto, o mercado de trabalho encontra-se extremamente exclusivo e competitivo, e os candidatos parecem-me cada vez mais competentes…contudo e neste momento sócio-histórico de mudanças rápidas, o mercado não consegue absorver todos os candidatos (e este fenómeno verifica-se em inúmeros países) e acaba por deixar de fora os mais desfavorecidos/desprotegidos ou com competências desajustadas ou inúteis para o mercado. E independentemente dos nossos estados de alma ou valores que apregoamos, a actividade profissional constitui indubitavelmente o patamar mínimo para a inserção social de um adulto…pois só com um trabalho e com um vencimento regular é que temos acesso ao mercado e essencialmente ao consumo (ou então podemos enveredarmos pela criminalidade!!!). Não ter acesso ao consumo é de facto uma condição sine qua non à exclusão (Sónia e na sociedade em que nos encontramos, penso que as pessoas só têm “utilidade” quando se encontram dentro do mercado…repare nos idosos!)…e de forma mais lata à exclusão social. Imaginem-se sem o pecúlio do vosso vencimento: acabou-se a ida ou cinema com uns amigos, acabaram os jantares ou as idas a bares ou discotecas, acabaram-se as viagens a sítios exóticos para partilharem experiências com amigos, acabaram-se as conversas com anónimos em blogs, etc.
(...)

LF disse...

Porém e concordando com a Sónia, a inserção profissional também não constitui um fim porque um ser humano não se esgota numa profissão. Agora imaginem um beneficiário isolado de RSI a conseguir um emprego. Fantástico! No entanto e por passar administrativamente a ter “rendimentos superiores” (estipulados pela Seg. Social), este beneficiário passa a ter a prestação cessada e deixa fatalmente de ter o acompanhamento da equipa de RSI…embora até possa ser nesse momento que poderíamos começar a trabalhar com maior qualidade COM este beneficiário.

«Cada caso é um caso.Há utentes com vulnerabilidades biopsicossociais cuja necessidade é mais ensiná-los a gerir corretamente as suas prioridades e menos atribuir-lhes outros subsídios» Uau! Frase extremamente polémica! Começando pelo fim: este tipo de “subsídios” (prefiro apesar de tudo a designação RSI) não são arbitrariamente atribuídos mas são um direito que assiste a qualquer cidadão perante uma necessidade de carência, procurando-se assim assegurar a sua DIGNIDADE. Não sei se devemos ensiná-los, colocando-nos numa relação demasiado vertical e também não sei o que entende por “ensiná-los a gerir correctamente as suas prioridades (…)”, pois são as prioridades do Mikaejo ou da pessoa que procura ajudar? Tenho dúvidas. Acabo de ver uma reportagem na TV daquela Sra. conhecida da DECO que aborda frequentemente a questão do endividamento e refere que estão a receber cada vez mais casos da classe média (advogados, professores, médicos, juízes, etc.)…será que também os consideraria e ajudaria da mesma forma, procurando ENSINÁ-LOS a gerir as suas prioridades?

Mas por outro lado e como costumo dizer aos beneficiários, nenhum adulto é forçado a permanecer no âmbito da medida de RSI…estamos aqui para tentar ajudar mas a porta está sempre aberta para quem recusa ser ajudado.

Haveria ainda outros pontos a comentar mas o tempo escassa!

Cumprimentos,

luis (LF)

PS: Sónia, na realidade sou-lhe eternamente grato porque foi graças a si que me iniciei ao curioso, irreverente, desafiante e estimulante universo do Gilbert Garcin. Obrigado!

S Guadalupe disse...

Gostei muito dos vossos comentários e sublinho a necessidade de fóruns de discussão consequentes e que alarguem a plateia. Escrever e publicar, mesmo que apenas online, é uma das formas... ainda que seja raro alguém receber o feedback. Nesse caso tenho a sorte de me chegarem alguns e-mails muito ricos nesse aspecto.

Mas, Luís, do que mais gostei foi do facto de o ter feito descobrir o Gilbert Garcin. Eu descobri-o nos Encontros de Imagem em Braga, há uns anos... estão agora a decorrer, por falar nisso... adoro fotografia, o que se deve em muito aos velhos Encontros de Fotografia de Coimbra que já não existem neste formato. Temos agora aqui o CAV, Centro de artes visuais, sempre com exposições muito interessantes.

Costumo dizer a alguns alunos (mais próximos) que podem aprender mais comigo sobre fotografia e música do que propriamente de Serviço Social... se calhar não é brincadeira de todo.
:-)

LF disse...

Concordo!

Um(a) docente não se pode reduzir a um mero transmissor de conhecimentos teóricos e científicos, mais ou menos distante do seu público.
Deve antes de mais desenvolver uma capacidade em cativar, sensibilizar, PROVOCAR...e até constituir uma figura inspiradora. Pois, todo o conhecimento é relativamente fácil de acesso...mas torna-se necessário e imperioso descodificá-lo, desconstruí-lo, contextualizá-lo e questioná-lo. O ensino superior deveria ser, antes de mais, uma instância de desenvolvimento de um espírito crítico...e, como parece óbvio, adquirir ferramentas para filtrar o conhecimento.

Portanto, o uso intencional da fotografia, no âmbito do Serviço Social, é interessantíssimo para desentorpecer o pensamento por ser uma linguagem eloquente...e o SS necessita de argumentação e reflexão crítica. Aliás a Arte pode ser um excelente recurso para os AS porque deveria ser - na minha opinião - um vector de posturas subversivas...de irreverência e questionamento da normalidade, do adquirido, do oxidante politicamente correcto. Por outro lado e à semelhança de um fotógrafo, o que deveria caracterizar um AS é o "seu" OLHAR lúcido e profundamente "humano" ou humanista sobre uma determinada realidade...e como certos fotógrafos, o AS deve denunciar, trazer à luz do dia certas injustiças ou problemas humanos e sociais. Assim, um bom fotógrafo poderia fazer um bom AS e um AS poderia certamente fazer um excelente fotógrafo!

Por fim e para terminar, a Arte também nos ajuda a reencantar a realidade e construir uma determinada estética...à semelhança de um AS que deveria esforçar-se em ajudar os utentes/benef a reencantar a sua própria existência.

Cumprimentos,

luis

PS: Obrigado pelas dicas mas Braga ou Coimbra ficam, para mim, fora de mão...
Mais uma vez, obrigado.