ISBB fecha curso de Serviço Social
Viegas Nascimento dá entrevista ao Diário as Beiras e anuncia encerramento do curso de Serviço Social.
Para mim foi interessante perceber qual a sua perspectiva sobre a criação do Instituto Superior Bissaya Barreto. Diz ele que "foi constituído para responder, especificamente, a uma grande preocupação da academia, designadamente, dos alunos da licenciatura em Serviço Social do então Instituto Superior de Serviço Social de Coimbra, que temiam a perda do seu grau académico. Esta questão colocou–se porque havia quem defendesse que as Assembleias Distritais, ligadas aos organismos da Administração Local, não podiam ser entidades instituidoras de estabelecimentos universitários, regidos pelo estatuto do ensino superior particular e cooperativo. Esta problemática foi muito debatida e de alguma forma reconhecida a sua pertinência pelo próprio Governo, que apoiou a constituição de um novo estabelecimento de ensino superior cuja entidade instituidora é a Fundação Bissaya Barreto. E assim aconteceu, com estatutos provisórios, no ano lectivo 1991/2, com a licenciatura em Serviço Social». É curioso, já que eu, na altura, era aluna do segundo ano no ISSSC e posso assegurar que a visão é bem distinta desta! Mas... demos lugar às múltiplas visões! Há que dizer que ainda hoje o alvará do ISMT é da pertença da mesma entidade...
«A "missão” que iniciámos há 15 anos está terminada. A Universidade de Coimbra, ao ter iniciado este ano o curso de licenciatura em Serviço Social, irá “render” a Fundação Bissaya Barreto na garantia deste grau académico (...) e manter o ensino pós-graduado.»
É pena! Já que se criou (e foi o único curso em Portugal que inicou a sua formação com 5 anos em funcionamento no primeiro ano: com alunos captados no ex-ISSSC), e houve investimento académico... Os colegas facilmente encontram mercado de trabalho, atendendo à proliferação de cursos existente, mas os ex-alunos perdem as suas referências.
Primeiro o ISSSL (e ISSSB), agora o ISBB...
Para mim foi interessante perceber qual a sua perspectiva sobre a criação do Instituto Superior Bissaya Barreto. Diz ele que "foi constituído para responder, especificamente, a uma grande preocupação da academia, designadamente, dos alunos da licenciatura em Serviço Social do então Instituto Superior de Serviço Social de Coimbra, que temiam a perda do seu grau académico. Esta questão colocou–se porque havia quem defendesse que as Assembleias Distritais, ligadas aos organismos da Administração Local, não podiam ser entidades instituidoras de estabelecimentos universitários, regidos pelo estatuto do ensino superior particular e cooperativo. Esta problemática foi muito debatida e de alguma forma reconhecida a sua pertinência pelo próprio Governo, que apoiou a constituição de um novo estabelecimento de ensino superior cuja entidade instituidora é a Fundação Bissaya Barreto. E assim aconteceu, com estatutos provisórios, no ano lectivo 1991/2, com a licenciatura em Serviço Social». É curioso, já que eu, na altura, era aluna do segundo ano no ISSSC e posso assegurar que a visão é bem distinta desta! Mas... demos lugar às múltiplas visões! Há que dizer que ainda hoje o alvará do ISMT é da pertença da mesma entidade...
«A "missão” que iniciámos há 15 anos está terminada. A Universidade de Coimbra, ao ter iniciado este ano o curso de licenciatura em Serviço Social, irá “render” a Fundação Bissaya Barreto na garantia deste grau académico (...) e manter o ensino pós-graduado.»
É pena! Já que se criou (e foi o único curso em Portugal que inicou a sua formação com 5 anos em funcionamento no primeiro ano: com alunos captados no ex-ISSSC), e houve investimento académico... Os colegas facilmente encontram mercado de trabalho, atendendo à proliferação de cursos existente, mas os ex-alunos perdem as suas referências.
Primeiro o ISSSL (e ISSSB), agora o ISBB...
É a iniciativa pública a arrasar com a iniciativa privada! E estamos nós em pleno capitalismo... Há algo errado nesta equação! Aliás, sempre houve!
E depois eu é que sou "tudo ao contrário"?!
E depois eu é que sou "tudo ao contrário"?!
20 comentários:
Este é mais um acontecimento a mudar de forma radical o panorama da do formção em serviço social. Um ano sob o signo da mudança...ao Contrário do que devia...
Não está na hora de debatermos publicamente num Seminário, Comgresso, seja o que for estas situações tão dramáticas?
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concordo perfeitamente, não nos podemos calar. A nossa profissão merece mais respeito.
Ao contrário sou eu com certeza que entendo positiva a transferência do curso de Serviço Social para o ensino público.
Mas enfim, opiniões minhas não são de fazer caso.
Sim, ricardo, isso é o que deveria ter sido desde sempre. Mas assim? O público está a abrir o curso a torto e a direito para estrangular as escolas privadas que sempre existiram (e que não queriam ser privadas... não foi por opção até um deteminado momento) e que formaram as pessoas e que trabalham e que vão dar aulas nas suas faculdades e politécnicos. O investimento não foi do Estado e é este mesmo Estado que está a ser responsável por este movimento ao contrário. Em todas as outras áreas da economia é ao contrário...
Espero não estar a lançar um boato. Ainda não confirmei muito bem a notícia do encerramento, mas a partir de uma informação de um anónimo e do que se lê da carta, é o que parece! Mas ele não o afirma peremptoriamente. Vamos esperar... o título é para chamar a atenção: à TVI ou 24 Horas....
Não é boato não senhora,fonte fidedigna, infelizmente é 100% verdade.
Cara Sónia Guadalupe o teu espaço esta a ficar cada dia mais interesante. Parabens pela tua energia e oportunidade extensivo aos outros comentadores.
Não têm a sensação de que ha muito tempo andamos a ser...expropiados da nossa profissão ?
Na verdade são demasiados os interesses dos grupos económicos, politicos e religiosos que acordaram tardiamente vocacionados para a filantropia e que agora de forma voraz,"dispõem" de instituições ao seu bel prazer.
Tal vez eu esteja equivocado, tal vez eles sempre estiveram entre nós ....
Caro Joaquim concordo contigo no sentido de que deve existir um debate sobre isto, mas te posso alertar que há muita gente interesada que isto no seja tema de debate em sitio nenhum.
Pesimista Eu ?
Finalmente no Serviço Social começam a surgir ideias mais radicais para enfrentar o discurso institucional. Veremos...
1.- Concordo com o Ensino Publico
2.- Detesto a promiscuidade entre o interesse privado e o Estado.
3.- A situação das escolas é triste, como a situação de desmprego na classe.
alfredo
Como é possível a Universidade de Coimbra dar garantia de uma formação académica "com qualidade" na área de Serviço Social se maior parte dos docentes não têm formação na área, mas sim em outras áreas das ciências sociais...
Espero e desejo que o ISMT não se deixe abater por toda esta mudança público / privado, que continuem o excelente trabalho que tem sido realizado, apostando cada vez mais na formação dos seus alunos, incentivando-os ao debate e investigação na área.
Anónimo(a), também assim o espero! Pela minha parte, agradeço o incentivo!
já agora, para que conste, há apenas uma doutora em Serviço Social no curso da UC. Para já!
É curioso como Estado Portugês em pleno século XXI tomou consciência de que o Curso de Serviço Social deveria ser público e não privado ou cooperativo.
Apesar de inicialmente ser um curso superior privado, é pertinente divulgar que tal condição não invalidou nem
deslegitimou... nem irá invalidar nem deslegitimar, a sua formação... antes pelo contrário.
Um boa verdade. Afinal a questão continuar a ser excelencia no ensino! Propriedade do estado degradada ou propriedade privada de interesse publico e garantia de qualidade de ensino? Como responder a este dilema? Ao que parece a torrente escreve: Estado ou a morte!
Conheço o slogan doutros tempos! E confesso que a imaginação não se esgosta nesta visão corporativa!
O problema é que nunca foi opção estatal, mas opção de uns senhores directortes de universidades e politécnicos derte país que lutam pela sobrevivência das suas escolas e dos seus lugares. O curso é chamativo, tem tido boa percentagem de empregabilidade, etc...
O ensino superior público também está em crise: falta de alunos! Com tanta universidade e pólo que abrir nos últimos anos, com a pirâmide invertida em termos etários (inverno demográfico), como haveria de ser?!
Voltaram-se para os mestrados e doutoramentos (pagos ao nível do privado)... e para os cursos que os privados tinham por certos e cheios!
E, claro..., há mais factores. Menos claros e mais obscuros!
Pois! Mas então a questão crucial continua a não ser a formção ser ou não propriedade do estado! A Academia da pública apenas tem interesse actual nesta formação por razões comerciais e de sobrevivencia exactamente como as privadas por isso esta questão continua uma falsa questão. Muitas públicas tb terão que encerrar cursos, é sabido!
Bom as questões colocadas são pertinentes, mas na minha modesta opinião o cerne não pode ser medido pelo que está escrito e revela alguma confusão.
Vejamos:
1. O Serviço Social é dos Cursos Superiores mais antigos, sendo básicamente privado, ao invés dos demais Cursos que iniciaram no público,ou seja o Serviço Social funcionava ao contrário. Era privado enquanto ensino, e público enquanto profissão, na maioria.
2. A luta, durante vários anos foi no sentido de alterar esta contradição, sem no entanto as Instituições, tradicionais (os ISSS do Porto, Cimbra e Lisboa), irem apostando no desenvolvimento científico e em ensino pós-graduado.
3. Ora o Estado, digamos alguém em nome dele, resolveu,m para interesse de alguns criar quase uma dezena de cursos Politécnicos, primeiro. Sem nexo. Sem perspectiva, desrespeitando uma história lógica de qualidade e valorização que significaria a integração dos Cursos já existentes.
4. Agora aparecem os cursos universitários nos grandes pólos, como Coimbra e segundo tudo indica Porto no próximo ano, fora do cobtexto negocial da integração dos antigos.
5. Mas, em tempos onde se deve aproveitar o rigor e a qualidade fruto do trabalho de decénios, que lógica prside a esta estranha acção do Estado, que quase se suspeita concertada de criar de novo ao invé de integrar? Para quê se fizeram protocolos no Porto e em Lisboa de Douturamento com os ISSSs e as Universidades Públicas, permitindo a circulação de discentes e docentes?
6- Esta é uma situação única no país, não há paralelo no ensino superior, não podemos confundir e não nenhum corporativismo. Qual dos cursos (Direito, Psicologia, Sociologia, Economia, Medicina, Engenharia, Antropologia), nasceu primeiro nos privados (há décadas), e só depois no público, não aproveitando o já existente, nenhum.
Esta é a questão e é a ela que muitos devem começar por responder.
Assim não proceso de Bolonha que nos salve, quendo tudo tem de começar de novo e os interesses de mercado se movem no seio do próprio Estado.
Dá que pensar...e agir!
Desculpem, mas o português não têm saído muito bem, frase truncadas etc,. enfim blogar também não é fácil, vou implementar outro sistema. U/m abraço aos blogers.
Era nesse sentido que coloquei os posts sobre tal matéria...
Estás desculpado, JPSILVA a mim também acontece. É o que dá escrever rápido!
Anónimo(a), será possível arranjar um nome, suficientemente anónimo para ti (tipo Maria ou José?), mas "identificável" para nós? É que nunca saberemos se é sempre o mesmo anónimo ou não. O debate torna-se mais fácil! Caso não queiras, muito bem, faz como entenderes!
que consequências provoca nos licenciados? haverá alguma equivalência? Desculpem a ignorância
o curso vai fechar no primeiro ano, isto é, não abre mais nenhum ciclo formativo.
os que ficam, podem optar em concluir a lcenciatura lá, ou, caso pretendam, pedir transferência para outras bandas. Há liberdade de opção! Sempre houve. E aí há sistemas de equivalências a funcionar.
Deve ser muito estranho saber que são os últimos licenciados daquela escola e é provável que se assista à saída de professores, por um lado, e ao desinvestimento de alguns, por outro. É natural que assim seja.
Aconteceu-me este ano dar duas disciplinas pela última vez. É muito estranho, confesso, colocar um ponto final num investimento que durou uns anitos! Claro que este investimento será convertido, mas não é a mesma coisa...
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